Ao tomarmos conhecimento do falecimento do Dr. Marc Jacob, ocorrido ontem dia 28/07/2022, a Academia Parnaibana de Letras – APAL deseja manifestar aos familiares, o mais profundo sentimento de pesar ao tempo em que roga a Deus que o receba na Santa Glória Divina da Eternidade.
O industrial parnaibano Marc Theophile Jacob Filho do francês Roland Jacob, Marc Theophile, nasceu em 19 de março de 1931 e atuou ao lado do pai nas atividades empresariais. Estava residindo em São Pauo, onde ocorreu seu velório. Ao lado de seu pai, Roland Jacob, Marc ajudou diretamente para o desenvolvimento comercial de Parnaíba, gerando empregos para muitas famílias na região.
O Almanaque da Parnaíba de 1999 foi a edição de n° 66 da revista da APAL, e a sexta sob a responsabilidade da entidade. A capa mostra uma vista panorâmica do farol da praia da Pedra do Sal, e o verso é uma fotografia do túmulo da poetisa Luíza Amélia de Queiroz Brandão, primeira poetisa piauiense, sepultada no Cemitério da Igualdade, em Parnaíba. Possuiu o mesmo Conselho Editorial das edições anteriores, continuando a ter o apoio da Gráfica e Editora da UFPI.
Após a apresentação, alguns dados seguem referentes à cidade naquela época (como população, área, limites, entre outros), seguido pelo índice da obra, com os capítulos que a compõem. O primeiro artigo é intitulado Parnaíba – Cidade Polo, onde o ex-prefeito Lauro Correia aborda aspectos do Desenvolvimento Macro-Economico Integrado do Piauí, com foco em Parnaíba.
Em Um Balanço Positivo, o então prefeito Antônio José de Moraes Souza Filho faz um apanhado das devolutivas que Parnaíba teve em sua gestão, com os avanços ocorridos no período. Na seção No Reino da Poesia, Alcenor Candeira Filho brinda a obra com cinco poemas de sua autoria, intitulados Forma, Fonte, Forma e Fundo, Finalidade e No Rude Reino dos Dominantes.
Israel Correia em seu Sobre o Memorial da Cidade Amiga, discorre sobre a o trabalho de autoria do poeta citado anteriormente, fazendo uma apresentação pormenorizada da filosofia por detrás da obra polivalente de Candeira. Em seguida, o prof. Renato Bacellar traça o perfil humano e profissional do prof. José Rodrigues e Silva, mestre de personalidades como Reis Veloso e Renato Castelo Branco, entre outros. Prosseguindo a obra, o acadêmico José Wilson Ferreira Sobrinho contribui com seu discurso proferido por ocasião do recebimento do título de Cidadão Honorário da Cidade de Juiz de Fora, ocorrido em 23 de maio de 1996.
Edmeé Pires de Castro reflete sobre o envelhecimento em seu texto Velhice ou terceira idade?, abordando aspectos psicológicos, sociais e de natureza diversa acerca da senilidade.
Em Memória Fotográfica, oito imagens retiradas do Almanaque de 1924 são reproduzidas no periódico, sendo um trecho da Duque de Caxias, onde funcionava a Mercearia Bembém, um pedaço do Mercado Público, a Igreja de Nossa Senhora da Graça, a antiga fachada da Santa Casa de Misericórdia de Parnaíba, a fachada do Hotel dos Viajantes, que funcionava atrás da igreja Matriz, uma imagem mostrando o embarque de Óleo de Babaçu no Porto Salgado, o Jardim Público, e a última mostrando o antigo prédio onde funcionava o Banco do Brasil, onde é atualmente, em nova construção.
Em Alternativas Econômicas Para Parnaíba, o prof. Francisco Filho elenca, em seu estudo, caminhos que ajudariam no desenvolvimento econômico da cidade, tais como a Fruticultura, Turismo e Ecoturismo, Artesanato, Produção Pesqueira, o Delta, os Tabuleiros Litorâneos, além do PRODETUR. Mais um Discurso enriquece o Almanaque de 1999, na ocasião, quando o poeta Elmar Carvalho tomou posse como sócio-correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, em 27 de agosto de 1998.
Em Integração de Gerações, a professora Maria Christina de Moraes Souza Oliveira faz uma alusão ao projeto que a UESPI encabeçou em 1998 de mesmo nome, que visou unir as pessoas de diferentes idades, a fim de haver troca de experiências, através de cursos diversos, ocorrido na época em Teresina, Parnaíba e Campo Maior. Em seguida, Jorge Serra prossegue a obra tecendo uma crítica literária sobre a novela de Assis Brasil, intitulada O Sol Crucificado, editada pela Imago em 1998.
Em Mundo Infantil, o jornalista Batista Leão reflete sobre a sociedade na qual as vicissitudes da vida criam abismos na relação entre pais e filhos, e em como isso se materializa no futuro. O próximo texto do Almanaque é o discurso de saudação da então novel acadêmica, a professora Aldenora Mendes Moreira, proferido pela professora e imortal da APAL Lígia Ferraz, não datado.
Na seção Poesia Parnaibana – Poetas Falecidos, a obra brinda o leitor com dez poemas de escritores de saudosa memória, sendo os textos Soneto XXIV, de Ovídio Saraiva; Amor, de Luíza Amélia; Pastoril, de Jonas da Silva; Jamais Duvides, de Alarico da Cunha; Papagaios de Papel, de R. Petit; Vida Longa, do Mons. Roberto Lopes; Na Fonte da Poesia, de Oliveira Neto; os Olhos do Ódio, de Renato Castelo Branco; Espera, de Paulo Veras; e Pássaro Cativo, de Jeanete de Moraes Souza.
