POEMA DE WILTON PORTO

Wilton Porto

13
Nasci no dia treze
Quase todos os meus números de escola foram treze
Recebi alta do hospital após infarto no dia 13
O nosso Santuário foi inaugurado dia 13
O nosso terço de cada mês é dia 13
Àquela a quem me consagrei com sangue
aparecia todo dia 13
O grande milagre dEla – o Sol fazendo piruetas à vista de centenas de testemunha
foi dia 13 de outubro dia meu nascimento
Cristo durante a Ceia
dividiu o Pão entre 12 Apóstolos e com Ele 13
Eram 12 tribos de Israel e com Deus 13
Minha mãe teve 10 filhos
Criou uma e, juntando com ela e meu pai, são 13
Meu pai produziu 10 filhos com minha mãe e mais quatro em outro relacionamento. Somando com a de criação são 15. Como morreram dois são 13.
Deve haver treze perdido de minha memória.
Que número de sorte me é este treze!!!!

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Parnaíba(PI) 27/08/2019
Wilton Porto

 

O casamento de Cunhandita.

 

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*Pádua Marques.

 

Era passar um embarcadiço mais limpo e perfumado vindo do Porto Salgado com algum sinal de mil réis na burra ou um negro de melhor feição que fosse no rumo das casas de raparigas na Coroa e lá estava Cunhandita se mostrando na janela e se fazendo de faceira. Aos sábados e domingos largava o fogão e os trens da cozinha da casa de doutor José Cândido e na companhia de outras negras atravessava a rua Grande pra ir à missa na igreja do Rosário.

Cunhandita, negra cozinheira da casa do médico doutor José Cândido de Deus e Silva, mas nos assentamentos da igreja era Benedita dos Santos e só. Santos ela ganhou de sobrenome por ter nascido logo nos primeiros dias de novembro daquele ano de 1794, no Igoronhon, Maranhão, e dada ela e dois irmãos como pagamento de uma dívida do comerciante de madeiras Simião Justino ao doutor seu dono e patrão.

Os irmãos Miguel e Onofre quando tinham dezoito e vinte anos morreram no naufrágio de uma canoa carregada de bananas entre as Canárias e a Tutoia vindo pra vila da Parnaíba. Morreram e ficou por isso mesmo. Cunhandita acabou ficando sozinha no mundo. Largado o serviço da cozinha, onde fazia de um tudo, se punha na janela e num descuido da patroa, que vivia cochilando por dê cá aquela palha, ia até a porta pra dar definição de quem entrava e quem saia das outras casas na rua Grande e adjacências.

E nesse ofício de ficar espiando a vida alheia e se insinuando e mostrando os peitos na janela pra quem quisesse ver, acabou chamando a atenção de Raimundo Dias da Silva, irmão do capitão Simplício Dias, marido de dona Isabel Tomásia. Era rapaz de boa presença, rico, doido por farra na Coroa e no Porto Salgado e que viu na negrinha de antes de vinte anos, na flor da idade, tudo e mais um pouco pra movimentar sua vida naquela vila da Parnaíba em 1811. Cunhandita agora era meter a cara na porta e lá estava o filho de finado Domingos Dias da Silva passando a cavalo e tudo o mais.

Cunhandita no início quis se fazer de difícil naquele mundo onde estava desamparada e onde um negro nunca iria ter direito nem muito menos ser acreditado. Sentiu que Raimundo Dias da Silva queria alguma coisa, mas pensasse o que pensasse, ela era moça de casa de família. Vai que o doutor José Cândido fica sabendo? Era coisa de sair com uma mão na frente e outra atrás e tendo certeza de um grande castigo. Mas não houve quem fizesse Raimundo arredar o pé. Era de dia e de madrugada esquentando os fundos das calças numa sela do cavalo e assobiando, em teme de acordar o doutor.

Passados uns meses Raimundo e Cunhandita estavam se deitando. E mais um pouco, um belo dia de tarde a patroa desconfiou que a negra estava era prenhe! Não bateu e nem tirou pedaço, mas deu uma prensa bem dada. Cunhandita não queria dizer o nome do autor do mal feito. Foi o custo da mulher do médico ameaçar contar a situação ao marido. Coisa de no mínimo uma dúzia de bolo de palmatória bem dada. Aí a negra caiu das carnes, chorou, pediu clemência, lembrou a vida miserável e a morte dos irmãos, coisa e tal. Disse nome e sobrenome, Raimundo Dias da Silva, irmão de capitão Simplício Dias. A casa de José Cândido de Deus e Silva e as próximas da igreja quase vieram abaixo.

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Doutor José Cândido foi informado uns quinze dias depois do ocorrido e numa noite entre uma conversa com Simplício Dias e o irmão sobre a ocorrência de incêndios nos armazéns de charque que tiveram como suspeitos uns negros fugidos pra Araioses no Maranhão, pediu que o irmão Raimundo Dias da Silva reparasse o erro de fazer mal à negra cozinheira de sua casa. As conversas já haviam deixado as camarinhas pra ganhar a gente mais elegante na praça da matriz, nos pontos de comércio e até nas repartições do governo da vila da Parnaíba.

Simplício chamou o irmão Raimundo e mandou que desse jeito naquele embrulho em que havia se metido. Falou pras paredes! Que negra? Fazia empenho de se deitar com diabo de negra? Queria que se casasse abugigado? Era de dar ocupação de seu tempo com negra fedendo a azeite? Mas se o irmão Simplício Dias fazia mesmo questão de criar justiça com pouca coisa, que arranjasse ele mesmo um casamento pra Cunhandita com algum negro de suas terras nos Morros de Mariana, Tatus, lugar bem longe! Era a saída.

Do dia pra noite Cunhandita deixou a casa de doutor José Cândido e foi embora pra sua terra. Levou umas mudas de roupas e algumas moedas de tostões que recebeu do patrão e da mulher pra nunca, mas nunca mais por os pés na vila da Parnaíba. Quando tomou assento na canoa naquele início de tarde no porto Salgado pra ir embora de uma vez da casa do patrão, Cunhandita estava com a barriga já tomando vulto e junto de negro Afonso, seu camarada. Quando caiu a noite a vila da Parnaíba pode dormir sem medo de escândalo, mas Raimundo Dias da Silva iria continuar andando a cavalo, feito quem vira bicho e assobiando embaixo das janelas alheias.

*Pádua Marques, cadeira 24 da Academia Parnaibana de Letras.

 

Viva a sua sorte

Tem gente que tem a sorte de ter muito dinheiro,
mas vive com problemas de saúde.
Tem gente que tem a sorte de ter muita saúde,
mas vive quebrando a cara nos relacionamentos.
Tem gente que tem a sorte de encontrar o amor da vida,
mas não consegue encontrar um emprego.
Tem gente que a tem sorte de passar no concurso dos sonhos
mas não tem amigos para comemorar.
Tem gente que tem a sorte de ser cheio de amigos,
mas não tem tempo para vê-los.
Tem gente que tem a sorte de ter muito tempo,
mas vive preocupado com dívidas.
Tem gente que a sorte de ganhar na Mega-sena,
mas não consegue viver em paz.
Tem gente que tem a sorte de viver em paz,
mas sente falta dos pais.
Tem gente que tem a sorte de conviver com pais maravilhosos,
mas não está satisfeito com o corpo acima do peso.
Tem gente que tem a sorte de ter uma genética invejável,
mas vive com peso na consciência.
Tem gente que dorme com a consciência tranquila,
mas torce pelo Vasco.
Tem gente que não torce pra ninguém e só reclama da má sorte.
Em resumo, não existe ninguém tão sortudo que tenha tudo,
nem ninguém tão azarado que não tenha nada.

Reflita e viva sua a sorte!

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PUBLICIDADE NAS REDES SOCIAIS E A VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR

Dante Ponte de Brito (*)

Não há como negar a importância da internet atualmente. Por causa dessa ferramenta, pode-se afirmar que foi ampliado o acesso à informação, educação, comércio, lazer, entretenimento e, principalmente, à comunicação.
As crianças e os adolescentes de hoje já nasceram em um mundo conectado à Internet. Nesse contexto, merecem destaque as chamadas redes sociais. Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo têm perfis e compartilham fotos, arquivos, ideias e mensagens em plataformas como Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp, Youtube, entre outras.
As redes sociais constituem instrumentos utilizados atualmente para interação entre as pessoas em escala global e são empregadas com finalidade de entretenimento ou passatempo. Ao mesmo tempo, por meio delas, verifica-se um excelente mecanismo para formação de diversos contratos de consumo devido a sua praticidade e agilidade.
Diante do exposto pergunta-se: como se dá o estímulo para formação desses contratos de consumo? A realização desses contratos de consumo é fomentada pela veiculação de publicidade nas redes sociais.
Tal prática, de veiculação de publicidade nas redes sociais, tem dado origem a inúmeras situações jurídicas inéditas para os operadores do Direito, tais como, o aumento do consumismo, superendividamento das famílias, a violação da privacidade e dos dados pessoais dos internautas que navegam na web e efetuam relações de consumo via rede mundial de computadores, além da questão da amplitude/alcance da responsabilização por veiculação de publicidade ilícita na Internet.
Nesse contexto, diante do fenômeno da virtualização dos negócios jurídicos, uma parcela cada vez maior das relações de consumo tem se realizado no ambiente eletrônico, impulsionadas pela publicidade on-line.
Como consequência de tal fato, os juristas que atuam na seara consumerista vêm se deparando com esses inúmeros novos problemas, pois o Código de Proteção e Defesa do
Consumidor (CDC), promulgado na década de 90 do século passado, não podia sequer imaginar a proporção que o chamado e-commerce alcançaria.
O Código de Proteção e Defesa do Consumidor (CDC), promulgado em 11 de setembro de 1990, tratou do tema da publicidade ao disciplinar os arts. 36 ao 38 do CDC. No entanto, como naquela época a internet ainda dava seus primeiros passos, o legislador não abordou a questão dos anúncios nas redes sociais. Nesse raciocínio, indaga-se, há diferença entre a publicidade nas redes sociais para publicidade tradicional?
No que se refere à publicidade nas redes sociais,  adverte-se que o seu diferencial é o que se denomina de marketing da resposta direta e imediata do consumidor. Uma publicidade em um outdoor ou em um jornal, ou em uma revista, até mesmo na televisão não dá a oportunidade ao consumidor de, ao visualizar o anúncio, com apenas um clique adquirir determinado produto ou serviço. Essa resposta direta e imediata é algo que impulsiona o mercado de consumo e o modificou radicalmente.
A publicidade veiculada no ambiente virtual assume contornos diversos da publicidade tradicional, muitas vezes se subtraindo dos comandos expressos da lei 8.078/90, o Código de Defesa do Consumidor. Tal situação tem suscitado novos problemas, principalmente quando não são respeitados os princípios da identificação (art. 36, CDC) e princípio da não abusividade da mensagem publicitária (art. 37, CDC).
Outra característica marcante dos anúncios nas redes sociais consiste na utilização de publicidade direcionada ou teleguiada, ou seja, aquela que atinge diretamente o internauta e desperta neste o desejo de aquisição de bens de consumo supérfluos (consumismo).
Nas redes sociais os anúncios parecem ser feitos sob medida para o usuário da web. Essa lógica contraria o histórico da publicidade que, tradicionalmente, ficou conhecida como um instrumento de oferta de massa, direcionado a um grande número de pessoas.
Com o intuito de propagar anúncios direcionados, algo que vem tornando-se frequente é a veiculação promoções, cadastros ou correntes nas redes sociais com o intuito exclusivo de capturar informações sobre os comportamentos e desejos dos consumidores, formando um verdadeiro banco de dados.
A partir de um clique em uma dessas armadilhas há a captura de informações pessoais e os usuários da rede passam a receber em seus perfis do Facebook, Instagram, Twitter, You Tube etc. publicidades e ofertas cirurgicamente calculadas. Dessa forma, há a necessidade de combater não somente a prática de bombardeio constante com mensagens publicitárias, mas também deve haver preocupação com a obtenção camuflada de informações pessoais do consumidor por meio das redes sociais e cadastros aparentemente inofensivos, mas que são, na verdade, uma armadilha preparada pelo fornecedor.
Ressalte-se, ainda, que as redes sociais são meios propícios para o mercado publicitário em razão do baixo custo de investimento em comparação com a televisão, por exemplo. Além disso, o alcance das redes sociais pode ser infinitamente maior para um determinado público alvo do que as outras mídias (no rádio, em uma revista, em um outdoor).
A publicidade tornou-se uma ferramenta extremamente eficaz na captura de consumidores e também bastante lucrativo, pois, apesar de um anúncio na internet ou em outros meios de comunicação comprometer parte do capital das empresas anunciantes, tal investimento acaba se tornando uma quantia pequena se comparada ao retorno que poderá advir em um futuro próximo.
As empresas perceberam que o investimento em anúncios nas redes sociais constitui instrumento poderoso para ampliar as vendas de determinado produto ou serviço. Tal percepção se deu, dentre outros fatores, ao fato de que, ao contrário da publicidade veiculada nos jornais e revistas impressos e na televisão, na internet o anúncio já pode vir acompanhado do link para aquisição do bem de consumo, conforme afirmado anteriormente.
As redes sociais tornaram-se cenário ideal para prática de publicidade clandestina visto que neste ambiente o consumidor encontra-se menos protegido e mais exposto às estratégias de marketing dos fornecedores que, utilizando-se desses espaços geralmente destinados à distração e entretenimento, direcionam a divulgação de marcas sem, no entanto, deixarem claro que se trata de um anúncio, o que viola o princípio da identificação da publicidade previsto no artigo 36 do CDC.
Não se pode olvidar, outrossim, que as redes sociais permitem que o fornecedor tenha acesso à informações pessoais dos usuários, o que dá ensejo à chamada publicidade direcionada. Destarte, de posse de dados sobre as preferências, gostos, diálogos, acessos a sítios, as empresas direcionam os anúncios a um determinado público fazendo com que o poder de influência e persuasão em relação à aquisição de um bem de consumo seja elevado exponencialmente.
Diante de todo o exposto mister se faz investir em proteção de dados dos usuários da internet e também em educação no ambiente virtual, a fim de que o consumidor se previna das armadilhas proporcionadas pelo mercado de consumo na rede mundial de computadores que podem gerar problemas graves como o consumismo e o superendividamento das famílias.
 Dante Ponte de Brito (*) Candidato à cadeira 27 da Academia Parnaibana de Letras que tem como patrono Ovídio Saraiva.

O MENTIROSO DE PARNÁSIA

 

 Por: Vitor Athayde Couto(*)

 

 

 

“Segundo a maioria dos autores” (a maioria dos autores não quer dizer absolutamente nada, mas, não se sabe por que, muita gente escreve isso, mesmo sem nunca ter lido sequer a minoria dos autores), ou… “Segundo as últimas estatísticas” (isso tampouco significa alguma coisa), a cidade de Parnásia detém a maior densidade mitográfica do Brasil.

 

Para que servem expressões como “alguns autores”, “de acordo com as estatísticas”, ou “as últimas pesquisas”, se não se identificam autores, obras publicadas, fontes, datas, metodologia, se os dados são oficiais e confiáveis, como foram processados e divulgados, etc.? Se está apenas no mundo do “eu acho que”, “eu tenho uma teoria”, etc., e o leitor nunca vai poder achar (no sentido de localizar) nada? Está claro que esse bolodório todo só tem uma utilidade: enganar. E ainda dizem que é científico haha.

 

E a tal densidade mitográfica? Diabéisso? Pura invenção, mas… com um pouco de acrobacia intelectual, pode-se dizer que se trata de um “conceito científico, estatisticamente mensurável”. Não ficou bonitinho assim? Engana bem, assó: construindo o conceito em percentuais simples, trata-se da relação (divisão) entre o número de mentirosos (numerador) e a população total da cidade (denominador), em determinado ano e local. Finalmente, multiplica-se o quociente por 100, desprezando-se o resto, deixando uma ou duas casas decimais, a gosto, igualzim a uma receita de bolo. A depender da conveniência e do grau de malandragem do “pesquisador”, pode-se considerar tanto a população total quanto a população adulta – a partir da idade de 14 anos, por exemplo. No caso de o pesquisador-acrobata optar pela população total, ele está considerando que “algumas crianças” já nascem mentindo – o que não deixa de não ser muito pouco improvável hoje em dia, com certeza. Vixe, agora foi queu num tindí nada haha. Mas ainda não terminou. Aliás, isso não termina nunca, enquanto tiver financiamento… Resta fazer algumas comparações, rodar um modelo estocástico sofisticado, produzir um “artigo científico”, apresentar num evento igualmente idem, e… tcharã!, anotar no curriculum vitae. Blz?

 

Parnásia ganhou, de para-quedas, vários apelidos. Isso aconteceu durante as campanhas eleitorais, quando um monte de candidatos disputavam pra ver qual para-quedas chegava primeiro ao solo. Como dois para-quedas chegaram ao mesmo tempo, até hoje se discute a seguinte e importante questão: Parnásia deve ser o portal da Chapadinha do Bacuri (hoje em dia, toda cidade quer ser portal de alguma coisa) ou portal dos Tabuleiros do Canapum? Em meio ao conflito, um grupo expressivo de vates parnasianos propôs uma terceira via, bem em cima do muro:

– Parnásia deve se chamar “Portal das Ilusões”.

 

Mas, qualquer que seja o apelido, tanto faz, porque, como toda cidade do interior, Parnásia também tem seu mentiroso favorito, bastante conhecido de todos. Não lembro o nome dele, mas isso tampouco importa. Quem vai acreditar que o nome do mentiroso é de verdade? Mentiroso inventa o nome que quer, a começar pelo próprio nome próprio. Fico imaginando quanta mocinha por aí tem vergonha do seu próprio nome próprio haha. Daí, muitos pais otários e os notários inventam ortografias bem esquisitas para nomes de batismo, desses inspirados em séries americanas, biguibróderis, e novelas mexicanas. Pâmela (que o velho computador do cartório logo corrige para Panela, grr, que raiva!), Jenifer (ou Jennifer, ou Jenniffer, ou Jenyffer), Adriele (ou 2 Adryelle, ou Adriely, ou…), Samantha… aff, daí a pouco as pobres meninas têm que arranjar outro nome, um apelido qualquer, para não serem confundidas com travecões de beira de calçada. Êlas (ou el@s, ou elxs) adoram! Tudo começou com Priscila ou Priscilla, ou Pryscila, ou Pryscylla… Aff… agora, chega, porque…

 

Mentir não é pecado. Aliás, todos nós precisamos mentir. Pecado é acreditar naquilo que o mentiroso diz, por ser mais cômodo. Incômodo é não acreditar, desconfiar e ter curiosidade, ter que estudar, localizar e consultar documentos comprobatórios, verificar se as informações procedem, etc. Mesmo assim, preciso achar um nome para o “meu mentiroso favorito”. Por exemplo… Galerão! Que tal? Então, fica combinado assim: toda cidade do interior tem o seu Galerão. Parnásia, também. Galerão, que vem de galalão, mais tarde desnasalizado para galalau. Significa homem grande, gigante. E o leitor já desconfia que o nosso Galerão parnasiano só pode ser pequeno, magro, baixinho, quase um anão. Explico, com outra história dentro da história:

