Causa.

ivaldo

*Ivaldo Freitas Cardozo.

 

Pois sou pó (que diz ser pensante. Basta!).

Denso e sujo (cheio de impasses)

Não passa de pó cristalizado em um corpo

Distante de sua própria identidade

Fadado à impureza

 

Prefiro voltar ao pó, o retorno.

Meu maior alívio será ser

Pisado e não sentir

Minha maior glória será a inexistência.

 

Mesmo que haja alguns

Pedregulhos ao entorno da lápide

Não serei dor.

Serei puro, a natureza.

E não tão sujo não tão homem.

Vou unir meus pés

Ainda sujos e incômodos

Os tornarei inertes

Frios e pálidos

Ser tão puro, que nem exista.

Só quero que meus suspiros

Não incomodem

Nem a mim mesmo

Por fim esta é minha última

Justificativa

Desculpe as tantas desculpas esfarrapadas.

As dores infundadas

A importunação

A falta de clareza

A inexatidão.

ivaldo1

*Ivaldo Freitas Cardozo, 18 anos, técnico em Eletrotécnica. Colaborou com o OPiagui e tem poesia publicada no Almanaque da Parnaíba, em 2018.

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