Didi

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Mestre Didi, em 2010
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Didi em 2016, na proa do valente Tremembé, vendo-se ainda Chico Ribeiro, Elmar e Natim Freitas, na proa, singrando o Velho Monge, na altura de Várzea do Simão

DIDI

Elmar Carvalho

Quando eu voltava ao meio dia e meia para casa, vi o Didi a trabalhar na casa de um dos meus vizinhos. Estava literalmente com as mãos na massa, razão pela qual elas estavam sujas de argamassa. Enquanto o Didi trabalhava, meu vizinho enxugava uma cerveja estupidamente gelada, a olhar o trabalho.

Parei o carro, para cumprimentá-los. Fiz menção de pegar na mão do Didi, mas ele negaceou, dizendo que suas mãos estavam sujas. Respondi que elas estavam sujas para ele próprio, mas para mim estavam mais limpas do que as de certos engravatados, mais limpas do que os colarinhos de certos políticos, sobretudo do Distrito Federal.

Conheço-o faz vinte e cinco anos, desde que vim morar no conjunto Memorare, onde resido até hoje, onde eu e minha mulher criamos nossos dois filhos. Ele ganha a vida prestando pequenos serviços aos moradores, sempre respeitador e bem-humorado, sem nunca se queixar, sem nunca se maldizer.

Conquistou a estima e a amizade de todos. Às vezes, amanhecia sem um centavo no bolso, mas nunca demonstrava preocupação, e tudo acabava dando certo para ele. Didi sempre me faz lembrar as palavras de Cristo, quando falava que as aves não têm celeiro, mas nunca lhes falta o que comer; que os lírios do campo não fiam e não tecem, mas que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestia como um deles.

Didi é mais milionário do que muitos arquimilionários porque pouco possui, mas o que tem lhe é o bastante, e nasceu desprovido da ganância e da ambição. Portanto, tem o reino do céu, aqui mesmo na terra. Sem dúvida, é um bem-aventurado.

21 de fevereiro de 2010

PADRE FRANCISCO SOARES

 Texto de Antonio Gallas

               PAD SOA

 

                    Registramos com muito prazer o aniversário natalício do Reverendo Padre e acadêmico Francisco Soares, ocorrido ontem 12 de setembro.
Natural de Ipu no Ceará,  Padre Soares  goza de um grande conceito na sociedade  parnaibana e nos meios eclesiais  do Piauí onde  é  muito respeitado. É membro da Academia Parnaibana de Letras e ocupa  a cadeira de  número 08 que tem como patrono Antônio Otávio de Melo.

                     Padre Soares foi ordenado sacerdote em Parnaíba no dia 20 de janeiro de 1965 pelo então Bispo Diocesano Dom Paulo Hipólito de Souza Libório.   Tanto na  vida pública,   como na eclesial,  exerceu com dignidade diversas atividades,  entre as quais professor  universitário, professor  e diretor de escolas  nas cidades do Piauí, Ceará e Maranhão nas quais desempenhou a sua função sacerdotal.  Padre Soares exerce hoje o cargo de Chanceler da Cúria Diocesana de Parnaíba,  pela provisão do Senhor Bispo Diocesano, Dom Alfredo Scháffler.  É escritor e poeta. Ama Parnaíba tal qual como se tivesse nascido nesta cidade .

                       E para homenagear a cidade que tão bem o acolheu padre Soares escreveu um poema intitulado PARNAÍBA: 

PARNAÍBA 

Autor. Pe. Francisco Soares

Deus numa criança

Aconchegada em seus braços

Amamentada ao regaço

O Filhinho que é Divino.

Quem faz isso é

A Virgem Mãe

Mãe da Divina Graça

Graça que é Jesus

Jesus Filho de Deus

Deus que é o destino.

Destino, que é seu

Ó Parnaíba caminheira

O perfil desta imagem

É da sua Santa

Padroeira…

Ó virgem Santa

Reza Parnaíba esta

Oração, em comunhão

Com a auréola da natureza

Que a envolve.

Ao longe o escachoar do

Velho Monge em procura

Do oceano vai rezando

É uma profunda ‘prece

No infinito do horizonte

Vai de barba alongando

E no mar desaparece.

Desaparece deixando formado

Debaixo de um céu azul,

Aquele que lava os pés

Da Princesa do Igaraçu.

Geme em réquiem

Pelos que já se foram

Para a mansão do além

São filhos desta terra

Terra de muitas glórias

Altos feitos tem.

São louros de vitórias

Conquista só dos fortes

Que por aqui passaram

Procurando o bem.

Você tem páginas consagradas

De seus dias vividos

Da história cantada

Por heróis adormecidos.

Por fim acalenta a todos:

Filhos e sua bela natureza.

Recebe num ninar quente

Em aconchegante ninhos,

Ó Parnaíba neste acalento,

O ciciar das folhas ao vento

E o gorjear dos passarinhos.

O gorjear com o ciciar

Numa harmonia suave

Soltam um brado brando

De um desabafo quando

Ecoa por entre os vales

Rios e igarapés,

Montes e campinas

Dunas e praias

Ilhas e enseadas,

Harmonizando ao longe

                        Com o suave

                        marulhar

                        Ou o bramido forte

                        Às vezes, das ondas

                        Do mar…

                        Ao padre Soares,  recebe hoje os cumprimentos de seus colegas confrades a partir das 20 horas na Churrascaria O Lourival, desejamos-lhe, muitas felicidades e que Deus, nossa pai celestial lhe dê muitos anos de vida, sempre cheio de inteligência e sabedoria. Parabéns Padre Soares.