 

Istrudia precisei consertar um rádio. Fui ao troca-troca e perguntei quem podia trocar a minha fonte, de 110 pra 220. Aliás, a fonte 110 já tinha torrado, porque o Brasil é um dos poucos países do mundo cuja população convive em larga escala com duas voltagens e duas ciclagens. Isso aumenta o consumo de fontes, transformadores, tomadas de três pinos, adaptadores… Apagões são bem-vindos para a indústria, comércio, locadoras de geradores, eletricistas, companhias de seguros, etc. Isso é muito bom, porque gera (disculpaê o trocadilho) empregos. Quanto mais acidentes, melhor. Mais se empregam paramédicos, motoristas de ambulâncias, bombeiros, instrutores de cursinhos rápidos de técnicas de bioimagem para “doutores” médicos, “doutores” dentistas, “doutores” delegados, enfermeiros, fisioterapeutas, laboratoristas, planos, funerárias, enfim, toda a cadeia produtiva da saúde. O resultado é um maior crescimento do pibinho (há quem chame isso de desenvolvimento haha). Aff, já tou na enésima história, preciso voltar à segunda história dentro da primeira história. Então… deixa eu ver… Ah, daí, alguém apontou para uma portinha bem estreita, e disse:

 

– Vá lá e pergunte pelo Gordim, ele conserta seu o rádio, na hora.

 

Agradeci, fui até a portinha, sempre me perguntando como é que um gordinho passa por uma porta daquelas. Espiei lá dentro. O ambiente tava escuro, esfumaçado, com cheiro de cinzeiro usado. Mas deu pra perceber um carinha bem pequeno e magricela, só pele e osso, com um eterno cigarro aceso entre os dedos amarelados da mão esquerda, olhando pro nada, sentado num tamborete de tiras de couro de boi, trançadas, brilhantes e bem polidas móde os fundos de muitas calças históricas, conversadeiras e peidantes. Perguntei, com forte sotaque (e estilo) parnasiano:

 

– Ei, tu conhece aqui uma pessoa que conserta rádio, por nome Gordim?

 

Tirando lentamente da boca o que ainda restava do cigarro (havia mais cinza do que outra coisa), o magrelo prontamente respondeu:

 

– É sou eu!

 

Resolvido o problema do rádio, com maestria, o caso é que, quando o maior mentiroso da cidade morre, logo aparece um substituto. O enterro de um grande mentiroso é sempre muito disputado. Todo mundo acorre, desde o velório. Querem ter certeza de que o mentiroso morto tá bem morrido mesmo, mortim – ou, então, querem ver se ele vai levantar do caixão, a qualquer momento, com cara de coringa chicó, dizendo:

 

– Morri não! haha!

 

Ninguém vai querer perder essa, vai? Enterro de mentiroso-celebridade só perde pra enterro de malandro, pois nesse campo a concorrência é muito grande. Lembra até aquele filme “O homem que amava todas as mulheres”, do genial Truffaut. O filme começa com o enterro de um cara muito malandro e bem dotado. Durante sua vida, ele enganou tanto a esposa, que o seu funeral foi honrado por um número incalculável de amantes, piriguetes, mocreias, quengas e barangas de toda ordem – o que confirma uma grande verdade científico-sertaneja: “amor de rapariga é que é amor”.

 

Cepãdã, Galerão não era qualquer mentirosorréichinfrim. Ele era um mentirosocelebridade muito especial, porque tinha uma grande particularidade: acreditava em tudo aquilo que ele mesmo dizia (ou inventava, sei lá). Jurava pela mãe dele que era verdade. Se alguém duvidasse, rolava fáite. Por ser violento e ter porte de arma, ninguém duvidava de nada que ele dizia, mesmo sendo ele minúsculo. Talvez seja essa a origem da tal “verdade científica” haha.

 

Parnásia, é uma cidade “monarca de grande”. Lá, tudo é exagero. Parnásia aloja uma multidão de mentirosos. Por essa razão, a cidade ostenta uma densidade mitográfica equivalente à das grandes metrópoles. Mas, comparada com pequenas cidades do interior, os parnasianos detêm a maior concentração de mentirosos por mil habitantes.

 

Nas suas aulas-espetáculo, Suassuna gostava de dividir a humanidade em dois grupos. Por exemplo, de um lado, as pessoas que já foram à Disney pelo menos uma vez; de outro, as que nunca foram. Com relação à mitomania, ele certamente dividiria os parnasianos em duas metades: de um lado, aqueles que mentem; de outro, aqueles que mentem muito. Resta agora pesquisar a terceira metade haha. Fica a sugestão como tema de pesquisa. Com a palavra, a comunidade científica, pois ainda restam as últimas bolsas remanescentes da crise.

