Gênese de Emoção no Circo

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Gênese de Emoção no Circo

Elmar Carvalho

Neste sábado fui assistir ao espetáculo vespertino do Le Cirque Amar. Mais uma vez fui tomado de forte emoção ante uma apresentação circense. Anos atrás, aproximadamente em 1998, quando o João Miguel e a Elmara tinham 12 e 10 anos respectivamente, eu e a Fátima os levamos a um grande circo, também instalado nas proximidades do Teresina Shopping. Não tenho vergonha em confessar, por isso confessarei: nessas duas ocasiões, sobretudo na primeira, cheguei ao ponto de chorar, por motivo que abaixo explicarei.

Como já tive oportunidade de dizer, numa época em que os pais não tinham muita preocupação em conduzir os filhos a eventos culturais ou esportivos, ou mesmo de simples entretenimento, meu pai me levou, várias vezes, ao velho Cine Nazaré e ao Estádio Deusdete Melo, em Campo Maior.

No primeiro, vi a exibição de grandes películas do faroeste macarrônico e americano, e os épicos bíblicos e da mitologia greco-romana, em que apareciam Ringo, Django, Sartana, Medusa, Hércules, Moisés, Ben-Hur, Sansão e Dalila, Espártaco e Maciste, este uma espécie de versão italiana do semideus grego, além de Tarzan, estreladas pelos fortões e galãs da época, como Franco Nero, Marlon Brando, Kirk Douglas, Victor Mature e Johnny Weissmuller. O galã do bang-bang italiano era Giuliano Gemma. Gigliola Cinquetti e o ingênuo “Dio, come ti amo” fizeram muitas adolescentes verterem profusas e sentidas lágrimas, com direito a profundos soluços e palpitações. Na Semana Santa era projetado o filme Paixão de Cristo ou outro similar sobre a vida de Jesus, cujas velhas fitas de celuloide sempre davam um jeito de quebrar.

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No Deusdete Melo assisti às acirradas disputas entre o alvirrubro Caiçara e o alviceleste Comercial. Ali presenciei desconcertantes dribles, no tempo em que esse estádio (não se usava o termo arena, hoje tanto em voga) mereceu o epíteto de alçapão dos carnaubais, porque esses dois times metiam medo nos times da capital. Vicentinho se excedia em suas esmeradas cobranças de faltas, com chutes fortes e certeiros.

Vi as espetaculares e, por vezes, espetaculosas defesas do goleiro Coló, em que ele parecia voar, levitar ou imitar os grandes trapezistas de circos. Beroso, mais contido, talvez por ser um tanto tímido, era mais objetivo, e não era afoito em dar saltos ornamentais, exceto quando necessários. Foram dois dos maiores arqueiros do Piauí. Caiçarino, eu “puxava” mais para o Coló, que procurava imitar em minhas ousadias goleirísticas, mormente em minha adolescência. O Zé Francisco Marques recordou essa minha esquecida faceta na crônica “Quem te ensinou a voar?”, publicada em livro e na internet (vide Google).

Mas, voltando ao tema inicial, fui algumas vezes a espetáculos de circos que aportavam em minha cidade, levado por meus pais, ainda jovens. Admirava os números de equilibristas, mágicos, malabaristas, acrobatas e trapezistas, e também as palhaçadas dos grandes clowns e comediantes de minha infância. O picadeiro se transformava em palco teatral, e também eram apresentadas peças dramáticas e comédias.  Ao segurar as mãos de meu pai e de minha mãe, parecia que nada me poderia atingir, nem doença, nem morte, nem tristeza e nem velhice. Agora que os perdi, e que já começo a descambar para a chamada terceira idade, sei que tudo não passava de uma doce ilusão. E eu fui o meu próprio mago e ilusionista. E hoje sei que os palhaços também sofrem e choram, como nos poemas de Heinrich Heine e Pe. Antônio Tomás.

