PERCURSO LITERÁRIO ENTRE CAMPO MAIOR E PARNAÍBA

Edição do Almanaque da Parnaíba (2018) publicado pela Academia Parnaibana de Letras. Foto Moacir Ximenes. Fonte: https://www.wikiwand.com/pt/Almanaque_da_Parna%C3%ADba

Celson Chaves

Professor, escritor e historiador

As raízes históricas entre Campo Maior e Parnaíba são longas e profundas. Remontam aos tempos da capitania até o principal ciclo econômico da cera da carnaúba (décadas 1930 e 1970). Por sua posição geográfica privilegiada, Parnaíba tornou-se a principal praça de comércio para as vilas e povoações do centro-norte do Piauí. A antiga capital Oeiras era distante e as estradas ofereciam poucas condições de tráfego, sem falar nos assaltos praticados contra as comitivas e viajantes por bandos de saqueadores.

Pela proximidade com Campo Maior, Caxias e Parnaíba disputavam a preferência dos negócios na região dos carnaubais. Mesmo com a transferência da capital de Oeiras para Teresina, em 1852, a cidade permaneceu por muito tempo dependente do porto e do comércio de Parnaíba. Sua riqueza fluía por lá.

A ligação histórica da cidade portuária com Campo Maior não se deu apenas pelo lado econômico, mas político, social e literário. Juntas, as duas cidades nortistas desempenharam papéis importantes em episódios marcantes da história do Piauí, como a Independência do Brasil e a Confederação do Equador.

Dr. João Cândido de Deus e Silva foi a autoridade responsável por manter as cidades numa estreita conexão política, como foco e palco de rebeliões. Como juiz, ele chegou a responder administrativamente pelas duas vilas. Maçom de ideias iluministas, Dr. João Cândido, mesmo residindo em Parnaíba, por questão de ofício, visitava sempre que podia a vila dos carnaubais. Ele mantinha uma estreita relação com os homens mais ilustrados da região. A partir dos dois municípios irradiavam-se as principais estratégias e ideias revolucionárias para todo o Piauí.

São muitas as interconexões, relações de dependências e afinidades entre as duas cidades nortistas. De 1811 e 1833, como distrito judiciário, Campo Maior manteve-se anexado à comarca de Parnaíba. Somente em 1836, tem sua autonomia garantida.  Não bastasse tudo isso, outro aspecto que une os municípios é a questão cultural.

Ao longo da história, Parnaíba foi-se constituindo numa cidade vanguardista, com uma elite intelectual, visionária e próspera. O pensamento empresarial e progressista da elite parnaibana, sobretudo dos comerciantes transformaram a cidade em centro regional do norte do Estado, rivalizando até mesmo com a moderna capital.

O espírito progressista-civilizatório da cidade praiana, no início do século XX, atraía os campo-maiorenses pela oportunidade de trabalho, negócio, formação educacional e/ou cultural. No caso dos escritores, além de colaborar com o Almanaque da Parnaíba (AP) e jornais, mantinham relação comercial, política e amizades na cidade portuária. Mário da Costa Araújo estudou em Parnaíba, onde contribuiu na imprensa local, e Joel Genuíno de Oliveira chegou a residir temporariamente no litoral. Octacílio Eulálio, como representante comercial, visitava a região com frequência.

Capa do Almanaque da Parnaíba, edição 1956

Mesmo residindo em Teresina, o jurista, político e escritor Cláudio Pacheco, sempre que podia, passava temporadas no litoral, na companhia do amigo e um dos editores do AP, Ranulpho Torres Raposo, com quem mantinha comunicação regular: “Durante quarenta anos, mantive com Ranulpho Torres Raposo uma correspondência que chegava, aproximadamente uma carta por mês, de cada parte” (Cláudio Pacheco. Quarenta anos de Cartas. Almanaque da Parnaíba, Ano LIX, 1982).

Capa do Almanaque da Parnaíba, edição 1969

Apesar de Campo Maior ser acanhada culturalmente, houve momentos de efervescência artística, e nesse sentido, Parnaíba, com sua logística, imprensa e o AP, acabou sendo um polo impulsionador e propagador das atividades literárias de poetas, cronistas e historiadores da terra dos carnaubais.

O vínculo de escritores campo-maiorenses com Parnaíba é antigo, principia aos anos de 1900. O advogado e poeta Valdivino Tito de Oliveira foi o primeiro a divulgar seus trabalhos no litoral através do jornal Nortista (1901-1903). A ligação literária ficou ainda mais forte ente as duas cidades com a criação do AP, em 1924.

O periódico foi a principal plataforma de divulgação dos textos dos escritores campo-maiorenses entre as décadas de 1930 a 1980. Por algumas situações, muitos acabaram passando temporadas no litoral, o que facilitou maior divulgação dos trabalhos. O jornalista, poeta e historiador Joel de Oliveira é o escritor campo-maiorense com maior número de textos editados no AP. Publicou principalmente na década de 1940.

Além destes escritores, colaboraram no Almanaque da Parnaíba: Mário da Costa Araújo, João Crhysóstomo de Oliveira, Briolanja Genuíno de Oliveira, Cláudio Pacheco, Manuel Bernardes da Costa Araújo, Octacílio Eulálio, Cunha Neto, José Miranda Filho e atualmente Elmar Carvalho. O maranhense, Manuel Felício Pinto, juiz da comarca e prefeito provisório (1945) de Campo Maior também escrevia de forma sistemática para o AP.

Campo Maior, por diversas vezes, teve cobertura especial no Almanaque da Parnaíba. O prefeito Francisco Alves Cavalcante aproveitou as páginas do periódico para divulgar amplamente as ações modernizantes de sua gestão.

O Almanaque da Parnaíba é o mais longevo periódico em atividade do Estado. É uma das fontes de pesquisa mais requisitada. Irradiou cultura por todo estado, oportunizou aos escritores e poetas de cidades pequenas espaço para publicar seus textos.

As produções dos escritores campo-maiorenses, publicadas no Almanaque da Parnaíba foram muitas e diversas. São poucas as edições do periódico que não teve a participação dos nossos autores. Em algumas edições, os textos ficaram escassos, mas não desapareceram. Nas décadas de 1940 e 1950, o escritor da vez era Joel de Oliveira, com suas notas históricas e curiosidades; enquanto nos anos 1970 e 1980 destacaram-se o cronista Otacílio Eulálio e o jurista Cláudio Pacheco. Tiveram participação breve no Almanaque: Briolanja Oliveira e Cunha Neto. Apenas um texto para cada autor.

Um grande período da literatura campo-maiorense pode ser narrado a partir das páginas e edições do Almanaque da Parnaíba. O universo temático e o conjunto de autores no AP aparecem suscitar diversas interpretações. Pelo AP passaram figuras representativas da nossa cultura. A literatura certamente ajudou pavimentar o intercambio cultural entre as duas cidades.  A trajetória de alguns autores foi construída com a existência do Almanaque.