Retornando à parte prosaica do Almanaque, Anchieta Mendes disserta sobre o papel da mulher no Terceiro Milênio, abordando aspectos como o Princípio da Isonomia, o Dia Internacional da Mulher, e a participação do setor feminino nos mais diversos setores da sociedade. Wilton Porto conta as desventuras de Ana Li, uma menina pobre do interior que vai morar e sofrer agruras com uma família moradora de uma grande cidade.
Em Homenagem, Maria Luiza Motta de Menezes relembra vida e obra de um dos maiores poetas piauienses de todos os tempos, Da Costa e Silva, em texto repleto de poemas de autoria do escritor. Já no texto intitulado Depoimento, Chagas Rodrigues conta seus desafios enquanto governador do Piauí, entre 1958 e 1962. Já na obra Os Outros Filhos de Dona Miloca, Pádua Santos relata a passagem dessa simpática senhora, prestativa, que com seu afeto e cuidado, era querida por muitos moradores da cidade, inclusive de pessoas de nome na cidade, tratando-se da mãe do cronista. Em Cidadania, o juiz e escritor Oton Lustosa reflete sobre o termo-título, chave para o exercício de direitos fundamentais previstos na Carta Magna de 1988.
Em mais uma seção de imagens, denominada Ensaio Fotográfico – Parnaíba Atual, vários pontos da cidade são mostrados, como o Edifício Ville Marseille, o auditório da então UFPI (atual UFDPar), o Parque Ambiental Lagoa do Bebedouro, as quadras poliesportivas do Bairro São José e do Catanduvas, o Ginásio Poliesportivo do Colégio Estadual Lima Rebelo e a fachada do Condomínio Esplanada da Estação.
A obra prossegue com a crônica Fragmentos, do advogado Paulo de Tarso Mendes de Souza, seguida pela crítica feita pela professora Letícia Fraga do romance Bandeirantes: Os Comandos da Morte, de Assis Brasil. Haroldo Amorim Rego relembra as histórias de Mané Rosa, conhecido seu, memorialista oral, analfabeto, contador de histórias.
Lauro de Andrade Correia retorna com um artigo dedicado à história de conhecidas famílias e figuras da cidade de Sobral – CE, abordando também aspectos históricos da cidade, além de citar vários autores que trabalharam suas genealogias, diretamente atreladas à história da própria cidade de Parnaíba.
Embasado em robusta bibliografia, Marc Theophile Jacob trabalha o poder em seu artigo, analisando como o termo andou ao longo dos tempos, desde à Idade Média, citando grandes hegemonias passadas como o Japão e Portugal, além de citar várias obras que abordam o conceito sob os mais variados aspectos, tratando, por fim, como se dá essa relação nos dias atuais.
Em Poesia Parnaibana – Poetas Vivos, o trabalho traz algumas obras em verso de grandes nomes do cenário poético local, como Onde Estão Teus Filhos, de Anchieta Mendes; Vida In Vitro, de Elmar Carvalho; Viageiro, de Israel Correia; Balada do Motoqueiro, de Alcenor Candeira Filho; Silêncio, de Wilton Porto; Antimusa, de Ednólia Fontenele; Indyo, de Zezo Carvalho, Canção do Vaivém; de Edmeé Pires de Castro; Pisando em Ovos, de Danilo de Melo Souza; Sentimentos, de Paulo Couto, Éden, de Jorge Carvalho; Viração, de Pádua Santos; e Saudade Infinda, de Chagas Rodrigues.
O Discurso Que Não Proferi, o saudoso acadêmico Antero Cardoso Filho saudou o novel acadêmico da APAL Francisco de Assis Moraes Souza, aproveitando o ensejo para abordar aspectos da história de Parnaíba.
O escritor João Evangelista relata em seu texto, que segue o Almanaque, passagens sobre a gameleira que cobre o túmulo da poetisa Luíza Amélia, o cajueiro de Humberto de Campos e a Casa Grande de Simplício Dias, importantes monumentos da história da cidade de Parnaíba e do Piauí. Em seguida, a jornalista Sólima Genuína abrilhanta a obra com seu poema Comunhão Universal.
No texto Capitão, Corra, o saudoso Rubem Freitas relata uma famosa contenda de caráter político ocorrido em Parnaíba em plena Ditadura Civil-militar. Raimundo Neves Marques prossegue com seu texto Raimundo Dias da Silva, irmão de Simplício Dias, que fora assassinado em abril de 1812, trazendo esclarecimentos históricos no intuito de dispersar lendas sobre o assunto.
Em A Saúde Pública no Brasil e o SUS, o médico Valdir Edson Soares faz um traçado histórico sobre essa área do conhecimento no Brasil, desde a criação do Ministério (1953), passando pela articulação de vários programas de nível regional, até a implementação legal definitiva do Sistema Único de Saúde, em 1990.
As últimas páginas da obra são dedicadas aos anúncios, trazendo um pouco do trabalho realizado pelo SESC, trazendo também variadas fotos de vários pontos da entidade nos municípios do Piauí. O que se segue é breve histórico da Cooperativa Delta, anunciando logo em seguida a Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima Ltda.
As páginas seguintes são dedicadas à organização da própria APAL, trazendo o quadro da Diretoria que geriu a entidade entre 1999 e 2001, além do quadro de acadêmicos de até então.