Foi num desses velhos circos mambembes, em que havia uma linda equilibrista e malabarista, de sinuosas paisagens e miragens, de maiô enfeitado de lantejoulas e outros adereços de brilhos e vidrilhos, que despertei para os mistérios e encantos de um perfeito corpo feminino. Foi, talvez, o meu mais remoto desabrochar de minha puberdade. Evocando o velho e excelso bardo Manuel Bandeira, poderia dizer que foi um verdadeiro alumbramento, como expresso no seu poema de igual título.

Quando levei meus filhos ao circo, me comovi com o esforço dos artistas, dando o melhor de si, na busca de agradar, e de nos contagiar com a magia circense; no esforço supremo de atingir o seu momento culminante de beleza, qual disse Martins Napoleão em versos sublimes.

Observei de perto o esforço da malabarista e acrobata, a girar os inúmeros bambolês prateados com os seus pés pequenos, voltados para o céu; vi suas jovens mãos espalmadas no picadeiro, como se não fizessem esforço, como se o corpo fosse uma pluma ou estivesse em levitação.

E, no entanto, bem sei como o seu belo corpo pesava, e como a lei da gravidade não tem as “brechas” das leis humanas, imperfeitas, injustas e casuísticas tantas vezes. Vi a coragem e perícia dos motociclistas no globo da morte, e torci para que esse número logo terminasse. E quando eu pensei que tudo terminara, eles ainda saltaram, cavalgando suas rugidoras máquinas, por cima do próprio globo.

A magia do circo, com a presença dos meus filhos, quando ainda crianças, me fez recordar a lembrança de meu pai, surgindo das brumas do tempo de minha meninice, como se o tempo não tivesse passado; senti como se ele sentasse ao meu lado, e me tomasse a mão esquerda na sua destra. Foi dessa forma, da lembrança de minha infância e sob o impacto de forte comoção, que nasceu o meu poema Emoção no Circo (que segue transcrito abaixo).

EMOÇÃO NO CIRCO

Elmar Carvalho

Para João Miguel e Elmara Cristina

Pelas mãos tenras

de meus filhos

a magia do circo me chegou.

 

Atropelado por emoção e saudade

meu coração foi atirado de

lado              a                         lado

pelas piruetas de

capetas e palhaços

infiltrou-se nos malabares

e me trouxe meu pai e o circo

encantado de minha infância.

 

As lágrimas escorriam

e eram estrelas e vaga-lumes

que pingavam da cartola

ensopada de um mago…

 

A lembrança de meu pai

assomou da sombra do passado

suavemente sentou-se ao meu lado

tomou-me as mãos

as mãos de uma criança.

Poesia invisível: uma lição real. 

 

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Dia quente, manhã ensolarada. Caminhava a pé pelas ruas de minha cidade observando o movimento das pessoas e dos veículos enquanto me dirigia à Praça Santo Antônio, uma das mais conhecidas de Parnaíba.

Dobrando a esquina, logo a avistei. Fervilhando de pessoas tão envolvidas em seus afazeres que mal se davam conta da beleza do cenário que as rodeava. Quase não dava para ouvir o cantar dos pássaros por causa do barulho vindo do trânsito exaustivo de carros e das vans do transporte alternativo que bem ali ao lado recolhiam seus passageiros, muito ocupados em sua luta diária pela pontualidade.

De repente, meu olhar é atraído pela figura de um senhor de gestos simples, botas de couro esburacadas, trajando roupas que, mesmo rasgadas, ainda apresentavam um resquício de certa formalidade. Posso jurar, caro leitor, que pensei ser um mendigo. No entanto, ao me aproximar, constatei que era apenas um senhor pobre tentando vender seus livros de literatura de cordel para sustentar sua família.

Um estranho magnetismo presente naquela figura exótica me fez parar para observá-lo por alguns instantes. A poesia presente em suas palavras, pronunciadas quase em forma de canção, quebravam a rotina monótona das conversas e dos assuntos que normalmente frequentavam aquela praça.

Fazia um calor escaldante, apesar das sombras das árvores, impedindo-me de continuar apreciando o encanto daquele momento. É claro que diante de tão humilde vendedor, pensei em comprar alguns cordéis, porém estava sem dinheiro. Decidi continuar meu trajeto, decepcionado por não ter no bolso o suficiente para ajuda-lo e murmurando por causa do calor.