Os intelectuais campo-maiorenses tiveram um papel expressivo não apenas como colaboradores do AP, como vida social e política de Parnaíba, a ponto do poeta, jornalista e revolucionário Lívio Lopes Castelo Branco e Silva ter sido homenageado patrono da cadeira nº 28 e Elmar Carvalho eleito para a cadeira nº 07 da Academia Parnaibana de Letras, criada em 1983.

No sentido geral, o Almanaque abraçou a cidade dos carnaubais divulgando poesias, biografias, histórias, anúncios de empresas, paisagens urbanas, rurais e dados estatísticos.

Gênese de A ponte na memória

DIÁRIO

[Gênese de A ponte na memória]

Elmar Carvalho

18/02/2021

Afinal terminou o primeiro carnaval ocorrido nestes tempos de pandemia. Gostei. Pouco barulho, menos confusão, menos zoada destas atuais músicas horrorosas carnavalescas. Nesse ponto, fui beneficiado pelo distanciamento social.

Por isso, resolvi tentar fazer hoje um texto sobre a gênese de meu poema A ponte na memória, conforme havia prometido a mim mesmo e ao poeta Ernani Jetirana, que, numa live de “Leituras Compartilhadas” do meu livro Rosa dos ventos gerais, promovida pelo site Entretextos, mediada pelo poeta e escritor Dílson Lages Monteiro, havia lido e comentado esse poema, com muita sagacidade e pertinência.

É um texto em que tentei juntar o discursivo a recursos do concretismo e dos ditos poemas visuais, e que por isso mesmo nos remete ao velho carmen figuratum. Jetirana foi muito feliz em sua análise. Observou com muita propriedade esses aspectos formais, dissecando-os da melhor forma possível. Ao fazer o avanço ou recuo de alguns versos, além de chamar a atenção para a sonoridade de algumas palavras ou fonemas, para rimas e aliterações, eu quis dar uma ideia do arco da ponte, de sua elegante curvatura, e ao menos sugerir a imagem de janelas e de arcos, sejam eles góticos ou simplesmente exóticos.

Inclusive foi sagaz em seu comentário sobre o título; explicou porque era melhor A ponte na memória, do que um hipotético A ponte da memória. A primeira expressão – A ponte na memória – que é realmente o título, transmite a ideia de movimento, de plasticidade, e de como a ponte foi ficando ou se transformando em minha memória, e não como ela era realmente, ao menos na ocasião em que escrevi o poema. O comentarista expressou o que de fato eu pensei ao optar por essa versão. Quanto à interpretação e dissecação do conteúdo, o Jetirana teve uma precisão de mira de raio laser. Se pudesse lhe dar uma nota, a nota seria 10 (dez).

O arguto comentarista não se pronunciou sobre a gênese do poema, porque não era seu objetivo, e porque não poderia fazê-lo, exceto se tivesse conversado comigo ou se tivesse lido algum texto a respeito. Poderia, no máximo, fundamentado em seu faro detetivesco e em sua intuição e inteligência interpretativa arriscar alguns palpites, que poderiam ou não se aproximar da verdade. Acho interessante falar sobre isso, sobre a história desse pequeno texto poético, de forma sintética.

Após morar por muitos anos em Parnaíba, aos 26 anos, e depois de aprovação em concurso público realizado pelo famoso DASP, em 10/08/1982, tomei posse de meu cargo de fiscal da extinta Superintendência Nacional do Abastecimento – SUNAB, Delegacia do Piauí, cuja sede ficava em Teresina. Portanto, tive que ficar um tanto exilado da casa paterna, onde morava, e de meus amigos parnaibanos e de minha namorada Fátima, depois minha esposa.  

Fiquei acometido de um verdadeiro parnaibanzo, palavra inventada por um desses amigos, o poeta Jorge Carvalho. Vinha uma vez por mês a Parnaíba, para matar essa saudade insidiosa e constante. Quando se aproximava o momento de ir para o terminal rodoviário, para o retorno, uma tristeza profunda se apoderava de mim. Nesse tempo a poesia e o entusiasmo pela vida me vibravam muito forte na alma.

Numa dessas viagens, após ter ido à praia de Atalaia, que prefiro chamar de Amarração, de nome tão poético quanto apropriado, porque nele podemos enxergar, sem necessidade de muito esforço, as palavras amar, ação de amar, de amarrar (amarrar barcos e corações refertos de paixão), fui tomar uma última cerveja perto da Ponte Simplício Dias, no lado esquerdo de quem vai do centro para a Ilha Grande de Santa Isabel, no entorno do Porto Salgado ou do Porto das Barcas.

Da calçada do boteco, à sombra dos imponentes e copados pés de oitis, a degustar lentamente a cerveja, eu via o arco da ponte e as águas plúmbeas do Igaraçu. Sobre e sob a ponte eu havia passado muitas vezes, em minha moto uivante, em demanda do Recanto da Saudade (de Dom Augusto da Munguba), de Morros da Mariana, do Labino, dos Tatus e de Pedra do Sal. De um lado e do outro de onde eu estava, se erguiam velhos prédios, alguns deles ainda suntuosos, a revelar o fastígio de uma Parnaíba situada num passado de grandeza e opulência.

O vento baloiçava os oitizeiros e afagava os meus cabelos, outrora bastos e ondulados. Ao olhar a curvatura da ponte, me lembrei de arcadas góticas, de parábolas e abóbadas, de colunas dóricas e jônicas, e de um lendário arco-íris, em cujas extremidades dizem existir um pote ou uma botija de ouro. Me imaginei um argonauta à procura desse tesouro.

Extraí desse conjunto arquitetônico e dessa situação que me emocionava todos os elementos e metáforas de meu poema. Imaginei os velhos prédios como uns veleiros, empurrados pela brisa, que me parecia um sopro divino, nos quais eu viajava no espaço e no tempo; no espaço dos desconfins de uma terra de magia e encantos e no tempo feito de emoção e saudade.

Para ilustrar este texto, e para que o leitor possa melhor analisar o que nele foi exposto, julgo conveniente transcrever abaixo o aludido poema, que o ensejou:

A PONTE NA MEMÓRIA

O vento passavoante

               pássaro voante

sob o arco-da-velha

sob o arco da ponte.

Baloiça os pés de oitis,

joga confete com suas folhas

e empurra o casario antigo

com suas: arcadas dóricas

                   volutas jônicas

                   ogivas góticas

                   sacadas exóticas

com suas parábolas e abóbadas.

O vento passalígero passalísio

e empurra o casario antigo

que navega parado

no tempo que navega

como um mar que navegasse

sob um navio ancorado

que se deixasse navegar.

Meu sonho de malas prontas

é passageiro e tripulação

do casario – navio que navega

ao se deixar navegar.

O sentido da vida

              A vida não é resumida apenas ao que podemos ver e tocar, mas principalmente do que podemos sentir. O que é visível aos olhos é apenas um punhado de meros detalhes, no decorrer de nossas histórias. Os primeiros passos que damos, as primeiras palavras que dizemos, não são apenas “coisas mecânicas” que naturalmente se desenvolvem com o tempo, na verdade é um conjunto de esforço e coragem de cada um de nós, com a ajuda de quem nos auxiliou.
  
