Antonio Gallas
Perdemos a copa outra vez! Daqui a quatro anos, novas emoções! Pelo menos durante esse período em que se realizavam os jogos desta copa o povo brasileiro esqueceu as mazelas políticas, os roubos, os assaltos, os crimes no Rio de Janeiro deixaram de ser as notícias principais da mídia.
Agora vem outro engodo, outra enganação: a eleição de outubro próximo.
Mas, por que perdemos esta copa? Se os nossos craques, maioria sem estudo ou formação universitária recebem salários astronômicos e figuram entre os jogadores mais bem pagos do mundo? Vejam: os goleiros Ederson e Alysson ganham respectivamente 300 e 400 mil por mês, enquanto que o meio-campo Phillippe Coutinho que atua pelo Barcelona da Espanha recebe uma quantia de 4,5 (quatro e meio) milhões de reais por mês. Uma disparidade com relação aos goleiros. Já o grande craque das caidinhas, Neymar, ganha o maior salário de todos os jogadores:12 milhões de Reais por mês, sem se falar nos patrocínios de roupa, calçados e outras coisas mais…
Em copas anteriores os atletas brasileiros não tinham esses salários altos, a mídia era restrita ao rádio e não existiam locutores bajuladores de certo craque como vemos hoje nos canais de televisão que transmitem os jogos da copa. Jogadores como Pelé, Garrincha, Ademir da Guia, Milton Santos, Gerson, Tostão, Jairzinho e muitos outros vestiam a camisa verde-amarela com orgulho, por amor à pátria e não pelo dinheiro.
Vieram outras copas, mas quem já tinha conhecimento na época, a que marcou em todos foi a Copa de 1970. O capitão foi Carlos Alberto Torres e a estrela de Pelé brilhou mais uma vez. Saímos tri campeões mundiais e ganhamos definitivamente a taça Jules Rimet. Naquela época, eu morava em São Luis e o único canal de Televisão do Maranhão (TV DIFUSORA) não transmitia os jogos ao vivo. Um vídeo-tape vindo de São Paulo através da VASP (empresa aérea existente na época) era exibido no dia seguinte ou às vezes no mesmo dia porque a programação da TV só se estendia até meia noite. Parnaíba e Teresina já desfrutavam deste privilégio graças à inteligência e ousadia de um engenheiro parnaibano chamado Alberto Silva que trouxe o sinal da TV Clube do Ceará, através de uma repetidora montada no morro do Chapéu, nas proximidades de Luzilândia.
Então, formamos um grupo e rumamos para Teresina com a finalidade de ver a final da copa quando o Brasil ganhou da Itália por 4 a 1. Sem Neymar, Sem Galvão prá bajular e sem salários altos, repito.
E como disse o poeta parnaibano Diego Mendes Sousa: “Se cultuarmos o livro, ao invés, de falsos mitos (Neymar, Safadão etc), este Brasil será maior”.
(*) Poema de Carlos Drumond de Andrade em 24/06/1978 após o Brasil ter sido desclassificado na Argentina.