Como já de costume dos almanaques anteriores, as biografias de dois patronos foram pormenorizadas, sendo eles Alarico da Cunha (cadeira n° 05) e Benedicto Jonas Correia (cadeira n° 06). E, por último, de autoria do saudoso prof. Iweltman Mendes, o Anuário Parnaibano de 1995 fecha a obra, com a ficha completa dos aspectos da cidade na época, destrinchada em detalhes pelo estudioso.
Jailson Júnior
Texto publicado originalmente na edição 166 de O Piaguí, em março de 2022.
É com profundo sentimento de pesar que a Academia Parnaibana de Letras – APAL, solidariza-se com amigos e familiares da sra. Alzenira Carvalho do Val, pela dor e tristeza do seu falecimento ocorrido hoje, 15 de junho, nesta cidade de Parnaíba – PI.
Natural de Buriti dos Lopes, a senhora Alzenira Carvalho Val era a irmã mais velha do presidente desta Casa, escritor e jornalista José Luiz de Carvalho. Viúva de Candido Laurindo do Val, faleceu aos 94 anos de idade. O casal residiu em Parnaíba por mais de 70 anos e tiveram os seguintes filhos:
Laurindo, aposentado do Banco do Brasil e Maria da Conceição conhecida como Maricota do Banco do Brasil, já falecidos; Lucia de Fátima(professora), Cândido Junior( aposentado do Banco do Brasil), Alzenira Filha(professora), Bernardo José (Policial Rodoviário Federal aposentado) e Aderson Carvalho Val também do Banco do Brasil..
Aos membros da família Carvalho do Val, em especial ao confrade José Luiz de Carvalho os profundos sentimentos de pesar de todos os membros deste sodalício .
O Almanaque da Parnaíba do ano de 1998 foi o de n° 65 da história do periódico e o quinto lançado sob a égide da Academia Parnaibana de Letras. O conselho editorial continuou a cargo da equipe que esteve na vanguarda da organização das edições anteriores (os acadêmicos Lauro Andrade Correia, Alcenor Candeira Filho, Israel José Nunes Correia e Fernando Basto Ferraz, e o anterior curador e detentor dos direitos da obra, o professor Manoel Domingos Neto).
Mais uma vez, contou com o apoio da Gráfica e Editora da Universidade Federal do Piauí (UFPI), além do suporte dado pela então gestão da Prefeitura Municipal de Parnaíba (PMP). Na capa daquela edição, o imponente monumento construído no Centro Cívico de Parnaíba (com foto de autoria de José Souza), e, na contracapa, trouxe um pouco da beleza das dunas do litoral parnaibano, com foto da Lagoa do Portinho, à época (com foto de autoria de Antônio Vieira Filho).
Após breve apresentação e índice, a primeira matéria trazida foi sobre o Centro Cívico de Parnaíba. Localizado no centro da cidade, o texto traz todos os detalhes que constituíram a obra, desde a idealização, feita por Lauro Correia em 1963, até à autorização, dada pela Lei Municipal n° 303, de 14 de agosto de 1964, seguido da construção (ocorrida nos anos de 1965 e 1966) até sua inauguração, em 7 de setembro de 1966. O texto traz também o responsável pelo projeto, o arquiteto Regis de Athayde Couto, além de muitos detalhes pertinentes ao monumento.
Logo após, o então prefeito, Antônio José de Moraes Souza Filho, trouxe seu discurso de lançamento do Almanaque da Parnaíba do ano anterior, 1997, edição 64. Em VIEIRA E A ORATÓRIA DO SEISCENTOS, o professor universitário e escritor M. Paulo Nunes aborda um pouco da biografia do Pe. Antônio Vieira, o mais importante nome da prosa barroca brasileira.
Como foi de praxe das edições anteriores, o acadêmico Assis Brasil abrilhanta a obra com seu conto TRISTESSE, seguido pelo professor Francisco Filho, que aborda em seu artigo TRAJETÓRIA DO MERCOSUL os embriões que deram origem ao mais importante bloco econômico da América Latina, além de breve histórico e aspectos relevantes como o processo de formação, a estrutura institucional, a união aduaneira, os acordos feitos com Chile e Bolívia, o tamanho do bloco, finalizando com três anexos referentes aos temas citados no corpo do texto.
Elmar Carvalho saudou o poeta H. Dobal, que, em 14 de novembro de 1997, recebeu o título de Cidadão Campomaiorense, na sede da Câmara Municipal de Campo Maior, o palácio Jenipapo. Em DOIS VOCÁBULOS, a saudosa Edmeé Rego Pires de Castro trata sobre a etimologia das palavras Almanaque (trazendo também breve histórico sobre alguns Almanaques ao redor do Brasil) e Parnaíba, fazendo também breve percurso histórico sobre a cidade, abordando temas ainda hoje em voga como o turismo, a economia, o desenvolvimento educacional, os meios de comunicação, entre outros. O texto data de 23 de janeiro de 1998.
A série Memória Fotográfica, assim como nas edições anteriores, traz imagens de uma Parnaíba de outrora, trazendo imagens da Praça Coronel Jonas Correia, da Praça Santo Antônio, da Rua Josias Moraes, da Vila Jonas, do Mercado de Frutas, da Arquibancada do Parnaíba Sport Club, da Praça da Graça, e, mais uma vez, da Praça de Santo Antônio. Todas as fotos foram retiradas e reproduzidas da edição de n° 17 do Almanaque, ao ano de 1940.
Logo a seguir, o conto O AGRADO, de Magalhães da Costa, retorna a obra ao aspecto literário, abordando uma passagem do coronel Trajano de Brito Pessoa, o coronel Tra, com ambientação na freguesia de Nossa Senhora do Carmo de Piracuruca. Em JOSÉ PIRES E O SOBRINHO, Luiz G. F. Menezes, em crônica, traz uma passagem sobre o garoto Luiz, sobrinho do professor e culto José Pires de Lima Rebelo. A passagem traz uma viagem que fizeram de Campo Maior à Parnaíba, tendo, no caminho, contato com as histórias de fundação de Piracuruca, Piripiri, além da Batalha do Jenipapo, até a chegada aqui na cidade.
Em NATAL ONTEM! NATAL HOJE! a professora e acadêmica Lígia Ferraz relata a sua visão sobre a tradicional festa cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo, ao mesmo tempo em que retorna ao passado através de suas memórias, vividas na cidade de Oeiras, onde nasceu. Quem segue o curso da obra é Benjamim Santos, filho de Bembém, fundador do Almanaque, que em seu poema
ROMANCE DE MORTE DE DONA MARIA CAROLINA THOMÁSIA DE SEIXAS DIAS E SILVA (cujo nome escrito em sua lápide na catedral de Nossa Senhora da Graça é Carolina Thomazia Dias de Seixas e Miranda), narra, em primeira pessoa, o assassinato da filha de Simplício Dias da Silva, de autoria de um escravizado da família, de nome Aleixo, em 27 de agosto de 1850.
Em O DESAFIO DA ETERNIDADE, o saudoso professor Iweltman Mendes comenta sobre o dia em que recebeu a notícia do falecimento do Dr. Cândido Athayde, chamado pelo próprio Mendes no texto de David de Tutoia, frente à morte, a qual venceu tantas vezes, na sua condição de médico. Em VAMOS ESCREVER NA AREIA?, Heitor Castelo Branco Filho, da Academia Piauiense de Letras (APL), rememora o prazer de ter conhecido Malba Tahan, pseudônimo de Júlio César Mello e Sousa, autor de clássicos da literatura brasileira como O HOMEM QUE CALCULAVA, MAKTUB, entre outros, com fortes influências da matemática e do mundo árabe em suas produções. No mesmo texto, Filho põe em evidência a história título de seu texto, que conta a história da amizade entre Nagib e Mussa, marcadas por acontecimentos que são verdadeiras lições de vida a todos.
Nesse momento, a obra adentra na seção POESIA PARNAIBANA – POETAS FALECIDOS, trazendo os textos SONETO LVII, de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, MIGUEL ÂNGELO, de Jonas da Silva, CONTRASTE, de Tomaz Catunda, O PARNAÍBA, de Oliveira Neto, COMPREENSÃO, de Vicente Araujo, RENATA, de Renato Castelo Branco e TESTAMENTO DE CACIQUE, de Paulo Veras.
Em REVOLUÇÃO SILENCIOSA, o professor Fernando Ferraz traz o fenômeno da globalização e a integração econômica entre as nações representada pelos blocos como MERCOSUL, NAFTA, PACTO ANDINO, ASEAN, ligando isso à atividade do SEBRAE com o fomento à atividade empresária e produtora. Cita ainda textos de Robert Kurz, Maristela Basso, Fernando Bessa, além do poeta piauiense H. Dobal. O referido texto foi proferido na solenidade de encerramento da 2ª turma da 1ª fase do SEBRAE IDEAL em Parnaíba, no mês de março de 1998.
Em NOSSO PARNAÍBA, o engenheiro Orfila Lima dos Santos traz um rico material sobre vários estudiosos que, ao longo das décadas, teceram trabalhos sobre o Velho Monge, citando nomes de vários desses estudiosos, além das obras escritas pelos citados sobre vários aspectos da estrada líquida mais célebre do Piauí, citando, ao final, iniciativas que poderiam ser implementadas para o melhor aproveitamento de suas águas.
O Almanaque da Parnaíba de 1998 segue com seis poemas do poeta Alcenor Candeira Filho, denominados SONETO INOMINADO, OUTRO SONETO INOMINADO, SONETO DOS QUARENTA ANOS, BURGUÊS, DÍVIDA e
TELEVISÃO. Lauro Correia segue com seu texto JUBILEU E BODAS, onde relata o antigo costume de se celebrar as diversas bodas durante a vida.
Em DIRETRIZES PARA O PLANEJAMENTO DE ÁREAS VERDES EM PARNAÍBA-PI, o arquiteto Régis de Athayde Couto relata seu projeto de arborização e aumento das áreas verdes da cidade, que à época contava com 0,50 m2 por habitante, longe da média ideal de 6,00 m2 por habitante. Na crônica ÓDIO E RANCOR, o saudoso jornalista Batista Leão reflete sobre esses dois sentimentos típicos da natureza humana.
A clássica coluna ENSAIO FOTOGRÁFICO traz algumas imagens terrestres e aéreas de pontos da cidade de Parnaíba, sendo eles a Av. Pinheiro Machado e a antiga UFPI (hoje UFDPar), a Ponte Simplício Dias e a PVP, o Bairro São José e a COBRASIL, o Cajueiro Humberto de Campos, a Igreja do Rosário, o prédio do Banco do Brasil, a Escola Normal Francisco Correia e o Terminal Rodoviário de Parnaíba.
Em SIMPLICIDADE, TEU NOME É MARIANO, o Dr. Carlos Araken relata breve biografia do médico amigo de seu pai, Dr. Mariano Lucas de Sousa, relatando também a importância do médico para sua própria formação pessoal na Medicina.
Renato Neves Marques traz em seguida um texto que revela dados importantes sobre a CASA GRANDE DE SIMPLÍCIO DIAS, detalhes trazidos pelo autor em robusta pesquisa realizada em documentos idôneos, pertencentes a cartórios e arquivos públicos, principalmente os inventários de Simplício e seus descendentes, esclarecendo também dúvidas sobre a propriedade do suposto Vista Alegre, imóvel que pertenceu ao Coronel Miranda Osório, no Centro de Parnaíba (onde hoje é o Armazém Paraíba). Além disso, também trata do imóvel que existia entre a Casa Grande e a Catedral, que pertenceu ao irmão de Simplício, Raimundo Dias da Silva.
Em seguida, o professor Jorge Falcão Paredes trata sobre AS VIAGENS CIENTÍFICAS QUE ANTECEDERAM E SEGUIRAM O TRATADO DE TORDESILHAS (título do texto), descrevendo algumas das missões dos colonizadores ibéricos à América Pré-Colombiana, no movimento histórico conhecido com As Grandes Navegações, empreendidos principalmente por Portugal e Espanha.
João Evangelista Mendes da Rocha rememora e detalha quatro grandes projetos perseguidos pelo Piauí no último século: a plena navegabilidade do rio Parnaíba, a conclusão do porto de Luís Correia, a ligação férrea do litoral à Teresina e a barragem do rio Piracuruca, sejam eles concluídos, em conclusão, em desenvolvimento, ou sequer iniciados.
A obra segue com o discurso de posse do acadêmico José Wilson Ferreira Sobrinho na APAL, ocorrido no dia 19 de outubro de 1991, assumindo o mesmo a cadeira n° 2 da entidade. Logo em seguida, a série Parnárias traz textos ufânicos de Alarico da Cunha (O Centenário de Parnaíba), R. Petit (Terra Cabocla), Édson Cunha (Pedra do Sal), Alcenor Candeira Filho (Memorial da Cidade Amiga), Jorge Carvalho (Igara… Igaraçu… Igara a Pé), Elmar Carvalho (Marítima), Israel Correia (Parnaíba Apocalíptica), Doralice Craveiro de Carvalho (Porto das Barcas) e Anchieta Mendes (A Morte do Parnaíba).
A obra singra com o texto de Israel sobre os diversos conceitos científicos de gerência, sua função e sua importância, amparado em robusta bibliografia sobre o assunto. Em SANTO ANTONIO CASAMENTEIRO, Anchieta Mendes conta um pouco da origem do conhecido cânone, de origem portuguesa, contando, à partir daí, histórias, anedotas e uma cópia de uma ladainha proferida em nome dele, corroborando a relevância do santo para o folclore e religiosidade da legião de católicos ao redor do mundo.
Rubem Freitas, saudoso jornalista, comunicador, criador da Semana da Imprensa (1962), descreve a situação em que relatou a uma aluna a biografia do Deputado José Pinheiro Machado, de quem foi funcionário e amigo. Freitas detalha em seu texto os primeiros estudos, carreira, cargos e demais detalhes, tanto pessoais quanto memorialísticos da carreira de um dos políticos mais influentes da história do Piauí.
Sólima Genuína dos Santos retorna com o texto MENSAGEM DE ADEUS, contando a breve história de vida da educadora parnaibana Maria do Socorro Alencar. Em A ESCOLA QUE QUEREMOS, Wilton Porto faz um apanhado geral da instituição escola, da importância dos educadores para a sociedade, ao mesmo tempo em que faz um organizado material nos seguintes tópicos: Uma Escola de Qualidade, A Escola Necessária Para os Tempos Modernos, A Escola e o Seu Meio, Democracia nas Escolas, e por último, a conclusão.
O médico Valdir Edson Soares faz uma análise sobre o Cooperativismo Médico, surgido no Brasil em Santos, na segunda metade do século passado, embriões de órgãos como a UNIMED, UNIODONTO, UNICREDS e USIMEDS.
Logo em seguida, um detalhado histórico das origens do Serviço Social do Comércio (SESC), criado em 1946, a criação da primeira Delegacia em Teresina, logo após em Parnaíba (1948), além dos objetivos e da missão da entidade, de importância ímpar para o desenvolvimento e manutenção de diversos setores da sociedade piauiense e brasileira. Finaliza-se o conteúdo com sete fotos de pontos do SESC, sendo o CA Brasílio Machado Neto, em Parnaíba, o CA Roland Jacob, em Floriano, o Centro Integrado Cultural, em Teresina, o CR Ranulpho Torres Raposo, também em Parnaíba, e uma imagem do presidente do CR SESC à época, Lucimar Veiga de Almeida.
A próxima seção do Almanaque se dedica a anunciar as Clínicas Médicas de Parnaíba, importantes no desenvolvimento do setor de saúde da cidade, sendo elas a Pronto Clínica, a Clínica Armando Cajubá, a Pró-Médica, o Pronto Socorro 24 horas, a Endoanálises e a Centro-Clínica. Uma curiosidade interessante do texto é que traz breve histórico sobre as residências e os antigos donos de onde as entidades estavam (estão) situadas. Segue-se a matéria com as fotos das fachadas dos prédios das clínicas. As próximas páginas se dedicam a trazer anúncios particulares de cada uma das entidades citadas, finalizando com uma homenagem da UNIMED aos médicos.