             Quando enfrentamos a escola, e as suas infindáveis disciplinas, não levamos apenas a razão, que tanto nos ajuda a fazer cálculos e expressões. Levamos também os sentimentos que nos fazem compreender os “porquês” e “comos”. O primeiro beijo não é apenas um encontro de bocas, mas uma troca de sensações que nos conduzem a milhares de novas percepções do que é a vida e dos sentidos dela. O primeiro emprego é algo que desafia os braços e a inteligência, mas que na verdade acaba por ser um verdadeiro teste psicológico que a cada dia lutamos para vencer e nos manter inteiros na árdua estrada da sobrevivência.
  
             No meu percurso, além dos outros parentes e amigos, me acostumei a ter uma avó, que era ao mesmo tempo pai e mãe, porém, um dia, o tempo para ela terminou. Aprendi cedo que família não é apenas uma hierarquia sanguínea ou contratual. É algo que escolhemos. São aqueles que nos fazem sentir bem. 
  
             O amor tem dessas coisas, ele não distingue raça ou cor, não escolhe idade ou aparência, não enxerga dinheiro ou sobrenome, ele atravessa isso, e sempre nos alcança! Não importa o tempo ou a pessoa. Ele chega! E costuma ser devastador para quem durante as escolhas da vida preferiu a insensibilidade quando do convívio com os outros. 
  
                                                                            Claucio Ciarlini  

O labirinto de nossas escolhas, por Claucio Ciarlini

             Várias são as prisões que nos submetemos no decorrer de nossas vidas.
  
             O livre arbítrio, famosa “dádiva divina” até para os que se dizem religiosos convictos, acaba por se tornar uma verdadeira “faca de dois gumes”, pois se podemos a tudo fazer, se nos é dado o direito de pensar, decidir e seguir infinitos caminhos, sejam eles quais forem, por que será, então, que sofremos tanto?
  
             Sendo castigados por nossas mentes, torturados pelas consequências de nossos atos, perseguidos por nossas ações… Uma palavra dita costuma sugerir, muitas vezes, mil interpretações que na maioria dos casos, vagam longe do real significado que dela foi incumbido. Um ato de livre escolha pode acarretar um conjunto de problemas, que o indivíduo, em sua fraqueza humana, dificilmente irá suportar, deixando-se ceder, cair ao chão, com o peso de sua culpa e remorso.
  
             A sociedade se faz assim, num complexo e confuso emaranhado de versões de nós mesmos e dos intermináveis destinos que tomamos, como que presos nos labirintos que nossas próprias consciências criam, no intuito de que nunca, ou seja, jamais venhamos a conhecer a verdade.
  
             Seguimos, então, ofuscados pelo brilho da luz que nos atinge, tentando nos esconder na noite, mas certos de que, nosso dia chegará! A “dama da foice”, como diriam alguns, não possui clemência: sorrateira, espreita na sombra com a paciência de um felino, pronta para dar o “bote”, e antes mesmo que pensemos sobre o que nos espera do encontro com célebre figura, somos envoltos por seus braços anestesiantes, e dormentes seguimos… Pra onde? É uma pergunta da qual, dificilmente obteremos resposta.
  
                                                                           Claucio Ciarlini
   

PARTE III BRASIL NA ORDEM ALFABÉTICA

MARIA DILMA PONTE DE BRITO
ACADEMIA PARNAIBANA DE LETRAS APAL CADEIRA 28
PATRONO LÍVIO LOPES CASTELO BRANCO
1º OCUPANTE HUMBERTO TELES DE SOUSA MACHADO

ESTADOS BRASILEIRO NA ORDEM ALFABÉTICA
PARTE III – ESTADOS COM LETRA “D” e “E”

O Brasil é o país das maravilhas. Tem lindas praias, cachoeiras, montanhas, rios e lagos. Clima quente e frio, vegetação diversas. Eu te amo meu Brasil, meu coração é verde, amarelo e branco, azul anil. Tenho sede de desbravá-lo, de conhecer seus quatro cantos. Esperando a COVID passar para continuar as minhas aventuras nesse imenso território cheios de encantos e que falta pouco para conhecer todos os estados e desfrutar de suas riquezas e belezas.

Continuando o relato de minhas viagens chegou a vez do Distrito Federal (D) e do Espírito Santo (E).

DISTRITO FEDERAL – O Distrito Federal é um território autônomo, não tem municípios e sim trinta regiões administrativas, cidades satélites. É a menor Unidade Federativa Brasileira. Desde 1960 a Capital Federal foi transferida do Rio de Janeiro para a Região Centro Oeste, a leste do Estado de Goiás – Brasília.

BRASÍLIA (2007/MAIO/ABRIL/2014) – Por duas vezes estive na Capital Federal. Uma no ano de 2017 quando vinha de Curitiba e outra em 2014 quando fui tirar o visto para viajar aos Estados Unidos. Ficamos hospedados na segunda vez no Hotel Manhattan Plaza, quatro estrelas, com uma visão belíssima da cidade. Lá do décimo quarto andar fiz fotos espetaculares.

 A fundação de Brasília foi sancionado pelo Presidente da República Juscelino Kubitschek, planejada pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer e o projeto de urbanização é de Lúcio Costa. É sem dúvida uma cidade diferente. De largas avenidas, bem traçadas e bem organizada.

Como uma boa turistas aproveitei todos os momentos. Registrei com fotos e no meu Diário on line (diário que fiz para registro importante da minha vida particular), a estada no Estágio Mané Garricha, no Teatro Nacional Cláudio Santoro que foi projetado por Oscar Niemeyer. Cada sala do teatro é batizado com nome prestando homenagens como por exemplo a Heitor Villa-Lobos, Alberto Nepomuceno, ao dramaturgo Martins Penna entre outros.

Fiquei deslumbrada com o Memorial JK. Tirei fotos com a estátua e no túmulo de Juscelino Kubistchek, na sua rica biblioteca, na escrivaninha de Sara, sua esposa, no Ford Galaxie LTD 1974, último carro que lhe pertenceu. Achei tudo muito organizado e encantador. De lá seguimos para a Praça Cívica, mais conhecida como Praça dos Cristais, mais uma linda obra do paisagista Burle Marx.

Das duas vezes que fiz turismo em Brasília visitei seis das sete maravilhas da cidade e registrei com fotos para o álbum de viagem.

  1. Palácio da Alvorada – tanto no de 2007 como no ano de 2014 registrei a minha estada na residência oficial do Presidente da República. A sua construção é feita com mármore e vidro. Tem três andares e área de sete mil metros quadrados. Foi projetado por Oscar Niemeyer e sua inauguração aconteceu no ano de 1958, antes da inauguração da cidade que foi em 1960. Na fachada do Palácio está a tradicional rampa que dá acesso ao salão nobre, local onde acontecem os eventos.

2. Palácio do Planalto – outra maravilha de capital brasileira é o Palácio do Planalto. Fica na Praça dos Três Poderes.  Reuni no local a Casa Civil, a Secretária Geral, o Gabinete de Segurança. O Presidente da República também despacha nesse espaço. É a sede do Poder Executivo     

3. Congresso Nacional – é onde está o Poder Legislativo e o Senado Federal. Sua função é exercer funções legislativas e de fiscalização e controle. No monumento dos três poderes um cúpula representa o Senado e a outra investida a Câmara dos Deputados. Também foi obra de Oscar Niemeyer.

4. Santuário D. Bosco – D. Bosco é o padroeiro de Brasília. A Igreja é linda. Os vitrais azulados são belíssimos. Na verdade são doze tonalidades de azul pontilhados de branco que forma um design encantador. Tem-se a sensação que se trata de um céu estrelado. O lustre que fica ao meio do salão tem sete mil e quatrocentos peças de cristal murano compondo essa linda obra de arte de autoria do arquiteto brasileiro Alvimar Moreira. Registrei tudo com fotos.

5. A Ponte JK –  A Ponte JK, outra cartão postal da cidade, liga o Lago Sul Paranoá, a São Sebastião à parte central de Brasília. Foi inaugurada em dezembro de 2002. Obra do arquiteto Alexandre Chan e Mário Vila Verde,

6. Catedral de Brasília – é outra obra do arquiteto Oscar Niemeyer. O seu desenho nos lembra a coroa de espinho de Jesus Cristo. Na entrada da catedral estão estátuas em tamanho gigante dos quatro evangelista Ela é considerada como a maravilha número um da Capital Federal. Rezei fervorosamente no meio de tanta beleza. Foi um momento único.

Pousei para o álbum de fotos no Monumento dos Candangos, que fica na Praça dos Três poderes construído em 1959 para homenagear aqueles que ajudaram na construção da cidade.

Também tenho fotos com a Estátua da Deusa da Justiça (Thêmis), escultura que representa o Poder Judiciário, uma mulher com os olhos vendados e espada, representando imparcialidade, força e coragem. Ela fica na Praça dos Três Poderes em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal.

Tanto em 2007 como no ano de 2014 registrei minha presença na entrada do Palácio Presidencial pegando ao fundo o segurança, que mais parecia um soldadinho de chumbo, pela roupa e pela postura inerte. Tanto numa foto como na outra eles estão iguaizinhos, parece que não piscam e nem se mexem nunca.

No ano de 2014 presenciei um protesto feito em frente ao Palácio. Em 2007, depois de fazer um tour completo fomos ainda no Park Shopping, o melhor da cidade, e conhecer a estruturação das cidades satélites.

No álbum de viagem encontrei minha foto no Monumento JK que fica na Praça do Cruzeiro e também na Alameda das Palmeiras da Câmara dos Deputados.

Das sete maravilhas de Brasília eu não conheci o Templo da Boa Vontade (TBV) é um espaço ecumênico e democrático de espiritualidade, cultura e arte. Na próxima vez com certeza fará parte da minha rota turística.

Continuando na ordem alfabética agora chegou a vez de falar sobre o Estado do Espírito Santo (E). Tive o prazer de conhece-lo no ano de 2012. Além da capital Vitória, estive também em Vila Velha, Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante e Marechal Floriano,

 ESPÍRITO SANTO (2012) – O Estado destaca-se com o gado de corte e leiteiro e com indústria de madeira, celulose e têxteis. Produz petróleo e é grande produtor de granito e mármore. O escoamento de suas riquezas: minério de ferro, arroz, cana-de-açúcar, é feito pelo porto de exportação que fica em Vitória, a capital do Espírito Santo. 

 VITÓRIA (ES) 2012 – Capital do Espírito Santo. Em Vitória ficamos hospedados no Vitória Palace que fica na Praia do Canto. Nas proximidades do local encontramos o Shopping Center Praia e ótimos restaurantes onde podemos saborear comida japonesa, italiana e a tradicional moqueca a moda capixaba.

 No tour que fizemos pela cidade registramos fotos no Monumento dos Imigrantes, que fica na Avenida América Buaiz, na Praça Itália, próximo ao Shopping Vitória e foi construído no ano de 2000. São duas peças de granito no formato de V com 30 metros de altura. Representa a influência da cultura italiana para o povo espirito santanense (capixaba). Registramos também com fotos nossa visita a Assembleia Legislativa, que fica no Palácio Domingos Martins, um imponente e majestoso prédio. O Monumento da Cultura Negra também faz parte de meu álbum. É a estátua do Guerreira Zulu, monumento com sete metros de altura erguido em frete a Assembleia Legislativa. Representa a contribuição do povo afro descendente ao Estado do Espírito Santo. 

Voltando a falar da gastronomia capixaba tenho que enfatizar o local onde melhor se podia saborear as iguarias espirito-santanense no ano de 2012. Restaurante Pirão, localizado na Praia do Canto. Na época foi reconhecido pela Revista Quatro Rodas como o local que melhor servia a moqueca capixaba. No quadro de clientes encontrei fotos das personalidades: Lula, Zico, Elba Ramalho, entre outros famosos. Realmente tudo lá é muito gostoso, um atendimento vip, bem decorado e estiloso.

Merece menção também as praias da capital, entre elas cito a Camburi, a Praia do Canto, Curva da Jurema, Praia do Suá entre outras.

Em Vitória fizemos um tour com algumas paradas para registrar com fotos a Catedral Metropolitana, Palácio Anchieta, Teatro Carlos Gomes, Pedra de Penedo, Forte de São João, Palácio Moscoso, Praça Costa Pereira, Academia dos Escritores Santanenses, Porto de Vitória, Estátua de Domingos Martins, herói capixaba da Revolução Pernambucana 1817. Ele nasceu no Espírito Santo e estabeleceu-se em Recife no ano de 1813, é um dos patrono do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo.

VILA VELHA(ES) 2012 –  É um município com trinta e dois quilômetros de litoral, todo recortado por praias. Todo turista tem que visitar a fábrica do Chocolate Garoto que fica em Vila Velha. Outra coisa que achei interessante é que parece que o capixaba mora em Vila Velha e vai em Vitória apenas trabalhar ou resolver algo. Lá tive o prazer de encontrar com uma espirito santanense que já morou em Parnaíba (ex esposa do amigo, Tote, em Memoriam).

A visita à fábrica do Chocolate Garoto tem que ser agendada e só adentra no recinto quem tiver de acordo com as exigências previamente estabelecidas. Entre elas é o uso do tênis, calça comprida, blusa de manga, não usar bijuterias, não levar o celular, bolsa e óculos são postos no guarda valores. Tudo isso para proteger a higiene do local e ao visitante na locomoção dentro da fábrica. 

De início é passado um filme contando toda a história da fábrica e mostrando a tecnologia do processo que depois vimos in loco. O interessante é que durante o percurso acompanha-se o processo de fabricação e depois em uma sala especial você encontrara todos os chocolates para degustar. É de bom tom não exagerar para depois não passar mal.

Dentro da fábrica não é permitido tirar fotos mas tem na entrada uma lojinha de vendas com lindos painéis de chocolates, coelhinhos que me diverti muito. Parecia uma criança naquele mundo maravilhoso.

