1988, Grande Prêmio da Inglaterra. (E ao som de Wild is the Wind)
Coração.
É o que me eleva,
Nesse meio tão complexo,
Para muito além da razão
Acelerando mais do que posso pensar,
Apego-me à doce esperança, cada vez mais possível,
De que esse ano eu terei a minha vitória! (já é hora)
Esboço um sorriso
Enquanto tento esconder estes pensamentos sombrios
Que sempre teimam em me espreitar…
A velocidade superior a 300 km/h parece ser capaz
De deixar qualquer problema do lado de fora
Mas não passa de ilusão
Pois os problemas sempre dão um jeito de nos alcançar
E se instalar, bem aqui, na nossa frente!
Entre uma curva e outra,
Eu avalio tantas coisas: derrotas, tragédias, paixões, amores
Dissabores
Experiências espalhadas em meio ao visor do capacete,
E que tento expulsar, para que eu não perca o foco
Para que eu não me desvie do meu destino…
Tentando entender este mundo,
Tão cheio de contrastes e de dor
Fazendo-me de forte,
Em meio às inúmeras tempestades, eu sigo
Tentado ser o herói
Que todos querem (almejam)
Mesmo me sentindo tão normal
Como qualquer um (até mesmo você)
(Quem sabe, apenas, um pouco mais veloz.)
Claucio Ciarlini (2013)
Academia Parnaibana de Letras 