
2022 trouxe de volta o ensino presencial e junto a ele, o Projeto Cinema e História, com a produção de dois filmes: O Matagal e O amor e o Poder 5. Foi um ano bem intenso em termos de obras e eventos literários, dentre eles, lançamentos de livros que contaram com a minha participação na organização: Almanaque da Parnaíba número 73, Piauí em Letras 5, Gritos na Escuridão e Lendas Piauienses. Participei também da coletânea Vulcão Literário, que contou com a estreia em livro de minha filha Carolina Ciarlini. O grupo Piauí Poético seguiu com suas atividades, produzindo a antologia poética Cactus, tendo minha atuação no conselho editorial, além de poemas. Recebi uma linda homenagem no colégio Benedicto dos Santos Lima por meus trabalhos literários; fui convidado a palestrar em alguns eventos e escolas; concedi entrevistas; prefaciei obras de alguns amigos; tomei posse na Academia Mundial de Letras da Humanidade; produzi um documentário com o amigo Elmar Carvalho chamado Fragmentos da Memória que lançamos no Sesc Caixeiral e ainda atuei na direção de um curta-metragem de terror para a Cromatica Produções, que estreou no auditório do Museu do Mar. Ainda em 2022 houve o encerramento do ciclo do Piagui (depois de 173 edições em 15 anos) e o início da Revista Piauí Poético- Literatura, Arte e Cultura. No campo da Educação, fui mais uma vez homenageado por uma turma de Pedagogia, sendo o nome da turma. Porém, mesmo com todas as alegrias, conquistas e reconhecimentos, também houve dias mais cinzentos, a citar aqueles que sucederam a morte de meu avô, do qual herdei o nome, além de lamentáveis episódios sociais e políticos a nível nacional, dentre eles, a questão do meio ambiente. O poema Verso Sangue nasceu inspirado por minha revolta para com aqueles que destroem ou incentivam a aniquilação da natureza:
Verso Sangue Adianta falar de Meio Ambiente Pra quem pouco ou nada sente? Ainda assim, estou aqui a bradar Na busca de, quem sabe, conscientizar Aquele, cujo o coração é doente Usando de poesia Por hora, espada A forja, inspiração O fogo, vindo do ódio Provocado pela injustiça Oriundo do desmatamento O mais pesado tormento No que grito, por noção! Mas meu grito, vai pro papel Escrevo e o espanco Imaginando que esteja Bem na minha frente Aquele que muito polui Sem se importar No que continuo a bater Até a folha se transformar Em verso sangue Uso para me pintar A guerra é constante Incêndio a todo instante Riscado por aquele Cujo oxigênio é ambição Liberando veneno Pra nossa exterminação Do bicho, da mata, do ar Homem matando o homem A cada fumaça de chaminé Num oceano de plásticos Um frio universo a degelar Aquele que destrói e segue Pouco se lixando Está nos levando Sabe ele, ao fim! Pois só vive do presente E do que pode lucrar Não está nem aí pro meio ambiente Ainda assim, eu sigo a lutar E mesmo que meu protesto Possa ser em vão... Eu o atiro, Esperando que ilumine Quem sabe, uma multidão. Claucio Ciarlini (2022)