*Nailton da Silva Rodrigues.
O dia nem era tão importante para mim. E eu, sem problema algum, poderia sim ficar deitado em minha cama até que a lua voltasse. Mas eu prometi que viveria. Eu prometi a mim mesmo que viveria.
E assim fora. Levantei e calcei as pantufas dos minions. Fui até o espelho e disse frases motivacionais a mim mesmo. Frases essas que nem são tão reais.
Presuma-as!
Imaginei como seria meu dia e faria de tudo pra que ele fosse daquela forma. Mas foi. E tudo bem!
Eu disse que não importaria. Eu disse a mim mesmo que eu não me importaria se fosse bom ou ruim.
Apontarei os bons pontos como o sol do litoral, lindo e real sobre mim. Nenhuma morte na rua ou no bairro.
Todos como sempre foram, vizinhos falando das vidas alheias, homens capinando os quintais ou correndo atrás dos porcos que fugiram facilmente dos chiqueiros mal feitos.
Os ruins pontos são maioria, mas direi-os de forma resumida, como o café amargo, o cano sem água, os postes sem luz, o dia sem sorriso.
A queda do caju tão desejado que se estragou no solo, que fede com os rejeitos intestinais das galinhas. E assim fora o dia comum que não me abalou.
*Nailton da Silva Rodrigues é parnaibano, estudante do Ensino Médio da Unidade Escolar Edson da Paz Cunha, medalhista na Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa.