O balbucio.

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*Gustavo Rosal.

“A vida é essencialmente romanesca ao poeta”. Já ouviste, não? Consulto as gramáticas, sábios, os termos do notário de minha cidade, as bibliotecas pouco luxuosas, mas sempre altivas, suas consciências do esquecimento.

É de costume dizer, mesmo que, vez ou outra, surja um poeta queixoso ou moderno que conteste vigoroso, o histórico destino. O silêncio, a escassez, as paredes do caráter e as falhas nas paredes servem feito um caminho pontilhado ao romantismo de ser poeta.

Ou talvez sirvam de engodo, simplesmente. Resmungo, sem grandeza ou iluminações, como quem reproduzir as modas de memória: “ofício mais desordenado…”. Também vê-se quem diga que a nada serve como ofício ser poeta.

Sou brasileiro e tão lúcido quanto me permitem supor os elogios dos familiares e grupos sociais e isso, sinceramente, canta os romantismos da minha vida.

Mas insisto, insisto, insisto nervosamente, ou triste, ou arredio, amoroso – é quando o riso mais terno me invade e se espalha por meu rosto.

17.01.20.

Gustavo Rosal

* Gustavo Rosal é estudante de Direito na UESPI, campus de Parnaíba, poeta, cronista e contista. Colaborador do Opiagui e da coletânea Versania.