Vila Velha é a cidade mais antiga do estado. Pode-se observar pelas suas construções que tem arquiteturas históricas como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o Forte de São Francisco Xavier da Piratininga, o Farol de Santa Luzia, o Convento da Penha dentre outros.

O Convento da Penha foi fundado em 1958 em um penhasco de a 154 metros de altitude a 500 metros do nível do mar. A Igreja é revertida de cedro e o altar mor é de mármore. A virgem da Penha é ladeada de anjos e querubins trazidos de Portugal no ano de 1959.  Nas paredes pinturas datadas de 1887, 1926 e 1927. No Santuário encontramos museus, sala dos milagres, gruta, ladeira da penitência, estacionamento, lanchonete e ainda tem de paisagem uma linda mata atlântica.

Registrei várias fotos nesse local que além de histórico é belíssimo. Está no meu álbum de viagem e no meu Diário on line a foto com a imagem de Nossa Senhora da Alegria, também denominada como Nossa Senhora dos Prazeres que data do ano de 1558.

É um município de grande porte industrial e um grande centro comercial. Suas praias são atrações turísticas. Entre elas destacamos: Praia da Costa, de Itapuã e Itaparica.

Foi uma estada muito promissora nessa cidade linda e tão doce como seus chocolates.

DOMINGOS MARTINS (ES) 2012 – Região serrana também denominada de Cidade Verde porque possui muito da mata Atlântica. Antes de chegar no destino fizemos uma parada no local denominado Canto da Serra para apreciar lindas paisagens e saborear as delícia da região. Seguimos viagem até a Pousada Vista Linda que tem um artesanato regional. Fica na Praça principal da cidade que é bastante florida e tem um belo chafariz. Passeamos pela Rua do Lazer para comprar mimos e ficamos encantados com a beleza do local que lembra o estilo europeu.

Na Casa da Cultura assistimos um DVD de dez minutos explicando a influência da civilização Alemã. Fiquei encantada com a Rota do Lagarto que inclui a Pedra Azul. Coisas que a natureza oferece. Registramos tudo para o álbum de fotos e para o Diário on line inclusive a cavalgada ecológica em torno da Pedra Azul (é também chamada de Pedra do Lagarto porque tal qual ele muda de cor, dependendo do ângulo que se vê).

VENDA NOVA DO IMIGRANTE(ES) 2012 – Nas fazendas de agro turismo desse município degustamos deliciosos queijos, vinhos, biscoito e iogurte caseiros, licor, banana desidrata e quem gostou comprou para levar.  É a segunda cidade do Estado do Espírito Santo. Seus habitantes são na maioria descendentes de italianos. O agro turismo contribui em grande parte para o desenvolvimento da região. Visitamos e experimentamos as gostosuras da Tia Cila – Produtos Caseiros e os Produtos Carnielle. Todos excelentes. Esse nome Venda Nova originou-se de um pequeno comércio que foi crescendo e como já havia outro município com esse nome foi acrescido a palavra imigrante.

MARECHAL FLORIANO(ES) 2012 – É um município brasileiro do estado do Espírito Santo que tive a felicidade de conhecer. Fica numa região montanhosa cercada de mata atlântica. Devido a variedade de orquídeas existente no local é conhecido como Cidade das Orquídeas. O local é apropriado para um passeio ecológico. A cidade fazia parte de Domingos Martins. Foi emancipada em 1991.

No meu álbum de fotos e no Diário on line, registrei a minúscula Capela de Santo Antônio que mal cabe o Padre e os Noivos, muitas flores excêntricas da região, muitas orquídeas, a Casa da Bica (restaurante, café colonial e pastelaria) e a linda paisagem da mata atlântica.

Descrever acerca dessa minha estada no estado do Espírito Santo me fez recordar muitos momentos agradáveis que por lá passei. Inúmeras coisas não foram mencionadas aqui para evitar delongas, mas uma coisa interessantes que ainda quero enfatizar é sobre a fábrica do linho Braspérola, a maior da América Latina que ficava em Cariacica (ES) as margens da BR 362. Infelizmente foi fechado em setembro de 2001 demitindo seiscentos e setenta funcionários. Na minha passagem por essa cidade no ano de 2012 fotografei o prédio com o nome Fábrica do Linho Braspérola na sua fachada, apesar de já ter sido vendida, o nome permanecia lá. Cheguei até registrar o meu Diário on line e só depois nas minhas pesquisas vi que por problemas financeiros ela fechou as portas.

Voltei mais uma vez para o meu lar doce lar de mala e cuia, com mais bagagem e já pensando no próximo passeio.

Continuando a descrição pela ordem alfabética dos Estados os próximo serão aqueles que começam com a letra “G” e “M”. Portanto Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Esses dois últimos não conheço ainda portando não serão poderei descrevê-los.

Até a próxima.

Do que se trata a Educação? por Claucio Ciarlini

             Educação não se trata do quanto podemos inserir de conteúdo nas “cabeças” de nossos mais que queridos alunos. Educação se trata de quanto podemos inspirar. Do quanto podemos despertar a curiosidade, a vontade de conhecer, de saber mais sobre algo que mostramos.
  
             Somos condutores, pontes de ligação entre o conhecimento e o aluno. E essa ponte deve ser a mais adaptável e segura possível, pois as crianças, os adolescentes e os adultos que ajudamos a ensinar, não são cápsulas desprovidas de sentimentos, são seres humanos, com dificuldades, dúvidas e aflições. Que precisam, antes de qualquer coisa, de motivação.
             
             Nós, professores, não existiríamos sem nossos alunos, eles são a razão de nosso trabalho existir. E somos da mesma altura que eles, talvez, apenas, com alguns quilômetros a mais de estrada no que condiz às nossas leituras do assunto ministrado… Nada mais que isso!
  
             A maior riqueza que um professor pode passar ao seu aluno é a bondade, é fazer o bem, sem se importar com o que receberá em troca. Não que os capítulos do livro não sejam importantes… Eles são essenciais! Porém de nada adiantará um profissional altamente capacitado, se este não souber a importância da palavra: AMOR.
  
                                                                  Claucio Ciarlini 

PAETE II -BRASIL ESTADOS NA ORDEM ALFABÉTICA

MARIA DILMA PONTE DE BRITO
ACADEMIA PARNAIBANA DE LETRAS APAL – CADEIRA 28
PATRONO LÍVIO LOPES CASTELO BRANCO
1º OCUPANTE HUMBERTO TELES MACHADO DE SOUSA

PARTE II – ESTADOS LETRAS “B” E “C”

          O Brasil é um território de maior biodiversidade do planeta. É muito extenso e está dividido em cinco regiões: norte, nordeste, centro-oeste, sul e sudeste. Dando a continuidade aos meus relatos acerca dos estados que conheço, na ordem alfabética, hoje vou descrever o que vi na Bahia e no Ceará por ocasião das minhas viagens.

