UMA FESTA DE ANIVERSÁRIO NO CÉU

JEANETE
Por Antonio Gallas
O céu hoje engalana-se para homenagear uma pessoa muito querida que lá já reside desde setembro 1996. Uma pessoa que durante sua passagem por esta vida terrena dedicou-se exclusivamente a AMAR e fazer o bem ao seu semelhante.

E qual a razão do céu estar engalanado para homenagear essa pessoa?
Porque hoje, há 109 anos atrás na cidade de Parnaíba no Estado do Piauí nascia  Joana de Moraes Souza,  que mais tarde ficou conhecida por todos como Jeanete.
Se ainda estivesse fisicamente em nosso meio (ela está em espírito) essa festa seria realizada aqui em sua residência com a presença dos amigos, dos familiares e claro, também com a presença de DEUS.  Mas hoje está sendo no céu, ao lado do Deus, do esposo Joaz Rabelo de Souza, do filho Antonio José, da nora Maria do Carmo (dona Mana) dos pais Josias Benedicto e Alvina de Moraes Correia,  dos irmãos, de outros familiares,  e de amigos que já  residem no céu há muito tempo.
 Católica fervorosa, estudou sempre em colégio de freiras. Em Parnaíba estudou no Colégio Nossa Senhora das Graças (Colégio das Irmãs) onde fez o antigo Curso Primário, depois foi para   Fortaleza-CE onde cursou   o antigo Ginásio e Normal, no Colégio  das irmãs Doroteias. E foi em Fortaleza, nessa época, que lhe surgiu o cognome de Jeanete quando o Frei Marcelino de Milão ao interpretar para as alunas do colégio, o filme de Joana D’arc,  solicitou que  seguissem o exemplo de Jeanete, nome francês  de Joana. Pelo bom comportamento e conduta exemplar de Joana de Moraes Souza, suas amigas e colegas de colégio passaram a chamá-la de Jeanete.
Católica fervorosa, repito, possuidora de uma fé inabalável e temente a Deus participou de diversos movimentos católicos e sociais sempre com o objetivo de levar ao próximo uma palavra amiga, um conforto, enfim o AMOR, como no trabalho pelos enfermos assistidos pela Ala Paciente com Franciscanos Seculares “levando sua experiência de trabalho aos hansenianos, pois como voluntária foi uma das fundadoras do IGAPA – Instituição de Garantia Assistencial Parnaíba, organização não-governamental criada em 1979.”
Jeanete de Moraes Souza não apenas na religiosidade, mas também na literatura.
Escritora, poetisa, teatróloga, cronista e romancista pertenceu a Academia Parnaibana de Letras – APAL e foi a primeira ocupante da cadeira de nº 10 que tem como patrono o poeta Francisco Ayres. O atual ocupante da cadeira é o seu filho, o médico e atual prefeito de Parnaíba Francisco de Assis Moraes Souza.
Do seu casamento com Joaz Rabelo de Souza nasceram-lhe os seguintes filhos:  Maria Christina, Antonio Jose ( falecido ) , Yeda , Paulo de Tarso e Francisco de Assis ( o Mão Santa).
Neste dia 12 de julho, nós daqui da terra, seus amigos, admiradores, familiares também iremos homenagear dona Jeanete, e nossos parabéns será em forma de oração como ela sempre fez em vida, a vida que tanto amou,  tanto assim que escreveu um poema denominado AVIDA, UM HINO DE AMOR o qual considero uma das belíssimas páginas que compõem a literatura parnaibana.
Publicamos a seguir o poema MEU TESTAMENTO de autoria da nossa homenageada.
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Antonio Gallas ocupa a cadeira de nº 35 da APAL que tem como patrono Dom Paulo Hipólito de Souza Libório

Cronologia Poética (2001): Heresia

O que é verdadeiro?

É o que se dita, o que se impõe
Se coloca de frente e atrás
Nos cala e se cala…

O que é o certo?

É o controlado, é o amarrado
São as leis antigas
Que se fazem e fazem,
Assim, desse jeito…

O que é o discurso?

É o oficial, é o intocável
É o inquisidor, é o medo
Que nos perturba
Que nos apunhala…

O que é a crença?