Para a minha surpresa, o homem riu ouvindo minhas palavras e respondeu:

– Ai, ai! Quem me dera um calor assim, nas terras de onde eu vim!

Confesso que a princípio não compreendi o sentido de suas palavras e logo perguntei-lhe o que queria dizer.

O Senhor respondeu entoando a voz solenemente:

– Ah, meu filho! Eu venho de onde o sol mais ardente queima, onde a dor mais forte dói, onde a chuva em não cair teima!

Fiquei impressionado com suas palavras. Como um senhor tão simples, vindo talvez do sertão, aprendeu a falar tão bonito? Não sei por quanto tempo continuei a ouvi-lo falar, contar histórias, parábolas e até piadas hilárias.

Subitamente um ruído vindo do estômago daquele homem me trouxe de volta às mazelas da realidade que se apresentava diante de toda a minha impotência. Ele sentiu o cheiro dos salgados estragados que um vendedor ambulante carregava a caminho de uma lata de lixo. Estava surpreso e ao mesmo tempo com muita pena, ao ver meu gênio do cordel, em uma luta nem um pouco poética pela sobrevivência.

Por fim, encontram-se e antes que o vendedor jogasse os salgados no lixo, entrega-lhe a repugnante refeição que rapidamente é devorada pelo pobre senhor.

Ouço alguém me chamar. Num piscar de olhos, percebo que estou em meu quarto, debaixo do lençol. Minha mãe bate forte na porta interrompendo o que mais parecia uma hipnose:

– Ainda está com raiva porque não gostou do jantar?

CRÔNICA

ALUNO: NAILTON DA SILVA RODRIGUES

ANO: 2016

PROFESSORA: MICHELE ALECSANDRA NASCIMENTO

ESCOLA; UNIDADE ESCOLAR EDSON DA PAZ CUNHA.

Na foto acima, Nailton da Silva Rodrigues com o escritor e secretário da Academia Parnaibana de Letras, Antonio Gallas Pimentel. 

 

Escola Edson da Paz Cunha recebe doação de livros da Academia Parnaibana de Letras.  

 

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A Academia Parnaibana de Letras fez na manhã desta sexta-feira na Unidade Escolar Edison da Paz Cunha, no bairro Nova Parnaíba, zona oeste, a doação de quarenta livros para o acervo da biblioteca dos estudantes. A entrega dos quarenta livros, entre almanaques e livros de literatura parnaibana, foi feita pelos acadêmicos Antonio Gallas Pimentel e Antonio de Pádua Marques Silva, na presença de professores e do diretor pedagógico Fernando Santos.

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A cerimônia no auditório da Unidade Escolar Edison da Paz Cunha foi realizada pela 1ª Gerência Regional de Educação e a direção da escola. Na ocasião o estudante Nailson da Silva Rodrigues, medalhista de prata da Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa, categoria crônica, recebeu os cumprimentos da professora Safira Santos e do diretor Roberto Magno Sousa.

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A gerente regional Safira Santos disse que aquele momento era de celebrar mais uma conquista e convidou a Academia Parnaibana de Letras a ser parceira da escola e das iniciativas da 1ª Gerência Regional de Educação. O escritor e secretário da academia, Antonio Gallas Pimentel, que representava o presidente José Luiz de Carvalho, disse que a nova diretoria está empenhada nesse e noutros objetivos. Fotos: APM Notícias.

 

AH, OS AMIGOS!

