A vida não é resumida apenas ao que podemos ver e tocar, mas principalmente do que podemos sentir. O que é visível aos olhos é apenas um punhado de meros detalhes, no decorrer de nossas histórias. Os primeiros passos que damos, as primeiras palavras que dizemos, não são apenas “coisas mecânicas” que naturalmente se desenvolvem com o tempo, na verdade é um conjunto de esforço e coragem de cada um de nós, com a ajuda de quem nos auxiliou. Quando enfrentamos a escola, e as suas infindáveis disciplinas, não levamos apenas a razão, que tanto nos ajuda a fazer cálculos e expressões. Levamos também os sentimentos que nos fazem compreender os “porquês” e “comos”. O primeiro beijo não é apenas um encontro de bocas, mas uma troca de sensações que nos conduzem a milhares de novas percepções do que é a vida e dos sentidos dela. O primeiro emprego é algo que desafia os braços e a inteligência, mas que na verdade acaba por ser um verdadeiro teste psicológico que a cada dia lutamos para vencer e nos manter inteiros na árdua estrada da sobrevivência. No meu percurso, além dos outros parentes e amigos, me acostumei a ter uma avó, que era ao mesmo tempo pai e mãe, porém, um dia, o tempo para ela terminou. Aprendi cedo que família não é apenas uma hierarquia sanguínea ou contratual. É algo que escolhemos. São aqueles que nos fazem sentir bem. O amor tem dessas coisas, ele não distingue raça ou cor, não escolhe idade ou aparência, não enxerga dinheiro ou sobrenome, ele atravessa isso, e sempre nos alcança! Não importa o tempo ou a pessoa. Ele chega! E costuma ser devastador para quem durante as escolhas da vida preferiu a insensibilidade quando do convívio com os outros. Claucio Ciarlini