          A Bahia é um estado da região nordeste, banhado pelo oceano Atlântico. Possui alto potencial turístico. É berço de grandes escritores como Gregório de Matos, Castro Alves, Jorge Amado entre outros. Na música destacamos Dorival Caymmi, João Gilberto, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, Raul Seixas, Ivete Sangalo, Daniela Mercury e mais. A cidade está dividida em Baixa e Alta. A Cidade Baixa é área litorânea e a Cidade Alta é um conjunto de comunidades e conjunto habitacionais que foram se formando, por isso se diz que é um bairro não oficial. Tem muitas avenidas, prédios e bastante movimentada. Para unir as duas cidades foram surgindo caminhos que depois viraram famosas ladeiras até chegar ao Elevador Lacerda.

          SALVADOR (JANEIRO 1973) – A primeira vez que fui na capital baiana foi no ano de 1973. Fiquei hospedada em um apartamento em Ondina, bairro da área nobre de Salvador. Não recordo exatamente o tempo que passei nessa linda cidade mas sei que foram muitos dias porque conheci todos os pontos turísticos. Cheguei véspera ou quase véspera da lavagem da escadaria do Senhor do Bomfim, lembro porque fui para essa celebração que acontece sempre na quinta-feira que antecede o segundo domingo após o dia de Reis (06 de janeiro).

          Achei muito bonito o ritual que agrega uma multidão de pessoas todas vestidas de branco. A imagem do Senhor do Bomfim vem em cortejo da Igreja da Conceição da Praia percorrendo oito quilômetros. As baianas lavam a escadaria com água de cheiro e é tocado o Hino do Senhor do Bomfim. É um evento com muitos anos de tradição e tem um significado para aquelas pessoas que participam com tanta fé dessa cerimonia. Não tenho muito conhecimento e nem me aprofundei no assunto para melhor explicar, mas o certo é que achei muito interessante o que vi.

          FAROL DA BARRA (1973) –  É um ponto turístico e cartão postal da cidade. A torre tem 22 metros de altura, pintada com faixas pretas e brancas. Também conhecido como Farol de Santo Antônio porque faz parte do conjunto arquitetônico do complexo militar do Forte de Santo Antônio. É o Farol mais antigo da América. Somente a partir de maio de 2011 ele foi aberta para visita. Fiquei muito contente pelo menos em ver esse ponto turístico tão representativo da Bahia.   

          ELEVADORLACERDA (1973) – O Elevador Lacerda é outro cartão postal de Salvador. Fiz a travessia do Pelourinho (Cidade Alta) para o Mercado Modelo (Cidade Baixa) nesse elevador que faz a função de transporte público. Recebeu esse denominação porque foi idealizado pelo empresário Antônio Lacerda e construída com a ajuda de seu irmão Augusto Lacerda que era engenheiro. O início da construção se deu em 1869 e a conclusão em 1873. Foi reformado em 1906 e a segunda torre foi inaugurada em 1930 tempo em foi feito uma reforma geral. A Otis participou desse trabalho. Em 1955 o elevador foi estatizado pela prefeitura e em 2006 foi tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)

MERCADO MODELO (1973)Também visitei esse mercado popular que abriga muitas lojas de artesanatos, souvenir e restaurantes. Nesse espaço funcionava uma alfandega que foi transformada em mercado e inaugurado em 1912. Em 1917 ele sofreu o primeiro incêndio, em 1922 um segundo incêndio que foi mais agressivo que o primeiro, em 1943 outra catástrofe aconteceu comprometendo menos que a segunda e em 01 de agosto de 1969 o mercado foi totalmente destruído pelo fogo. Um novo mercado foi construído e inaugurado em 02 de fevereiro de 1971 voltado mais para área de artesanato.

Esse local sempre está repleto de turistas e em frente tem roda de capoeira, pessoas tocando berimbau e artistas cantando com toda aquela alegria baiana. O acarajé também fica nas redondezas. Aqueles tabuleiros com vendedoras vestida de branco, torço na cabeça e muitos colares na verdade estão mesmo é nos quatro cantos da cidade. Quem vai a Salvador tem que ir no Mercado Modelo. Faz parte da rota turística. Eu fui.

PELOURINHO (1973)É um bairro muito animado de Salvador. Lá é o local da alegria. As praças estão repletas de músicos, dançarinos, bares, lojinhas de souvenir. E pensar que nesse local os escravos eram amarrados nos postes de madeira e chicotado aos olhos do público pelos senhores poderosos, donos de terra. Com a abolição da escravatura graças a Deus tudo mudou. Nesse bairro também encontra-se Museu Afro-Brasileiro, Casa do Carnaval, Memorial das Baianas e muitas lindas Igrejas. A Igreja e o Convento de São Francisco tem estilo barroco com painéis de azulejo português. Adorei o Pelourinho quem vai lá fica contaminado de alegria.

BAIXA DO SAPATEIRO(1973)É um local imperdível. O espaço era uma rua que trocou nome por causa da música de Ary Barroso (Baixa do Sapateiro). Espaço de muitos pontos comerciais incluindo restaurantes, lanchonetes, lojas de souvenir. Artistas artesãos fazem suas obras de artes nas calçadas e tudo pode ser adquirido por um bom preço. É um lugar que merece ser visitado pela sua importância histórica. O primeiro cinema da capital baiana surgiu nesse bairro no ano de 1910, Cine Teatro Jandaia. Elis Regina, Ary Barroso, Gal Costa cantaram a Baixa do Sapateiro. A Bahia é a terra da felicidade. O bom turista não pode perder a oportunidade de conhecer o ponto tão idolatrado por cantores renomados. Eu fui lá.

LAGOA DE ABAETÉ (1973) Fica no bairro de Itapuã. Caetano Veloso canta a música de Dorival Caymmi falando de suas belezas, água escura, areia branca. É um ponto turístico, cartão postal de Salvador. Eu fui lá conferi como boa turista que sou.

PRAIAS DE SALVADOR (1973)– Como estava hospedada na Praia de Ondina, era meu caminho passar também nas Praias da Barra, Pituba, Amaralina. Está última tão qual a minha Pedra do Sal está dividida em forte e fraca. Praia dos sufistas e praia dos banhistas. Todas linda e bem estruturadas.

Salvador é todo esse encanto e muito mais. Tem suas peculiaridades. Está dividida em Cidade Alta e Cidade Baixa. Para os turistas a Cidade Baixa é mais atraente pelas belas praias. O Elevador Lacerda faz a ponte entre os dois lugares. Voltei a Bahia no ano de 2015. Visitei novamente todos os cartões postais da cidade. Eles estavam preservados com suas mesmas características de trinta e oito anos atrás.

SALVADOR (DEZEMBRO 2015) – Retornei a Salvador e desta vez fiquei hospeda com meu esposo no Fiesta Bahia Hotel localizado na Av. Antônio Carlos Guimarães, no Bairro Pituba. Nossa primeira diversão foi no Restaurante Coliseu nas proximidades da Igreja do Bonfim. Além do jantar maravilhoso caprichado na culinária baiana assistimos um espetáculo com danças e músicas regionais.

