*Nailton da Silva Rodrigues.
E eu fui até o quintal. De lá eu via a lua e estava linda e brilhante. Tão maravilhosa, tal qual um anjo a iluminar a terra de más gentes e um mundo não merecido.
E quanto mais ela vinha, por detrás das palmeiras carnaúbas, tão simples, singela e tímida ao subir o céu, mais eu me hipnotizava com sua luz.
Pouco durou meu interesse, pois cães latiam demais, tirando minha atenção. Saí em poucos minutos da apreciação constante e me voltei aos animais almejando cala-los.
E neste poucos minutos perdi muito de sua incomparável caminhada.
Me irei e por um segundo pensei em despedir-me da lua e deitar-me emburrado com tal situação.
E neste tempo perdido, de indecisão “vou não vou, fico não fico”, percebi uma escuridão mansa por frente de mim.
Ela não estava mais lá. Eu chorei triste comigo mesmo. Percebi que as pequeninas, porém pouco importantes coisas, às vezes não nos deixam tempo para viver as coisas boas da vida.
Podemos não nos importar. É só tentar.
*Nailton da Silva Rodrigues, aluno do ensino médio da Unidade Escolar Edson da Paz Cunha, medalhista de prata e finalista em 2015 da Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa.