O poeta
Não é apenas tolo apaixonado
Escrevendo versos no caderno
(como muitos assim pensam)
Quando o poeta escreve
A tinta da caneta
É lágrima contida
(às vezes por anos)
Ao escrever, o poeta
Sangra, a cada linha
E se sente aliviado
(renascido)
É a angústia, é a dor
Uma declaração de amor
Até mesmo um protesto
(quem sabe?)
É, os poetas têm senso crítico
Se revoltam
Se indignam
(se contorcem em suas mentes)
Deixando fluir
Cada lampejo de sentimento
Fazendo surgir
A mais linda e emocionante
Obra de arte
Pois que me desculpem
Os indivíduos
Cínicos
Racionais
Que do alto
Da sua ignorância
Teimam em criticar
Essas pessoas sensíveis
Chamando-os de inocentes…
Diria então para esses facínoras:
Os poetas são
Apenas eles mesmos
Não se escondem atrás de máscaras
E nem fingem ser o que não são
Só pra passar uma impressão de entendidos…
Os poetas são
Transparentes
Geralmente tímidos
Mas nunca covardes
Um tanto sensíveis
Mas, fracos? Jamais
Parecem, por vezes
Loucos e estranhos
Mas na realidade
São gênios
Sua criatividade
Os leva a lugares
E sensações
Que nenhum
Tolo
Cínico
Racional
Poderia imaginar
Eles são
A vida escrita em poesia
E só devo me orgulhar
(pois sou um deles)
Claucio Ciarlini (2004)
- 2004 trouxe diversos acontecimentos em minha vida, como por exemplo: a conclusão do curso de história e o retorno à cidade de Parnaíba. Porém o mais marcante de todos (e antes de eu retornasse ao meu lar de origem) foi o lançamento de minha primeira obra: Linhas Impensadas! Evento ocorrido no auditório do Centro de Ciências Humanas (UVA), onde vinha estudando nos quatro últimos anos. Na oportunidade, tive a ideia de escrever uma pequena peça baseada nos poemas da obra para servir de abertura antes da parte formal, comum a todo evento de lançamento de livro. Contei com a ajuda de amigos do campus, poetas, músicos e atores que generosamente me ajudaram, no que serei eternamente grato a todos. A partir do nascimento da obra, dei por encerrado a “Era dos Encadernados”.
Academia Parnaibana de Letras 