Se eu fosse resumir em poucas palavras, as sensações que um professor sente ao ministrar uma aula… Diria que os segundos que antecedem a entrada em cada turma, são de uma ansiedade benéfica, diria eu preciosa, uma sensação sem igual. Não há medida racional, por assim dizer, que explique tamanho prazer, e olha que isso vale até para as turmas mais complicadas.
Ao ter início o contato com os alunos, através de um bom dia, uma boa tarde ou boa noite, entramos num mundo complexo e de enormes ramificações; o que os alunos sentem naquele instante, acaba por se misturar com o que o professor carrega dentro de si. Como numa simbiose, uma união onde os dois lados trabalham intensamente, compartilhando conteúdos, lições de vida e sentimentos. O que ensinamos e o que recebemos do contato com nossos alunos são ações que nos atingem, às vezes de forma alegre, outras decepcionante, porém nunca de forma passiva. São fatos que, muitas vezes, alteram nossa percepção de como enxergar a vida, e nos empurram para milhões de outras experiências. E ao término de cada aula, nos despedimos, desejando que nossos alunos tenham aprendido o tanto que aprendemos com eles, a cada mês, a cada ano, a cada década.
É preciso dizer, ou melhor, é preciso confessar, que embora alguns nomes e rostos sejam esquecidos com o tempo, em contrapartida, a lembrança dos sorrisos e das brincadeiras é eterna. No fim, apesar de todo estudo e trabalho que tanto a vida nos exige, são estes breves, mas preciosos momentos de descontração, que fazem a gente deitar na cama à noite, mesmo exaustos, e dizermos: Vale a pena!
(De um professor que aprende, e que se surpreende, a cada instante.)
Claucio Ciarlini