A seguir, a obra traz o quadro da diretoria que dirigiu a APAL entre 01/08/1997 e 31/07/1999, além do quadro social da instituição em 01/08/1998, com as cadeiras e seus até então ocupantes. As próximas seis páginas se dedicam a contar as biografias dos patronos das cadeiras n° 3 e n° 4 da APAL, Benedito dos Santos Lima (criador do Almanaque) e Ademar Neves, respectivamente.
Nesse momento, a obra chega ao Memorial 21/1998 da APAL, dirigido ao já mencionado Orfila Lima dos Santos, que endereçou carta ao prefeito municipal de Parnaíba à época, contendo as assinaturas de 69 parnaibanos residentes no Rio de Janeiro, dentre outras coisas, solicitando a criação de um antigo sonho, o Centro Cultural 19 de outubro. No referido memorial, assinado pelos 16 acadêmicos que moravam na cidade na época, há citados 11 comentários acerca do teor da correspondência vinda do solo carioca, além de demais detalhes sobre as missões da APAL e o estado de funcionamento de algumas entidades ligadas ao setor cultural na época.
Em seguida, o saudoso professor Iweltman Mendes traz o Anuário Parnaibano de 1995, trazendo detalhes atualizados sobre a cidade, em todos os seus aspectos mais relevantes, seguido pela agenda de Realizações da Prefeitura de Parnaíba no ano de 1997, desenvolvidas na então gestão municipal.
Finalizando a edição, o Almanaque de Parnaíba traz o PLANO DE DESENVOLVIMENTO MACROECONÔMICO elaborado pelo professor emérito da UFPI e acadêmico Lauro Andrade Correia, que contemplava os municípios de Parnaíba, Luís Correia e Buriti dos Lopes com 12 propostas de obras que ampliarem o potencial de desenvolvimento em múltiplas áreas da região, além do PLANO DE DESENVOLVIMENTO MACROECONÔMICO INTEGRADO DO ESTADO DO PIAUÍ, com 11 propostas para desenvolver as diversas regiões do estado como um todo.
Jailson Júnior
Texto publicado originalmente na edição 163 de O Piaguí, em dezembro de 2021.
Dando continuidade à nossa série Memória Almanaque, dessa vez analisaremos de forma sucinta a edição de 1997, a quarta editada sob a responsabilidade da Academia Parnaibana de Letras. Com a capa trazendo a vista aérea da cidade de Parnaíba em seu encontro com a cidade de Ilha Grande simbolizada pela ponte coronel Simplício Dias da Silva, além da parte de trás trazendo a foto da fachada da Academia na época, essa edição mais uma vez teve o apoio da Gráfica e Editora da UFPI, que também imprimiu os 3 volumes imediatamente anteriores. O Conselho Editorial da edição ficou a cargo dos acadêmicos Lauro Andrade Correia, Alcenor Candeira Filho, Manoel Domingos Neto, Israel José Nunes Correia e Fernando Basto Ferraz, contando também com o apoio da Prefeitura Municipal de Parnaíba.
Logo após breve apresentação e índice, a edição começa com o texto Descrições da Paisagem Parnaibana, onde são trazidos à tona três textos literários que muito bem descrevem o cenário parnaibano sob à sensível ótica de Humberto de Campos, em seu texto Morros, Renato Castelo Branco com o seu Descrição de Parnaíba e o Velho Cais, do enigmático Assis Brasil.
Em Parnaíba Mudou (Para Melhor), o então prefeito Antônio José de Moraes Souza Filho traz diretrizes sobre a filosofia adotada pela sua gestão à frente da cidade de Parnaíba em relação à gestão de recursos e serviços destinados à população.
No texto A Falsa Aceleração do Tempo, o professor Manoel Domingos reflete sobre a velocidade crescente das mudanças que estão ocorrendo na vida em sociedade, e como isso se materializa nas relações humanas, na relação entre sociedade e tradição, na política, nas comunicações, entre outros campos da vida.
Marc Jacob em Portugal e a Epopeia dos Descobrimentos analisa a saga do país lusitano à partir de 1494, quando deu início ao seu processo de expansão das fronteiras durante o fenômeno das Grandes Navegações, iniciado no início do século XV, com a colonização de partes da África, o “descobrimento do Brasil”, e as consequências dessa busca pelo Eldorado para a própria metrópole e suas futuras colônias.
Em professor Wall Ferraz: o Homem, o Político, o Administrador, o professor e jornalista Renato Bacellar traz uma breve biografia do notório prefeito de Teresina, desde a época da juventude, quando foi presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito, vereador (1955-1963), vice-prefeito (1963), Secretário Estadual de Educação (1971-1975), prefeito de Teresina (1975-1979), além de demais atuações como professor e homem público até sua partida, em 22 de março de 1995.
Mário dos Santos Carvalho é homenageado em Lembrança que Permanece, de João Maria Madeira Basto, cidadão parnaibano que atuou firmemente pelo futebol parnaibano, protestou contra a reforma que sofreu a Praça da Graça na década de 1970, sendo também poeta, escritor, além de amigo íntimo do autor, que o homenageou de forma simbólica na presente edição. Na sequência, a jornalista Sólima Genuína traz à tona seu veio sensível, mostrando força poética e leveza em seu poema Mistério do Ser.
