LABIRINTO TINTO DE SANGUE

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LABIRINTO TINTO DE SANGUE

Elmar Carvalho

Faço um poema

com o sangue ardente

das nascentes de meus dedos:

vertentes de medos e degredos.

Os versos são fios de esperança

que saem de palpos de estranhas aranhas

construindo labirintos em arabescos

tintos de sangue nos afrescos.

Ariadne recolhe o fio

e Teseu surge intacto

com a espada embebida

do sangue do Minotauro que traz

no peito a rosa sangrenta da ferida.

Com esse fio

Penélope tece e destece

um longo manto ensopado

de pranto e quebranto

e se amortalha das dores

de amor de que padece

– amor que lhe pasta e apetece.

O que conclui desfaz peça por peça

e interminavelmente recomeça.

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