
MARIA DILMA PONTE DE BRITO
ACADEMIA PARNAIBANA DE LETRAS APAL CADEIRA 28
PATRONO: LÍVIO LOPES CASTELO BRANCO
1 º OCUPANTE: HUMBERTO TELES MACHADO DE SOUSA
Somos seletivo ao escutar. Gostamos de ouvir o barulho do mar, o ruído do vento, músicas suaves, palavras carinhosas. Ouvimos o que gostamos e o que nos dá prazer. Ouvimos o silêncio quando meditamos e a voz do coração quando amamos.
Ouvimos quem não fala. As plantas por exemplo, quantos conversam com elas. Os animais se comunicam com seus donos e estes entendem o latido do seu cão, o miado do seu gato. Sabem quando estão com fome, quando pedem carinho, porque aprenderam a ouvir além das palavras.
Ouvir não é o bastante, é preciso escutar. Ouvir está relacionado com a audição, Muitas vezes ouvimos, mas não escutamos. Porque somos seletivos. Ao assistir uma palestra escutamos enquanto o assunto nos interessa, depois o pensamento devaneia e ouve-se, mas não mais se escuta.
O silêncio guarda seus ensinamentos. O sábio aprende ouvindo. Saber ouvir é uma habilidade que faz compreender as pessoas além da face, dos gestos e de seu exterior. E assim, penetrando no íntimo das criaturas, compreendemos o seu mau humor, a sua apatia e, ao invés de criticar, podemos apoiar quem precisa.
O ouvir é a arte de escutar sem fazer julgamento. É uma espécie de acolhimento em que dedicamos parte do tempo a alguém. Muitas pessoas precisam ser ouvidas, os idosos especialmente, as crianças, também necessitam que os adultos se desapeguem de seus celulares para que lhes dispensem atenção, o que significa consideração, respeito, empatia e amor.
Ouvir a palavra de Deus abre para nós um caminho de muita luz e sabedoria. Segundo Santo Agostinho “escutar a palavra de Deus é como alimentar-se de Cristo”, ou seja, do bem, da fé, de humanidade.
O bom ouvinte tem toda probabilidade de se tornar um bom líder, um bom negociador, um bom cristão, um bom amigo. Saber ouvir é um gesto de humildade porque nos permitimos calar para dar voz a quem fala.
Aprendemos a falar desde muito cedo, mas muitas vezes morremos sem aprender a ouvir. É preciso discernir a hora certa de falar e de ouvir. Há tempo de ouvir, de falar e de aprender.
William Shakespeare em sua sã sabedoria advertia: “Dê as pessoas seus ouvidos, mas a poucos a sua voz”.