CONSTELAÇÃO

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MARIA DILMA PONTE DE BRITO 
ACADEMIA PARNAIBANA DE LETRAS-APAL
CADEIRA 28 – PATRONO LÍVIO LOPES CASTELO BRANCO
1°OCUPANTE HUMBERTO TELES DE SOUSA
INÉDITO – O QUINTO

Sonhei que era uma estrela. Brilhante que enfeitava o céu. Clareava a noite e piscava sempre. As crianças me procuravam no firmamento. Os adultos apontavam para mim entre tantas outras que me cercavam. Talvez porque eu fosse a mais sorridente delas.

Depois virei lua. Às vezes cheia. Bela, a tradicional lua dos namorados. Queriam a minha presença nas luaradas. E eu ficava ali escutando músicas lindas, juras de amor e conversas divertidas entre risos e sorrisos. Quando eu ficava fina me chamavam de quebrada. E eu me diversificava: quarto crescente, lua nova, quarto minguante.

Outro dia eu fui sol. Nascia muito cedo. Bronzeava os jovens na praia. Ajudava as donas de casa na secagem das roupas. Distribuía nutriente para os organismos. E também gostava de me por. Alguns aplaudiam a minha despedida e quantos me fotografam. Nunca briguei com as nuvens quando elas me escondiam. Ela estavam no seu papel de ir e vir. Éramos amigos.

Gostei de ser cometa. Movia-me em torno do sol. Quando me aproximava dele a minha cauda atingiu milhões de quilômetros de extensão. Todos queriam me ver porque cometa é coisa rara.

E eu fui asteroide, meteoro, planeta e fui nuvem também. Gostava de ficar no firmamento. Tudo era lindo, tudo era novo e eu estava bem nesse espaço sideral.

Acordei. Eu era gente. Estava na Terra. Na minha cama entre os lençóis macios. Abri a janela procurando o sol. Olhei as nuvens. Esperei anoitecer para ver as estrelas, a lua. E fiquei a meditar. Tudo tem o seu sentido, a sua razão de ser. Eu posso mesmo gente alegrar a vida, iluminar os dias de meus amigos, brilhar na vida de alguém, clarear mentes, surpreender pessoas como uma cometa.

Que sonho bom! Acordei mais sábia e mais disponível para a vida.

O maestro Fabiano e duas tiradas tiranas

mestremanoelfabiano

DIÁRIO

[O maestro Fabiano e duas tiradas tiranas]

Elmar Carvalho

13/07/2020

            A Academia de Letras do Vale do Longá – ALVAL realizou na terça-feira passada, dia 7, a partir das 19 horas, uma reunião online, em que o confrade Antônio Pedro Almeida ministrou uma palestra sob o título “Manoel Fabiano: Vida e Obra”. Vários acadêmicos participaram, entre os quais os músicos Francis Monte, poeta, violonista e compositor barrense, Fábio Mesquita, militar do Exército, Regente da Banda Manoel Fabiano, de Batalha, Lima Neto, cantor e instrumentista,  integrante da Banda Manoel Fabiano. É neto do grande compositor, que dá nome à orquestra batalhense.

            Na parte destinada ao debate, fiz pequena intervenção, em que teci breves considerações sobre um compact disc (cd) organizado pelo maestro George Machado Tabatinga, através do qual ouvi belas composições do maestro Manoel Fabiano. Fiz sintética referência ao compositor Possidônio Queiroz, cujas magistrais valsas estão preservadas, graças a um cd e a um livro com suas partituras, ambos organizados pelo saudoso maestro Emmanoel Maciel, professor da UFPI, e também pela Orquestra de Bandolins de Oeiras, por meio de cd e de esporádicas apresentações.