 

Vitor de Athayde Couto (*) Candidato à cadeira 27 da Academia Parnaibana de Letras que tem como patrono Ovídio Saraiva.

 

(Este texto inédito integra a série “Crônicas de Parnásia”, livro em edição). 

 

A negrinha e a vaca.

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*Pádua Marques.

Passava pouco mais da boca da noite quando Elias veio contar pra Simplício Dias que ouviu pela boca de gente na rua e perto do porto Salgado que Sebastião Matias, um negro encarregado de curral no Buraco dos Guaribas havia dado fim numa vaca próximo do Testa Branca, de propriedade de dona Isabel Tomásia. Foi o bastante pra que o coronel mandasse ver Salviano e Antão pra irem lá naquele fim de mundo e caçassem o ladrão, fosse de que forma fosse.

Elias iria junto pra não deixar ninguém se assustar, causar espanto de ver gente estranha chegando e tentar fuga! Salviano e Antão eram dois negros da mesma idade, uns vinte pra vinte e cinco anos, trazidos do Maranhão, bons de faca e cacete e que viviam escondidos no fundo da casa grande e sempre chamados a fazer coisa que não prestava. Coisa envolvendo vingança, brigas de famílias, corretivos pra assustar, cobrança de dívidas ou até tocarem fogo nas casas e comércios de gente que se metia a querer enfrentar o coronel.

Sebastião Matias havia dado fim na vaca, animal de umas dez arrobas, de pouca carne embaixo dos couros e que nem dava mais uma gota de leite. Mas era de propriedade de dona Isabel Tomásia. O negro roubou a vaca e foi vender longe, muito longe, depois de dois dias de marcha por dentro do mato, em Granja, no Ceará. Agora como ainda não tinha voltado e certamente com medo de um castigo, estava escondido no mato. A ordem de Simplício Dias era que Elias, Salviano e Antão fossem buscar Matias pelo beiço e na ausência deste, trazer uma compensação.

 

Saíram os três de madrugada com o sol ainda escondido e tocaram no rumo do Testa Branca pra antes que o sol saísse estarem no Buraco dos Guaribas. Armados com cacetes, uma espingarda e facas, chegaram ainda mal dando pra se ver um vulto a menos de duas braças naquele turvo. Apuraram o ouvido e nada. Mas se Sebastião estivesse em casa por certo daqui a mais um pouco iria começar o trabalho no curral. E aí era a hora de pegar o negro ladrão. Mas o tempo foi passando e nada do vaqueiro mostrar sinal de presença em casa.

 

Lá pra mais tarde os três chegaram ao terreiro e Elias gritou pelo nome do dono da casa, que ficava na frente algumas braças do curral. Chamou e chamou mais de uma vez e ninguém deu sinal de vida. Passado um tempo a porta se abriu e de lá de dentro saiu um negro velho e uma mulher, Olegário e Salvina. O pai e a mulher de Sebastião. Vendo Elias não desconfiaram de nada. Na mata próxima, de carnaubeiras agora que os passarinhos começavam a cantar estavam os outros escondidos. O que meu compadre anda fazendo numa hora dessas da madrugada? Se aproxime e venha pra dentro de casa!

Mas foi mandarem que se aproximasse o escravo de confiança de Simplício Dias, pra que os dois outros negros invadissem a choupana já de mão nos cacetes e desembainhando as facas. Elias deixou incontinenti de ser o conhecido e até amigo e quis saber do paradeiro de Sebastião Matias e do sumiço da vaca de dona Isabel. A mulher e o negro velho, atordoados ficaram gaguejando de medo. Cadê Sebastião? Quem sabe alguma coisa sobre o sumiço da vaca? Ninguém queria dizer que o vaqueiro estava na Granja. Pois já que ninguém queria abrir o bico iriam levar um dos filhos, pois era bicho que não iria fazer falta naquela casa. Salviano e Antão correram no rumo das redes e foram jogando tudo que era negrinho no chão. Foi muito susto e choro, a mãe desesperada e o velho Olegário tremendo e dizendo nome feio com Elias e Simplício Dias.

Viram entre os filhos de Sebastião Matias, uma menina de seus sete pra oito anos, que deveria ser a mais velha. Os outros eram três negrinhos e uma negrinha de colo, que estava se desmanchando em choro nos braços da mãe. Como ninguém deu o que falar do escravo e vaqueiro ladrão de vaca, iriam levar a menina. Quando o pai aparecesse e desse falta, que fosse buscar na casa de Simplício Dias, com quem haveria de se acertar.

Foi muito choro, pragas e desespero da mulher de Sebastião, do negro velho Olegário e dos quatro filhos de Sebastião naquele início de dia no Buraco dos Guaribas, abaixo um pouco do Testa Branca. Elias perguntou o nome da menina. Minelvina. Quantos anos tinha. Oito, indo pra nove. A mãe sem força e nem como resistir com aqueles três homens armados e prontos pra matar todo mundo foi dentro de casa buscar pelo menos uma muda de roupa pra menina. As duas chorando muito e o desespero todo tomando conta.

Levaram a menina, uma negrinha magra, pés cinzentos, olhos ainda cheios de lágrimas, de quase nove anos pra distante vila da Parnaíba. Passado um pouco de horas estavam entrando pela porta dos fundos da casa da rua Grande. Dona Isabel Tomásia foi chamada por Simplício Dias pra dizer que havia uma cria de escravo dentro de casa em paga por uma vaca roubada. Que desse comida, roupa, até um calçado, uma ocupação que fosse, pra não cair na graça de ser preguiçosa como muitas que conhecia em casa de vizinhos.

Mas nada de se criar negro mofino dentro de casa dando despesa aviltante e se achando com direitos! De sua filha Carolina, que nem passasse perto! Mas se aparecesse alguém de bom coração, até que podia dar a negrinha. Olhando bem, ainda era pouco o preço que o negro ladrão Sebastião Matias estava agora pagando pelo que fez. Roubar e levar pra Granja uma vaca, logo de dona Isabel?!

O vaqueiro não mais apareceu. Decerto com medo do castigo deixou o Buraco dos Guaribas. Passados uns dias, depois de uma conversa de fim de missa com dona Luizinha de Souza Basto, comadre vinda de São Luís, a mulher do governador da Parnaíba lhe deu a negrinha. Haveria se bem adestrada pra pelo menos lhe levar na cama uma xícara de chá. Que levasse pra pelo menos se salvar daquele mundo da pobreza em que a Parnaíba estava se enterrando. Porque a história da vaca já estava morta e enterrada.

*Pádua Marques, cadeira 24 da Academia Parnaibana de Letras. 

 

II Corredor Literário lança livros em noite com escritores e leitores na Caixeiral.

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Com grande presença de público foi realizado na noite desse sábado no SESC Caixeiral o II Corredor Literário, com venda e exposição de livros, promovido nas parcerias daquela entidade com a Academia Parnaibana de Letras, o Opiagui e escritores independentes. Na ocasião se deram apresentações e performances de teatro e recitação de poesias com Gualberto Júnior e Eduardo Moraes.

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Entre os escritores que lançaram e relançaram livros estavam Antonio de Pádua Marques, membro da Academia Parnaibana de Letras, o professor Adilson Castro e Claucio Ciarlini, editor e criador do OPiagui, a escritora e poetisa Edinólia Fontenele e Jorge Barbosa Filho, escritor carioca radicado em Parnaíba, Marcello Silva, escritor de Chaval e o advogado Dante Ponte de Brito.

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Pádua Marques, da Academia Parnaibana de Letras lançou seu romance O Libertador de Cuba, obra prefaciada pelo mestre e doutor em literatura piauiense Daniel C. B. Ciarlini. Na ocasião a academia parnaibana recebeu livros para o acervo de sua biblioteca.  Ao evento compareceu o médico Valdir Aragão, secretário especial do prefeito de Parnaíba, o advogado, escritor e membro da APAL Roberto Cajubá, o arquiteto Regis Couto, familiares e amigos dos escritores. Fonte: APM Notícias. Fotos: SESC Caixeiral. Edição: APM Notícias.

O alemão e as formigas de fogo.

 

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*Pádua Marques

 

Simplício Dias foi até a mesa e depois de se sentar e pedir que o visitante fizesse o mesmo passou a ler as duas cartas. A primeira, do príncipe dom Pedro, solicitava todo o apoio possível e impossível ao cientista Karl Friederich von Martius, ali à sua frente. A segunda carta, do governador Baltazar de Sousa Botelho de Vasconcelos, endossando o pedido de sua alteza no Rio de Janeiro. Aquela carta real foi motivo de grande contentamento. Em suas mãos uma carta escrita pelo filho de dom João e que seria guardada com todo o cuidado, igual um troféu!

Karl Frederich von Martius era um alemão de pouco mais de vinte e menos de trinta anos, de boa estatura, cabelos castanhos acobreados, de rosto duro e áspero, castigado pelo sol. Veio ao Brasil há um ano na comitiva da princesa Leopoldina e sua intenção era fazer grandes estudos sobre a fauna, flora e a mineralogia da colônia mais próspera de Portugal. Simplício Dias chamou um criado e ordenou que a visita fosse acomodada num dos quartos do térreo da casa da rua Grande, mas antes providenciasse um banho.

Pelo aspecto de von Martius era patente que estivesse há dias ou meses sem se molhar. No almoço farto, coisa rara e reservada às poucas visitas, o cientista adiantou a Simplício e dona Isabel, que ficaria na vila da Parnaíba coisa de uma semana, quando muito. Tempo suficiente pra conhecer a terra, a gente, os animais e as plantas e onde colheria amostras de insetos pra suas pesquisas antes de tomar o rumo de Tutoia do Maranhão e indo até o Pará naquele ano de 1818.