DIA DO AMIGO
Hoje é   Dia do Amigo.  A  data foi  proposta para celebrar a amizade entre as pessoas. No Brasil, no Uruguai, na Argentina e no país africano de Moçambique a data é celebrada hoje, 20 de julho, entretanto por não ter sido ainda oficializada, isto é, não estabelecida por lei,   Dia do Amigo é também  comemorado em nosso país a 18 de abril.
                    Não importa a data. Hoje, amanhã ou depois, qualquer dia, será sempre O Dia do Amigo quando pretendemos homenagear aqueles que moram do lado esquerdo do nosso peito.
                    O acadêmico José Luis Lira, secretário geral da Academia Cearense de Cultura – ACECULT e sócio correspondente em Fortaleza – CE,   da Academia Parnaibana de Letras,  enviou-me via whatsapp uma  mensagem seguida de  um texto da imortal escritora cearense Raquel de Queiroz. Eis  a mensagem do acadêmico cearense e o texto de Raquel de Queiroz:
“No dia do amigo, uma mensagem da imortal amiga Rachel de Queiroz e com ela, homenageio todos os amigos e amigas de “uma vida tão curta para um amor tão grande”!
AH, OS AMIGOS!
Rachel de Queiroz
                    Sim, amigo é coisa muito séria. Acho que a gente pode viver sem emprego, sem dinheiro, sem saúde e até sem amor, mas sem amigos, nunca. Pois o amigo é capaz inclusive de suprir discretamente essas faltas e lhe conseguir trabalho, lhe emprestar dinheiro, lhe tratar a doença. Só não pode se envolver em assuntos de amor, porque aí deixa de ser amigo; e  maior tolice a que se arrisca a incorrer alguém é misturar amigo com amor.
                    Amizade e amor são qualidades paralelas na vida de cada um; se conhecem, até se estimam, mas nunca se encontram ou se confundem. Aliás, não estou dizendo novidade nenhuma, todo mundo sabe que o namoro, noivado, casamento, amores são relações essencialmente antípodas da amizade. Quer pela sua impermanência, ou, quando permanentes, pela sua natureza tumultuária, absorvente, egoísta, as relações de amor têm que ter categoria à parte. Transforme em amante o seu amigo ou amiga, e você pede o amigo e terá um péssimo amante, que sabe todos os seus defeitos, lhe conhece do tempo em que você não se enfeitava para ele, não lhe escondia suas falhas do corpo e da alma, e que, portanto sabe de todos os seus pontos fracos. Fica impossível.
                    A primeira lei da boa amizade creio que é ter poucos amigos. Muitos camaradas, colegas, conhecidos cordiais, mas amigos, poucos. E, tendo poucos, poder e saber tratá-los. Jamais criar tempo de rivalidade entre os amigos: cada um há de ter sua área específica, sua zona própria de influência.
Não vê que cada amigo, por ser único no seu território, não precisa sequer conhecer os donos dos outros territórios. É que, sendo a nossa alma tão variada nas exigências, precisamos de amigos de acordo com os diferentes ângulos do nosso coração. O amigo da comunicação intelectual não pode ser o mesmo amigo da confiança íntima; o velho companheiro da infância não tem nada a ver com o precioso camarada adquirido nos anos de maturidade.
                    E há outras razões práticas para não misturar os amigos: eles podem se coligar contra a gente, ou se tornar amigos entre si, por conta própria,  nos excluindo. Ou também podem se chatear uns com os outros, porque os companheiros espirituais deles nem sempre correspondem aos nossos. Se você adora fulano porque toca em suas cordas nostálgicas, contando-lhe lembranças da mocidade passadas na barranca de um rio em Mato Grosso. Assim com o futebol, os debates sobre religião, as intrigas políticas, os negócios, o gosto de recordar os sambas de Noel Rosa. Insisto, mantenha com rigor cada amigo no seu compartimento.
                    Axioma absoluto em assuntos de amizade: amigo é insubstituível. O que um lhe deu jamais outro lhe poderá dar igual. Pode vir um amigo novo para preencher a área vazia deixada pelo amigo que se foi por morte ou briga. Mas só ocupará mesmo aquele espaço físico. E há vezes em que nem isso é possível. E o melhor será fechar aquele nicho do coração, dada a dificuldade de encontrar outro ser vivo que satisfaça ante nós as especificações do ausente. Ai de mim, bem o sei. Minha amiga de infância que morreu deixou no meu peito esse santuário vazio.
                    Respeite seus amigos. Isso é essencial. Não procure influir neles, governá-los ou corrigi-los. Aceite-os como são. O lindo da amizade é a gente saber que é querida a despeito de todos os nossos defeitos. E nisso está outra superioridade da amizade sobre o amor: a amizade conhece as nossas falhas e as tolera e, até mesmo, as encara com condescendência e afeto. Já o amor é só de extremos e, ou se entrincheira na intolerância, ou se anula na cegueira total. Amigo entende, aguenta, perdoa, “Amigo é pra essas coisas”, como diz aquela cantiga tão bonita.