No dia seguinte fizemos um tour passando para rever todos os pontos turísticos e também para registrar com fotos para o álbum de viagem. Fomos na Igreja de São Francisco, Elevador Lacerda, Mercado Modelo, Farol da Barra, no Pelourinho. Registrei tudo com fotografias, inclusive a Fundação Casa de Jorge Amado. Um casarão antigo que fica em frente ao largo do Pelourinho. Achei os pontos turísticos todos conservados e pouco mudança aconteceram depois de minha primeira estada na cidade natal de Castro Alves. É muito bom viajar mas o retorno ao lar doce lar também é gostoso.

Estado do Ceará, o único que começa com a Letra “C”.

CEARÁ (PERDI A CONTA DAS VEZES QUE FUI NESSE MARAVILHOSO ESTADO).  O Estado do Ceará pertence também a Região Nordeste, é banhado pelo Oceano Atlântico e é terra de povo trabalhador. Berço de Raquel de Queiroz, de José de Alencar, de Chico Anísio e de Patativa do Assaré entre outros ilustres.  O cearense está presente em todo o Brasil contribuindo com sua força de trabalho.

FORTALEZA (CE) Fui várias vezes a essa cidade maravilhosa que tem lindas praias espalhadas numa extensão de 34 km. Desde minha adolescência passava dias de férias na capital cearense.

Recordo-me que a primeira vez que lá estive, ainda meninota, fiquei hospedada na Rua Isac Meyer no Bairro Aldeota. O meu tio me levou para mostrar a cidade e ficou marcada na minha memória a estátua de Iracema, a virgem dos lábios de mel, personagem do livro de José de Alencar que vi na praia de Iracema. Ela data dos anos sessenta, é enorme, fundida em bronze e ali foi posta para comemorar os cem anos da obra de José de Alencar e os 25 anos do Bairro Iracema. Eu tinha acabado de estudar esse grande escritor no colégio e por isso me impressionou.  Também ficou na minha lembrança a visita ao Náutico Clube que na época era o símbolo da alta sociedade e fazia parte da história de Fortaleza. Ficava na Praia do Meireles em um edifício elegante e imponente para época.

Depois de casada continuei indo muito a Fortaleza para levar filhos ao médico, ao dentista, depois para estudar, fazer compras, etc., etc. Passei um mês fazendo curso de caixa ( Banco do Brasil) nessa linda cidade e por lá muito me diverti com os shows da comediante Skolástica e outros. Ultimamente tenho passando apenas no aeroporto Pinto Martins quando vou viajar por esse mundo a fora.

Fortaleza é uma cidade ensolarada de praias maravilhosas, muito bem estruturada com bons hotéis e restaurante. O turista tem que incluir na sua rota de viagem a visita ao Mercado Central que tem um artesanato belíssimo e também conhecer o Teatro José de Alencar. A Avenida Beira Mar é um bom lugar para tomar um drink e saborear frutos do mar, enquanto no calçadão muitos fazem caminhada, passeiam de bicicleta ou fazem compras nas feirinhas de artesanato.

CAMOCIM (CE) – (cidade que muito venho frequentando). A primeira vez que fui na agradável cidade cearense foi por volta do ano de 1972 ou 1973, por aí. Nessa época eu era universitária e fomos em excursão a festa de aniversário do Camocim Clube que era tradicional da cidade. Foi um evento animado com uma banda muito boa, desfile das excursionistas e muita alegria. Aproveitamos a praia maravilhosa apesar da pouca estrutura. Ainda hoje os bares da orla marítima deixam muito a desejar.

Depois fiquei indo frequentemente na cidade por conta de minha irmã que passou a residir lá. Vi vários momentos de crescimento turístico com hotéis e resort maravilhosos.  O Boa Vista Resort, fundado em 2002, oferecia aos seus hospedes, sala de jogos, sala de massagens, restaurante com pratos locais, regionais e internacionais, variedade de bebidas exóticas, piscina, dormitórios confortáveis, decoração moderna, digno de um hotel cinco estrelas e dentro de uma ambiente tropical. Infelizmente foi desativado em 2011 e recentemente (2021) foi reaberto com outro nome o que vem favorecer o turismo em Camocim.

Lamentei também quando deixou de funcionar o “Fortim”, restaurante a beira mar bastante agradável com bom cardápio e música ao vivo. O que permanece na cidade é o “El Mirador”, outro restaurante que tem seus altos e baixos, estando agora no seu momento bom. Portugueses, argentinos estão sempre investido nessa área em Camocim fomentando o turismo.

Quem vier a cidade deverá conhecer a Ilha do Amor, a Praia de Maceió e o calçadão da beira mar que oferece uma boa culinária e divertimento.

O comércio e o setor saúde tem evoluído bastante e a educação caminha a passos largos, com curso técnicos, faculdades e cursos de especialização.

CAUCAIA (CE) – A cidade de Caucaia eu conheço só de passagem para a Praia de Cumbuco. Cumbuco é uma pequena vila de pescador que fica a mais ou menos uns trinta quilômetro de Fortaleza. Os bons ventos favorecem a prática do ki surf atraindo até estrangeiros. As lagoas e as dunas forma lindas paisagens. A praia é bem servidas de pousadas e resorts. Eu já fiquei hospedada no Resort Vila Galé. Amei.

JIJOCA DE JERICOACORA(CE)(perdi as contas de minhas idas a Jeri). Jericoacoara (tartarugas marinhas na língua tupi guarani) é um praia que pertence ao município de Jijoca de Jericoacoara. Nas minhas pesquisas encontrei que ela foi eleita no ano de 1994 como uma das dez praias mais bonitas do planeta segundo o Jornal The Washington Post. É um local de muita beleza, lindas e encantadoras paisagens, lagoas de águas límpidas e azuis. O passeio de buggy para apreciar as belezas é indispensável. Ele nos leva até a Lagoa Azul, a Pedra Furada e outros lugares encantadores.

Quando fui a primeira vez em Jeri lá não existia pousadas e nem hotéis. Que quisesse pernoitar por lá teria que ser em casa de pescadores. Não lembro exatamente o ano mas imagino ser por volta de 1984 ou 1985. Fomos em um barco que fazia sua primeira viagem, tinha acabado de sair do estaleiro. Saímos de Camocim muito cedo da manhã para aproveitar o dia em Jeri. Comecei gostar do passeio quando vi o sol nascer saindo de dentro da água. Uma paisagem linda e inesquecível. Conosco (eu e meu marido) ia apenas duas mineiras e o dono do barco. Chegamos cedinho mas a cidade dormia. Isso por conta de um forró que só termina ao amanhecer tempo em que todos irão dormir, começando o dia depois das 9.00 horas. Não tinha opção nem para tomar café e terminamos em um venda que era na verdade mesas com frutas com tudo que se tinha direito. Maçã, uva, melancia, caju, banana, laranja, melão e algo mais. Enquanto comprávamos frutas, do nosso lado alguém solicitava uma baseado que era vendido abertamente pelo hippie, o dono do comércio.

Nessa época só tinha mesmo as belezas naturais e casa da forró. Mas já era suficiente para a viagem valer a pena. Até porque na volta fomos agraciados com o pôr do sol. Outro cenário inesquecível.

