PÓS-CARNAVAL

PÓS-CARNAVAL
WILTON PORTO
No vislumbre da aurora
Na magia do copo cheio
Um corpo estirado no chão
Mil olhos que se abismam!

Uma mãe que grita em lágrimas
A polícia que não se sabe
O Samu – cadê o Samu?

A filha trancada no quarto
Ela não tem mais do que 16.
O pai urrando, gritando…
Chicote voando no ar.
A mãe, coitada, desmaia,
O jovem, quem é? Onde estará?!

Lá na prisão – quem será?!
O jovem pra lá e pra cá
Ainda aéreo se encontra
Deu tiros, feriu, foi ferido.
Após tanta surra inquieta-se.
Se tem pai se tem mãe
Meu Deus será?!

Que tal o Carnaval da Unidade?!
Alegria oração paz e luz.
Devassidão não traz felicidade.
Felicidade é o que Morreu na Cruz.