Uma fortaleza de espinhos
Se faz em mim
(Sinto-me assim)
Proteção em termos de razão,
Não sei o porquê…
Nas dores da ilusão
Começo a me revestir
De uma forma estranha
(Difícil pensar)
Como uma teia
Cobrindo corpo e coração
A tristeza escondida por não decidir
O que será melhor pra mim,
Me faz chorar…
A alegria
(Euforia passageira)
Me deixa confuso
Perdido nas ideias erradas do destino
Você, que me carrega,
Às vezes me arrastando
Às vezes me consolando
Me entregue de volta à lucidez,
Se é que algum dia já tive…
A ambiguidade se faz nessa fortaleza, que me cobre, mas que não me protege,
Bela fortaleza, bela (Proteção e entrega): Indecisão!
Claucio Ciarlini (1998)
- No ano de 1998, meu terceiro de escrita, estava residindo em Fortaleza, Ceará, cursando o terceiro ano do Ensino Médio. Embora ainda não me considerasse um escritor de fato (o que passaria a ocorrer apenas no ano seguinte), a minha escrita já fluía com mais intensidade, ainda mais por ter sido este, um período que considero como uma espécie de exílio, tanto pelo fato de estar em outra cidade e longe dos amigos, como por ter vindo de um ano anterior extremamente complicado em termos pessoais. 1998 ainda seria marcado, em termos literários, pelo primeiro e único concurso de poesias que participei. Foi um concurso de poesia, desenho e redação da escola, envolvendo todos os anexos. Os três primeiros lugares apareceriam num livro. Não obtive êxito. O que me fez desanimar por uns dias, mas logo me serviu de incentivo a continuar a escrever, mas sem mais depender de qualquer edital.