A já conhecida série Memória Fotográfica traz um pouco da arquitetura clássica do Centro Histórico de Parnaíba, trazendo logradouros que abrigaram conhecidos colégios da cidade de outrora, como o Ginásio Parnaibano (atual Colégio Miranda Osório, gerido pelo Sesc Piauí), o antigo prédio do Grupo Escolar Miranda Osório, o prédio do Grupo Escolar José Narciso, o prédio do Colégio Nossa Senhora das Graças (ainda em atividade), do Grupo Escolar Luíz Galhanoni (onde funciona atualmente o Centro Cultural de Línguas), o Instituto São Luiz Gonzaga, o Grupo Escolar João Cândido e a Escola Lima Rebelo, atual Colégio Estadual Lima Rebelo, sendo todas as imagens datadas do ano de 1940.
Em Plano de Desenvolvimento do Piauí, Lauro Correia, acadêmico e ex-prefeito, emite carta pública a diversas autoridades nacionais sobre a situação do estado e à época, a não inclusão do Piauí em diversos projetos de desenvolvimento regional. Pádua Ramos usa seu amplo conhecimento em Economia para buscar os problemas da escassez de emprego e renda no Nordeste, trazendo teorias consagrados de importantes teóricos a nível mundial como John M. Keynes, Eric Fromm, Ruy Barbosa, entre outros.
Anchieta Mendes homenageia um dos grandes homens que Parnaíba teve como filho, o diplomata Frederico de Castelo Branco Clark, desde seu nascimento, em 1887, seu ingresso na Diplomacia em 1908, a passagem por Paris, Genebra, Bolívia, Cuba, Suécia, Japão, entre outras cidades importantes a nível mundial, suas obras deixadas enquanto escritor até sua partida deste mundo no ano de 1971, também em Parnaíba.
Na cômica e reflexiva crônica Vai Já Apanhar…, Rubem Freitas, saudoso pioneiro da comunicação parnaibana e membro da APAL, relembra em uma divertida e irreverente crônica seu amigo e companheiro de trabalho Bernardino da Costa Souza, o Beré, ao mesmo tempo que reflete sobre o velho costume da compra e venda de votos no Brasil. Logo em seguida, o prof. Jorge Falcão Paredes reflete sobre o prognóstico de um Brasil melhor, mas que ainda padece de males como o coronelismo moderno, a falta de instrução da população, a corrupção, entre outros males sociais ainda persistentes e bastante atuais.
O histórico dilema entre ciência e religião, questões éticas, morais, filosóficas, jurídicas, dentre outras, são trazidas pelo professor da UFMG José Wilson Ferreira Sobrinho em seu artigo intitulado A Clonagem de Seres Humanos. O referido tema, altamente em voga no ano de 1997 com a clonagem da ovelha Dolly, serviu de plano de fundo para um texto que caminha por visões múltiplas, abordando várias áreas do conhecimento humano.
O Almanaque também dedica parte de suas páginas a escritores a literatos já saudosos, na seção Poesia Parnaibana – Poetas Falecidos. Na primeira da edição n° 64, temos o Soneto LXVI, de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, Barro Amarelo, de Jonas da Silva, A Virtude Maior, de Alarico da Cunha, Qual dos dois?, de R. Petit, Estância do Amor, de Oliveira Neto, O Terceiro Milênio, de Renato Castelo Branco, Paisagem Natalina, de Fonseca Mendes, Passeio Pela Via Láctea, de Virgínia Lombardi e Aos Quase Trinta, de Paulo Veras.
Fernando Ferraz traça possíveis caminhos que poderiam ser tomados para a melhoria da qualidade de vida da população em Alternativas para Parnaíba, como o melhoramento de serviços públicos, o incentivo à vinda de indústrias e empresas é até mesmo a criação de um Parque Ecológico, aumentando a quantidade de área verde presente na parte urbana da cidade.
Em uma visão metalinguística da própria obra, o poeta Alcenor Candeira Filho faz uma análise sobre as propagandas veiculadas nos Almanaques da Parnaíba das décadas anteriores, em um tempo onde não havia ainda rádio e televisão, destacando a importância desses registros para a posteridade, havendo também a reprodução de alguns desse anúncios em anexo, finalizando com seu poema Soneto Fluvial.
Renato Neves Marques prossegue com o seu discurso de posse na cadeira n° 4 da APAL, proferido em 24 de agosto de 1996, seguido pelo jornalista Batista Leão, que relembra uma crônica escrita em 29 de março de 1977, falando sobre um Brasil já devastado por marasmos sociais de toda sorte, não muito diferente do Brasil logo após 20 anos da referida reflexão.
Em Parnaíba e a Nossa História, Orfila Lima dos Santos detalha ações ocorridas em solo parnaibano, desde as ações do empresário João Carlos Diniz, até a vinda de Domingos Dias da Silva, a consolidação do império de exportação continuado por seu filho Raimundo e principalmente por Simplício Dias da Silva, importante político e empresário que participou ativamente do movimento de independência do Brasil que ocorrera em solo parnaibano em 19 de outubro de 1822.
Em Ave, Brasília!, Fernando Ponte homenageia a capital do Brasil, dedicando o poema também ao amigo Dr. José Adirson Vasconcelos. Em mais uma sessão de imagens, dessa vez intitulada Ensaio Fotográfico, são mostradas várias fotografias de pontos importantes da cidade, tais como a Avenida Álvaro Mendes, o Colégio Diocesano Luiz Gonzaga, o campus universitário da UESPI, o Centro Desportivo Dirceu Arcoverde (Verdinho), a Igreja São Sebastião, a Avenida Coronel Lucas Correia e o Cemitério da Igualdade.