            Também me referi ao major Honório Bona Neto, autor de belas valsas e multi-instrumentista, pois tocava flauta, violão, acordeão, saxofone e clarineta. Faz alguns anos sugeri que a prefeitura de Campo Maior resgatasse suas músicas, tanto através de cd como por meio de partituras. Tempos atrás o maestro, instrumentista e compositor Corinto Brasil reuniu as suas principais valsas em um compact disc mais ou menos “artesanal”, por iniciativa, creio, pessoal sua, com pouco ou nenhum incentivo do poder público municipal.

            Ainda com relação ao maestro Fabiano, sugeri fosse feito um documentário, em que poderiam ser inseridas as músicas já gravadas em cd’s ou fitas e outras que a “filarmônica” de Batalha pudesse executar especialmente para esse trabalho. Além disso poderiam ser colhidos depoimentos de músicos, de pessoas que o conheceram e de amigos e familiares, bem como poderiam ser aproveitadas imagens fotográficas de diferentes etapas da vida do maestro.

E sem dúvida o roteiro seria permeado por uma pequena narrativa biográfica. O documentário seria exibido em diferentes locais, em ocasiões apropriadas, e depois postado no You Tube, o que possibilitaria a preservação definitiva das belas valsas de Manoel Fabiano. Me referi ainda aos harmoniosos e melodiosos dobres dos sinos da vetusta igreja de São Gonçalo (da Batalha), que ouvi por meio do cd a que fiz referência. O escritor e advogado Antônio Pedro Almeida se entusiasmou, e disse que envidará todos os esforços para realizar o documentário sobre a vida e a música do inesquecível  maestro Manoel Fabiano.

A reunião foi conduzida com maestria, já que estamos a falar de música, pelo Prof. Dr. Raimundo Dutra de Araújo, presidente da ALVAL, que se houve muito bem na abertura dos trabalhos e na condução dos debates. Em dado momento, ele perguntou, brincando, a um dos participantes da reunião se não o estava reconhecendo, nem mesmo pelo brilho de sua careca.

Outrora, eu perdia um amigo, mas não a oportunidade de fazer uma blague. Porém, agora já não sou assim; hoje, prefiro fazer e conservar amigos. Tive imensa vontade de fazer a seguinte “tirada”, em resposta ao confrade  presidente Dutra: “Não o reconhece, porque a luminosidade intensa que emana de sua pessoa ofusca o brilho de sua careca”. Todavia, preferi ficar inerte e mudo.

Contudo, no dia seguinte, à tarde, participando de outra reunião online da Academia Parnaibana de Letras – APAL, em que estávamos a receber instruções para a eleição virtual, que acontecerá amanhã, em sua parte informal, tive a oportunidade de contar essa anedota que não chegou a acontecer em sua plenitude. A risada foi plenária.

O acadêmico, jornalista e escritor Antônio Gallas, aproveitando a deixa do brilho da careca e do careca, nos contou que estava levando muito a sério a quarentena, quase em regime espartano, e que, por isso mesmo, ele próprio fazia o seu cabelo, embora em cortes um tanto tortos e toscos, e não simétricos.

Desta feita não perdi a oportunidade de exercitar a minha verve, e disparei à queima-roupa: “Não tenha medo de cometer ‘barbeiragens’, pois até os legítimos e experientes barbeiros as cometem, e também fazem os seus ‘caminhos de rato’ e outras imperícias”.

As gargalhadas foram amplas, gerais e irrestritas, neste tempo de restrição e reclusão.

SÉFORA MELO – SÉTIMO DIA

APAL

ACADEMIA PARNAIBANA DE LETRAS

NOTA DE PESAR

A Academia Parnaibana de Letras, pelo seu presidente escritor José Luiz de Carvalho e demais membros, ao tempo em que comunica o falecimento na cidade de Tradat, Lombardia, na Itália de Séfora Melo, ocorrido em 06/07/2020, irmã do confrade Danilo de Melo Souza, expressa as mais sentidas condolências pelo ocorrido, chegado ao nosso  conhecimento em Parnaíba, somente  hoje,  de 13 de julho de 2020.

Ao mesmo tempo convida, em nome  dos filhos Matteo e Fernandes Fraccavento, o marido Francesco Fraccavento, os irmãos e demais familiares de Séfora Melo para a celebração transmitida pelo Facebook e Youtube, da Missa de Sétimo Dia na igreja Matriz de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça em Parnaíba às 12h desta segunda-feira dia 13 de julho de 2020.

(https://www.facebook.com/catedralmaedadivinagraça/vídeos/871965059876140//xflite=scwspnss&extid=p1ShgD7TxFvfkf15

Atenciosamente,                                                                                                                                      josé luis

José Luiz de Carvalho – Presidente

 

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Antonio Gallas Pimentel – Secretário Geral

 

 

Cronologia Poética (2002): Ana Roberta

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Todas as canções se fazem em mim,
Como num pedido de amor,
Ao teu peito eu me entrego
Deitado no teu sorriso
Esperando que a vida torne eterno,
Pois em mim já é…
E desde que seja tão belo quanto és,
Tornarei-me ainda mais satisfeito
Pois te amar é a minha vida
E esta vida é tua…
Amor: tem nome de Ana!

Claucio Ciarlini (2002)

  • No meu sétimo ano poético (2002) escrevi este poema para a mulher por quem me apaixonei e me decidi por casar ainda no ano anterior. Além de ser o meu amor, minha esposa e companheira de quase 20 anos de luta (sempre me apoiando), Ana Roberta é a mãe de nossas Carolina e Ingrid, que nasceram no ano de 2005, mas que ainda irei falar delas. Enquanto crescia cada vez mais o meu sonho de lançar um livro, seguia me consolando com o lançamento e distribuição de mais um encadernado: Manual da Conquista.

PASSOU BATIDO

forto boa dilma

MARIA DILMA PONTE DE BRITO
CADEIRA 28 -APAL
PATRONO –  LÍVIO LOPES CASTELO BRANCO
PRIMEIRO OCUPANTE – HUMBERTO TELES DE SOUSA
TEXTO INÉDITO – O QUINTO

       Que aninho mais sem graça! Não vesti nenhum roupa nova, não fui a qualquer aniversário e nem dei uma festa em casa. Dormi mais que de costume, comi mais que o normal. Será que isso está certo?

            Meu batom perdeu a validade, as roupas estão mofadas, meu perfume ficou sem fragrância.  E os meus sapatos? Guardados estavam e assim continuam. Não fui trabalhar fora de casa e nem fui a qualquer lugar por isso nem bolsas foi preciso usar.

            Foi ela, a pandemia, que me colocou nesse lugar. Aqui muito bem confinada eu tento me reinventar. Visto minhas camisolas e calço minhas rasteirinhas e vou até à cozinha. Já deixei a marca no meu braço do vapor da chaleira, arrumei gavetas, guarda roupa e prateleiras.

            Quando não estou em uma live tenho reunião on line e, parece até mentira, mas já votei pelo Whats App. Tudo mudou de repente. Estou usando o delivery, estudando a distância e trabalhando home office e, até missa assisti por meio de canal virtual.

            A vida continua e não posso me isolar. Tenho que evitar tristeza e meus amigos encontrar. Chamei todos no Google Meet para a gente conversar. Jogamos conversa fora e já marcamos outro encontro, é só uns dias aguardar.

            É uma nova vida que chegou para ficar, depois do COVID 19 muita coisa permanecerá. Algumas até que melhoraram, e é só adaptar. Mas uma coisa é certa, no meio de tudo isso idade não vou mudar. Se não pude fazer festa, não ganhei nenhum presente, não apaguei as velinhas e não tive nem abraço o tempo passou batido, tudo continuou igual eu não vou mudar de era, isso é muito natural. Apesar de tudo isso tenho me adaptado a esse novo momento chamado novo normal.