Vi o crescimento de Jeri. Cada vez que voltava lá uma pousada nova, um restaurante moderno, passeios sendo ofertados, o turismo avançando. Mas muitas coisas permanecem iguais. As ruas de areia (o calçado lá é só o chinelo), iluminação subterrânea (só para iluminar as casas, pousadas e hotéis). Não tem postes para preservar a iluminação das estrelas e da lua. Não existe caixas eletrônicos, mas o comércio é intenso. Vai desde o artesanato até a joias da Hstern. A culinária tem para todos os gostos, da requintada até a mais simples. Jeri é um paraíso. O ritual de subir o morro para se despedir do sol é belíssimo. Os aplausos são espontâneos e calorosos quando ele se esconde. Não dá para ir uma vez. Quem vai lá fica freguês. 

SOBRAL(CE) – (fui muitas vezes a Sobral). É uma cidade bastante desenvolvido, o maior polo universitário do estado depois da capital. Evoluída também na saúde contando com bons hospitais e médicos e tem muitas indústrias gerando emprego como a Votorantim, a Grendene e muitas outras no segmento de calçados, refrigerante, cimento, cosméticos, embalagem, etc.

A primeira vez que fui em Sobral eu era uma bebê. Fui para uma festa de família, meu pai é sobralense, e consequentemente conhecer meus avós paternos. Depois ficamos indo sempre no mês de agosto para o natalício de Vovó Nazaré. Quando perdi meus avós nos distanciamos da terra do grande cantor Belchior (in memoriam), mas voltei lá ainda algumas vezes. Tenho boas recordações do Arco de Nossa Senhora, conhecido como Arco do Triunfo, da rua do comércio onde tinha muitas lojas de meus tios, da Praça da Meruoca (hoje Praça de Cuba) onde ficava o casarão dos meus avós, em uma esquina, com muitas janelas e balaústras.

 A cidade tem características aristocráticas e povo vaidoso. É conhecida pelo cognome “Princesa do Norte”.

VIÇOSA (CE) – (não lembro quantas vezes fomos a Viçosa, foram várias). Viçosa é o tipo da cidade que você vai uma vez e volta muitas. Tem um clima agradável. A noite a neblina atravessa a Serra de Ibiapaba levando o frio aos viçosenses. No inverno é necessário um agasalho. A cidade tem até o cognome de Suíça Cearense. Já experimentei um momento desse com chuva, à noite, todos bem agasalhados, para enfrentar a neblina e o friozinho gostoso.

 A Igreja de Nossa Senhora da Vitória, mais conhecida como Igreja do Céu é um dos pontos turísticos da cidade. Recebe esse nome porque fica no alto, já pertinho do céu. Lá também tem restaurante com uma boa gastronomia e música interpretada pelos artistas da terra.

Tem filhos ilustres. É a terra do General Tibúrcio herói da Pátria na Guerra do Paraguai, Felipe Camarão que lutou pela estruturação política do Brasil e do jurista Clóvis Beviláqua. Esse último ganhou um Memorial que é ponto turístico muito visitado.

Os casarões antigos que ficam nas proximidades da Praça Clóvis Beviláqua foram tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artísitico Nacional). São todos lindos e tem valor arquitetônico.   

A Casa do Licor é um local imperdível. É mantido pela família Carneiro, lá encontramos além de licores, geleias, casquinhas de laranja, sequilhos, doces e outros produtos artesanais.

O clima da cidade favorece a agricultura e cultivo de rosas. O turista sempre sai com uma plantinha e com a sacola de frutas fresquinhas. A passagem pelo mercado é imprescindível.

UBAJARA(CE) – (já fiz turismo no local por várias vezes). A cidade oferece muitas aventuras maravilhosas. O teleférico leva o turista a Gruta que tem seus mistérios e encantos. Para chegar lá também é possível ir por trilhas, atravessando riachos, uma aventura. Eu prefiro não arriscar, sempre uso o teleférico. A visita é feita acompanhada por guia, que faz algumas recomendações e está a frente com uma lanterna clareando o caminho.

Ubajara tem bons hotéis, restaurantes e muitas atrações como cachoeiras, mata atlântica, grutas e é na verdade um paraíso verde que fica no alto da Serra de Ibiapina.

De passagem conheço muitas cidades cearenses. Cada qual tem suas características e sua importância no cenário brasileiro. Descrevi apenas aquelas que mais frequentei.

Darei continuidade minha viagem pela minha pátria amada, seguindo a ordem alfabética dos estados. Em breve será a vez da letra “D” Distrito Federal e da letra “E”, Espírito Santo. Aguardem.

         

         

         

        

         

         

CRÔNICA QUE O TEMPO NÃO APAGA

TURMA FERA
Wilton Porto

Do passado, lembranças tantas, estudantes: vigor e sapiência, atrozes ações – bem que poderíamos nos envergonhar agora!

O Colégio “Pedra de Amolar”, São João do Piauí, símbolo de educação do estado. O espírito rebelde anunciava a vivacidade, a coragem de dizer, a luz que em cada um brilhava, geração de inconformados, que diante das injustiças gritava e gritava, se incomodasse um, todos eram incomodados.

A quarta série era o inferno do colégio.Olhos de brilho intenso, humor que se alastrava, inteligência arrebitada, canção bem cantada, atores que com papel definidos, apresentação que todo dia, a toda hora, mas a lição sempre pronta: só a juventude vivendo o seu tempo,estudante que presenciavam o agora.

A cadeira da diretora era de prego sempre à vista, ela não parava um só instante sentada. Se uma muriçoca zoasse no ouvido dela, como um tirano, desenfreado, deixava veneno que vinha das ventas, escorrer em nossa classe, impunha castigo que não merecíamos, tudo de tudo “foi a quarta série – essa apendicite endiabrada!”

O capim brilhava na mesa dela. Era um molho bem escolhido, bem preparado: laços coloridos, verdinho verdinho apetitoso para qualquer animal estava.

Fulana chegou espumando, língua, como navalha, mão: bandeira ao vento, que sem parar tremulava. Batia tão forte na mesa, que a cidade toda escutava. Os olhos eram chama acesa labareda que não se apagava.

Toda a classe, sem sequer um pestanejo, fora condenada. Dez dias de suspensão eram pouco para uma turma que nascera mal fadada. Satã a tinha escolhido, pois os piores numa mesma classe.

Fim de ano: muitos, em falta, seriam prejudicados. A repetição de ano era certa, não se tinha dúvida. Ninguém sabia de quem fora a façanha, que a todos agradara. Um por todos, todos por um, ninguém reclamava. Isto mais furor na diretora, que a esta altura era “a burra, que de capim tanto gostava”.

“M” se levantou: altiva, poderosa. Voz mansa, sem rodeios, soltou a bomba, que até hoje soa em nossos ouvidos: “Fui eu, dona “X”, quem lhe deu capim! O fiz por mim e só por mim. Não aceito nenhuma defesa: meus amigos, deixem-me só nesta: se só o fiz, sozinha o castigo, eu mereço!”

Esta e tantas e tantas… E tantas e tantas nos alforjes a carregar. Coube a mim, o poeta da classe: algum dia lembrar, relembrar, a Turma Fera Turma 70 que igual não se ouvirá falar!