É a liberdade, é a prisão
É o ir e vir, é o seguir e o não seguir
Se coloca nos olhos, se implanta na mente
Se coloca na frente e atrás, nos cala e se cala…

E qual é a resposta?

Creio que quase nada, que quase tudo
É o torto e o direito,
É o livre sem ser livre
É o enclausurado, sem ser enclausurado…

Dizem: é apenas a mente, pregando mil peças em nossas cabeças.

Claucio Ciarlini (2001)

  • No ano de 2001, já no terceiro bloco da faculdade e durante a disciplina de Idade Média, me deparei com um assunto que viria a ser o meu tema de monografia: Inquisição! Embora já conhecesse essa parte da história desde o ensino médio, foi a aula do professor Dênis Mello que acabou aguçando de forma profunda a minha curiosidade sobre pesquisar esse terrível aparelho criado pela Igreja Católica. Este fato acabou me inspirando a voltar a escrever de forma poética, mas desta vez “abrindo meu leque”, ou seja, trazendo acontecimentos da história para as linhas do caderno, fosse de forma mais objetiva ou subjetiva, como é o caso deste poema que escolhi dentre as minhas produções de 2001.  Ainda a registrar, neste ano lancei mais um encadernado (o terceiro) contendo alguns poemas: Vislumbre. E no ano anterior, que não havia citado, o encadernado: Nem tão Perto, Nem tão Longe.

APAL ELEGE MEMBRO EM VOTAÇÃO VIRTUAL

Uma eleição inédita no Piauí para a escolha de um membro  acadêmico foi realizada neste sábado 11 de julho na cidade de Parnaíba.

Através de  e-mail ou  pelo aplicativo do whatsapp os membros da Academia Parnaibana de Letras puderam votar no candidato José James Pereira, para preenchimento da cadeira de nº 09, vaga com o falecimento do magistrado José Nicodemos Alves Ramos, falecido em dezembro do ano passado.
Embora sendo uma votação virtual, os recursos tecnológicos permitem o anonimato do votante, assim sendo,  o voto continuou secreto como nas eleições no qual é depositado em urna.
Oitenta por cento dos acadêmicos participaram dessa eleição e todos foram unânimes em votar a favor do candidato José James Gomes Pereira, que foi eleito com cem por cento dos votos.
A Academia Parnaibana de Letras possui um total de 40 cadeiras sendo que duas,  faltam ainda  os membros eleitos tomarem posse,  e  esta agora que acaba de ser preenchida.
A contagem dos votos foi feita  em reunião extraordinária por vídeo conferência aberta pelo presidente do sodalício, escritor e jornalista José Luiz de Carvalho e conduzida pelo secretário geral Antonio Gallas,  com a participação dos seguintes acadêmicos: Altevir José Esteves,  Breno Ponte de Brito, Claucio Ciarlini,  Elmar Carvalho,  Diego Mendes Sousa, Dilma Ponte de Brito, Francisco de Assis Cajubá de Brito, Francisco Pereira Silva Filho (conhecido em Parnaíba como professor Francisco Filho), Renato Araribóia de Brito Bacellar e Roberto Cajubá da Costa Britto.
Após a constatação dos votos e não havendo mais dúvidas sobre a eleição foi enviado um link para o candidato eleito adentrar à vídeo conferência,  o que aconteceu. Na oportunidade ele fez um breve pronunciamento de agradecimento e foi saudado por todos os acadêmicos presentes virtualmente.
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José James Gomes Pereira é parnaibano, escritor e  desembargador e atualmente  exerce a presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí. Ano passado lançou em nossa cidade o livro Pluralismo e Democracia, Desafios para o Constitucionalismo Contemporâneo.

Sem dúvida esta foi uma eleição que ficará nos anais da APAL e da história da literatura parnaibana.

Muito em breve o novo acadêmico tomará posse também de forma virtual, por vídeo conferência e tão logo passe  esses  problemas de confinamento e isolamento social haverá a posse festiva para comemorar a entrada de mais um ilustre parnaibano na Academia de Letras desta cidade, a Academia Parnaibana de Letras – APAL, Casa de João Cândido.
Texto de Antonio Gallas