 

No dia seguinte e na companhia de um negro de seus trinta anos, de nome Belarmino, Karl Frederich von Martius tomou uma canoa pequena e foi ter do outro lado, na Ilha Grande de Santa Isabel. Logo na entrada se encantou com tudo o que viu. A imensa quantidade de carnaubeiras, os pântanos e a mata rala, os passarinhos, os camaleões, calangos e algumas borboletas e catirinas. O negro armado com uma espingarda ia de longe vendo tudo. Vez por outra e só quando perguntado, respondia sobre esse ou aquele animal, planta ou inseto.

Karl Frederich von Martius ia entrando de mata a dentro da Ilha Grande de Santa Isabel e se admirando com o que via e ouvia. Belarmino ficava olhando aquela arrumação e às vezes até queria achar graça, mas nem era besta. Em casa, Simplício Dias ainda estava encasquetado com a carta de dom Pedro. Lia e relia não acreditando que aquela carta era pra ele. Finalmente foi até o cofre e guardou as duas cartas entre outros papeis, moedas e joias da família.

No porto lá embaixo o movimento era o de sempre. Navios e canoas cobertas de palha desembarcando mercadorias vindas do Maranhão pra os armazéns lá em cima na rua Grande e nas próximas. Os negros embarcadiços e escravos pelo efeito do sol quente mais pareciam feitos de louça, tamanho o brilho nos lombros. No final do dia iriam pra suas casas com o pouco ganho ou gastar logo mais nos botequins com aguardente.

No fim do dia o negro Belarmino e Karl von Martius, que Simplício Dias e os de casa passaram a chamar de seu Vomartim, voltaram pra casa. À noite, depois de fechadas as lojas e os armazéns e findo o trabalho no porto lá embaixo, o silêncio tomava de conta daquela região da vila da Parnaíba. Simplício e a mulher dona Isabel convidavam Karl von Martius pra sala de visitas e ali ficavam a conversar sobre o Rio de Janeiro, o príncipe dom Pedro, que muito gostaria de conhecer, a princesa Leopoldina, enfim a realeza tão rica, poderosa e distante.

Simplício convidou o alemão pra que fizesse uma visita à imponente igreja de Nossa Senhora da Graça, construída por seu pai Domingos. Vomartin foi e até que tomou gosto pela construção, as ricas imagens, as colunas, o altar. Mas chamou a atenção pra o pórtico em mármore e tomando a forma de uma abóbada de mesquita muçulmana e a rosácea muito bem feita.

Já se passavam cinco dias e as pesquisas continuavam. Agora era a atenção voltada pra os insetos. E inseto era o que não faltava toda noite, além do calor de agosto. Mas Simplício garantiu que dentro de mais umas semanas começariam os ventos de setembro vindos do Testa Branca.

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Os dois, Karl e Belarmino, continuavam a seguir todas as manhãs tomando a canoa e desembarcando na Ilha Grande de Santa Isabel. O alemão até que havia criado simpatia pelo diabo do negro. Com ele ia aprendendo muita coisa, nomes de plantas, insetos, bichos pequenos. Mas pouco ensinou ao escravo e protetor.

Um dia, foram pra mais dentro da ilha e lá descobriram um formigueiro. Ao fazer umas escavações Karl Frederich von Martius não tomou cuidado e quando se deu conta estava todo coberto por formigas de fogo.  Se vendo de dor e já todo encalombado saiu gritava pedindo socorro.

Belarmino quando viu o alemão naquele estado se pôs a correr. Mas temendo com o que pudesse lhe acontecer acabou voltando e depois de tirar a camisa foi batendo nas costas, nos braços, pernas, cabeça e tudo o mais do cientista. A valência foi que as formigas de fogo não atingiram os olhos.

Até que deu vontade de achar graça pelo que estava acontecendo, mas engoliu a gaitada fora de hora. Na volta pra casa e todo já ardendo de febre Karl Frederich von Martius foi direto pra uma tina de água morna e salgada. Foi o bastante pra encerrar as pesquisas na Parnaíba e dentro de mais um dia ir se embora no rumo de Tutoia.

*Pádua Marques, cadeira 24 da Academia Parnaibana de Letras. 

 

Vitor Athaide Couto concorre à vaga na Academia Parnaibana de Letras.

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O professor e escritor Vitor Athaide Couto formalizou no final da manhã desta sexta-feira (9) sua candidatura à vaga na cadeira 27 da Academia Parnaibana de Letras e que teve como primeira e última ocupante a escritora Maria Luiz Mota de Menezes.

Vitor Athaide Couto, que é professor universitário e escritor,(no centro da foto) estava acompanhado do acadêmico Paulo de Tarso Mendes de Souza sendo recebido pelo secretário geral da APAL, escritor Antonio Gallas Pimentel e pelo diretor da biblioteca, Antonio de Pádua Marques Silva. Fonte: APAL. Foto: APM Notícias. Fonte: APAL. Foto: APM Notícias.