Com sua análise acurada da realidade, o inesquecível Assis Brasil brindou a edição de 1997 com a crônica Os Banhos de Lindalva, retratando uma cidade preconceituosa de décadas anteriores, situada na beira da outrora estrada líquida do Delta. Brasil ainda teria logo em seguida sua obra “Jeová dentro do judaísmo e do cristianismo: sonâmbulos e cegos nas vias tortuosas para a volta ao Paraíso”, editada pela Imago e publicada naquele mesmo ano pelo escritor e crítico literário Jorge Serra, que fez uma análise sobre os pormenores e dos temas que Brasil traz em sua obra.
Em Parnaíba – Velhos Tempos, Belos dias, Paulo Vinicius Madeira Basto relembra a cidade de sua infância, das décadas de 1950 e 1960, citando diversos logradouros da cidade e como era a vida naquela época, ainda embrionária em relação à modernidade da época.
O professor Francisco Pereira Filho em Internautas na Internet reflete sobre a rede mundial de computadores e suas possíveis implicações na vida da humanidade, além de elencar diversas possibilidades que ela já oferecia naquele momento. Em seguida, o historiador Adirson Vasconcelos, já homenageado na mesma edição em poema publicado anteriormente, contribui com o seu poema Exaltação à Brasília, em alusão ao 37° aniversário que a cidade celebrou naquele ano.
O poeta Wilton Porto relembra um visceral amor da juventude vivido em viagem feita a São Paulo no ano de 1978, durante o mês de Carnaval, terminando o texto com dois poemas, seguido por Lígia Ferraz, trazendo a crônica Desabafo, que retrata a trajetória do casal Severo e Marlene.
Na seção Parnárias, poetas consagrados da literatura local nos brindam com seus textos, sendo os poemas Praça da Graça, de Anchieta Mendes, Bar do Gago, de Alcenor Candeira, Salve São João, de Jorge Carvalho, Multiplicação da Miséria, de Pádua Santos, Paisagem Marinha, de Elmar Carvalho, S. O. S., de Fernando Ferraz e Porto das Barcas, de Carlos Marinho.
A obra prossegue com o discurso do escritor Israel Correia, integrante do Conselho Editorial e que naquele ano assumiu o cargo de diretor do Campus da UFPI em Parnaíba, Ministro Reis Velloso, proferido em 19 de março de 1997. Em Esperança, a saudosa Edmeé Rego Pires de Castro reflete sobre esse que é o motor da humanidade, a crença em dias melhores, baseada em suas experiências próprias e suas leituras.
O Casamento do Futuro Visconde, do escritor Luís G. F. Menezes, relata de forma histórico-romântica o casamento de Né de Sousa (Manuel de Sousa Martins), que mais tarde se tornaria o Visconde da Parnaíba, ao mesmo tempo que dá um breve prelúdio sobre as origens da cidade de Oeiras, primeira capital do Piauí.
A célebre obra Rosa dos Ventos Gerais, do campomaiorense e imortal da APAL e da APL Elmar Carvalho é objeto de resenha crítica da leitora Teresinha Queiroz, que aborda aspectos líricos do Magnum Opus de Carvalho.
O advogado Paulo de Tarso Mendes de Souza toma emprestado o título da obra que inaugura o Naturalismo na literatura mundial (Germinal, do escritor francês Émile Zola) para homenagear em um texto emocionado e de rara beleza poética os trabalhadores sem-terra e todos aqueles que ao longo da história do Brasil, tiveram seus direitos sequestrados e padeceram sob uma pretensão utópica e distante de uma justa Reforma Agrária.
Em Observações Sobre o Piauí, o pesquisador, sociólogo e demógrafo Olavo Ivanhoé de Brito Bacellar sintetiza, em detalhada análise teórica e numérica as causas do atraso e do subdesenvolvimento do estado, elencando diversos dados que fundamentam sua tese, além de oferecer sugestões sobre como tais problemas poderiam ser atenuados ou mesmo solucionados.
Em Informática e Saúde, o médico Valdir Edson Soares destaca as várias benesses da Informática da vida em sociedade, dando enfoque no uso que a tecnologia tem sido e pode vir ser a usada para avanço também da Medicina, tanto a nível nacional, quanto regional e por último local.
As últimas páginas da edição n° 64 se dedicam a divulgar várias instituições importantes do desenvolvimento do Piauí, com breve histórico, objetivos e metas, sendo elas o SESC – Administração Regional do Piauí, a E. M. Santos Agroindústria Comércio LTDA, qualificada na produção de pasteurizados, entre eles o famoso Leite Longá, a Santos Indústria e Comércio Ltda., dedicada ao ramo dos combustíveis e demais produtos derivados do petróleo para uso automotivo e a Unimed Parnaíba, elencando também sua primeira diretoria local.
Na seção Patronos da APAL há 4 páginas, as duas primeiras destinadas ao patrono da cadeira n° 1 do silogeu, José Pires de Lima Rebelo e as outras duas ao patrono da cadeira n°2, Edison Cunha.
E por fim, concretizando a edição do Almanaque ora esmiuçada, o professor Lauro Correia retorna, dessa vez apresentando dois documentos de sua autoria, o primeiro intitulado Plano de Desenvolvimento Macro-Econômico – (Síntese) e o segundo denominado Plano de Desenvolvimento Macro-Econômico Integrado do Estado do Piauí – (Síntese).
Jailson Júnior
Texto publicado originalmente na edição 159 de O Piaguí, em agosto de 2021.