DIÁRIO – 04/05/2020

DIÁRIO

[Histórias de Évora disponível no sistema Amazon/Kindle]

Elmar Carvalho

04/05/2020

            Publiquei ontem, através do sistema Amazon/Kindle, o meu romance Histórias de Évora, com o conteúdo integral de sua edição feita pela Academia Piauiense de Letras, integrante da Coleção Centenário. Tudo que eu poderia dizer sobre ele está em suas páginas preambulares, escritas pelos escritores José Pedro de Araújo e Cunha e Silva Filho.

            Contudo, tentando atrair a curiosidade de potencial leitor, direi que se trata de um romance de formação, e conta a saga de Marcos Azevedo, de sua adolescência até o início de sua maturidade. O cenário é a cidade fictícia de Évora, um misto de Parnaíba, Campo Maior e outras cidades piauienses dos anos 60, 70 e 80.

            Perpassando essa ambientação, como pano de fundo, há um pouco da recente história econômica e social do Piauí, sobretudo a decadência do extrativismo e da prostituição, em que imperavam os coronéis da carnaúba, as madames de cabaré e as músicas românticas de Waldick Soriano, Roberto Müller, Evaldo Braga, José Ribeiro, Carmem Silva etc., cujas vozes evolavam dos discos de vinil (LPs), que giravam em sofisticadas ou singelas eletrolas.

PESCARIA

 

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Dizem que a pescaria é um esporte saudável, competitivo e até lucrativo. No início da humanidade a pesca era praticada como uma atividade de subsistência do homem, assim como a caça. Naquela época o homem encontrava na natureza alimentos fartos e saudáveis. Hoje a pesca assumiu valores diferentes, sendo importante alternativa de lazer, além de ser um meio de subsistência abastecendo a mesa de várias famílias, quer seja para consumir o produto da pesca ou para negociar e assegurar o dia-a-dia, enquanto o intermediário leva vantagens nesta comercialização sem correr o risco das marés, da correnteza, do vento e dos mosquitos. É a vida.

     Um amigo um dia me contou uma história interessante. Ele não é pescador profissional, mas foi convidado para uma grande pescaria. Aceitou o desafio porque pelo tamanho do barco e os equipamentos que estaria a sua disposição para a prática desta atividade era garantido bons resultados.

        Seu descontentamento começou ao verificar que não estava sendo respeitada a época da piracema e nem preservada a encantada natureza. Os peixes se amontoavam dentro do barco correndo o risco de afundar, em virtude do peso. Não havia bote salva-vidas para todos. Quanto mais se pescava, mas cobrança chegava, ninguém podia parar. Tempo para apreciar o mar, saborear o vento, olhar o céu, não havia. O que existia eram promessas de repartir lucros, de fazer sociedade, de acumular riqueza.

          Meu amigo pensou em pular do barco, não temia perder o produto de sua pescaria, mas temia ser devorado pelos tubarões. Ele era um “peixe pequeno”. Pensou em denunciar a irregularidade da pesca a órgãos competentes, mas a foi intimidado pelos “peixes grandes” e ludibriado com a promessa de ganhar o comando do navio, ganhar peixes dourados e valiosos. Como nada disso o seduziu foi ameaçado: se o barco correr risco de afundar os “peixes pequenos” retornaram para o mar e o pescador também. Os botes salva – vidas são suficientes apenas para socorrer os “peixes grandes”, sem fazer diferença se animal aquático ou bípede.

        Depois que meu amigo me relatou tal episódio fiquei a refletir se esta era uma história de pescador ou não. Tentei correlacionar sua história com episódios da vida real. Verifiquei também, que neste relato o pescador não saiu vitorioso como nas narrativas pitorescas dos contos de pescador. Desta vez o pescador ficou encurralado, entre o mal e o bem, o que induz a uma veracidade do fato. Se o caso realmente aconteceu, preciso averiguar para saber como ele se saiu.

                                                  Será que venceu ou foi vencido?

 

DO LIVRO LERO LERO  2011
MARIA DILMA PONTE DE BRITO APAL
CADEIRA 28
PATRONO LÍVIO LOPES CASTELO BRANCO
1ºOCUPANTE HUMBERTO TELES MACHADO DE SOUSA

 

 

Barulhos e Barulhos…

 

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        Tique-taque, tique-taque é o barulho do relógio? Não, não, é o barulho do trem que apitou também piuuuuuuuuuu.

       Toque- toque, toque – toque será alguém batendo na porta? Não, não, hoje tem interfone que o som parece o tlim tlim do telefone. O toque – toque é o sapato da madame desfilando no assoalho. Troqueeeeeeeeeee é o salto se quebrando e deixando a madame embaraçada.

       Plim – plim pode ser o sinal da vinheta da globo, pode ser o reclame do Faustão ou pode ser o plim – plim  do celular.

       Pummmm! Pummmmmmm! Pode ser alguém lhe fazendo medo, fingindo que é um fantasma, mas se você tiver que prender a respiração foi o barulho de gases expelidos. E pode ser ainda o barulho de fogos de artifício.

      Miau! Miau! Se não for o gato no telhado é a gatinha insinuando alguma coisa pra você. Se você já deu o leitinho dela este miado é querendo algo mais.

      Bi,bibi, biiiiiii, é alguém buzinando insistentemente ou pode ser o menininho chamado o amiguinho Bibiiiiiiiii.

      Rock, rock, rock  é a porta se arrastando ou pode ser ainda o ratinho e a ratinha namorando.

      Tem gente que põe algodão no ouvido para fugir dos ruídos. Tem gente que nem se incomoda. Mas, tem BARULHOS e barulhos. BARULHO agudo, contínuo e persistente.  A cerca elétrica quando dispara é um horror e o alarme do carro? Um minuto, dois minutos, três minutos é barulho ou BARULHO?  O barulhinho de alguém mastigando ao seu lado é “barulho”, não dá para irritar, ou dá?

      O latido do cachorro e a resposta do outro, carro passando, o arrastar de móveis, moto com escapamento aberto, carro de propaganda, o barulho do pernilongo no seu ouvido tudo isso lhe irrita? Ah! Meu irmão você está estressado. É certo que o barulho excessivo pode causar estresse, provocar irritabilidade e trazer alguns prejuízos físicos também, mas não adianta se desesperar. Brigar com o vizinho pra quê? Mudar de casa também não resolve e muito menos ficar mal humorado.

     Educar o povo seria a solução e lembre-se que a educação começa de casa.  Você é ou não é um produtor de ruídos?

DO LIVRO “O QUINTO”  – INÉDITO
MARIA DILMA PONTE DE BRITO -APAL
CADEIRA 28
PATRONO LÍVIO LOPES CASTELO BRANCO
1ºOCUPANTE HUMBERTO TELES MACHADO DE SOUSA