                    Se você não é capaz de ter amigos, você é um erro da natureza, você é como o unicórnio, o animal de que se fala mas não existe. Porque até os bichos têm amigos; e dizem que, depois da morte, no outro mundo, as almas mantêm sublimadas as amizades cá de baixo, naquela quintessência de excelências que só o céu pode dar.

AMIGOS

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Museu da Língua Portuguesa será reinaugurado em 2019.

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Foram concluídas nesta quarta-feira (18) as obras de restauro da cobertura do Museu da Língua Portuguesa, na Luz, região central de São Paulo. O prédio sofreu um incêndio em dezembro de 2015.

 

A cobertura do prédio passa a ter o equivalente a 89.150 quilos de madeira certificada da Amazônia. Além da reconstrução de todo o telhado, já foram concluídos o restauro da fachada e das esquadrias e as ações de conservação da ala oeste. As obras devem ser concluídas no segundo semestre de 2019.

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“Além da preservação, houve toda uma atualização das normas de segurança. Nós tivemos um maior rigor nas normas de segurança, equilibrando as duas questões, a preservação de um lado e a atualização da segurança de outro”, disse o secretário da Cultura do Estado, Romildo de Pinho Campello.

 

LANÇAMENTO DO LIVRO ALICERCE: História de Edméa e Ferraz Filho

Texto de Antonio Gallas

                              Mais um grande evento cultural com a participação e apoio da Academia Parnaibana de Letras aconteceu no sábado passado, dia 14, em Parnaíba: o lançamento do livro ALICERCE: História de Edméa e Ferraz Filho de autoria de Fernando Ferraz que é membro da Academia Parnaibana de Letras, do Instituto Histórico de Oeiras e da Academia Cearense de Cultura.

                              O evento que teve lugar no Núcleo de Cinema e Experimentação Cênica  Edméa Ferraz do Sesc Caixeiral, foi bastante prestigiado por autoridades, intelectuais, membros da APAL, representantes do Lions Clube de Parnaíba, do Clube do Talento, familiares dos homenageados e de pessoas gradas da sociedade parnaibana.

                              O presidente da Academia Parnaibana de Letras, jornalista e escritor José Luiz de Carvalho abriu a solenidade dizendo da sua  satisfação naquele encontro.  Parabenizou o autor do livro e conclamou a todos para de pé ouvirem o Hino da Parnaíba,  o qual foi cantado por todos os presentes.

                              A seguir usaram da palavra as seguintes pessoas: José Luis Lira, acadêmico escritor, membro da Academia Cearense de Cultura – ACECULT que falou de sua amizade com Fernando Ferraz, ressaltou fatos da vida de membros da família Memória e da importância dessa família para a cidade Guaraciaba do Norte,  localizada na região da Serra da Ibiapaba no estado do Ceará. Sobre a família homenageada no livro, o acadêmico cearense fez questão de ressaltar que, pelos feitos de Edméa  e Ferraz Filho aqui em Parnaíba, eles mereciam uma homenagem maior da cidade, e solicitou ao prefeito Mão Santa, presente à solenidade, que encaminhasse  mensagem ao legislativo municipal solicitando que que fosse dado ao casal, Edméa e Ferraz Filho, um Título Post-Mortem de Cidadania Parnaibana, fato que foi recebido por todos com euforia e aplausos.

                              O presidente da APAL, José Luiz de Carvalho convidou os acadêmicos Alcenor Candeira Filho e  Francisco de Assis de Moraes Souza para juntos, entregarem ao José Luis Lira o Diploma de Sócio Correspondente da Academia Parnaibana de Letras na cidade de Fortaleza estado do Ceará. O homenageado  além de secretário geral da ACECULT é também um  hagiólogo, professor universitário e escritor, autor de mais uma dezena de livros,  dentre eles “A Caminho da Santidade”. Como hagiólogo fez recentemente a reconstituição do rosto de Dom Pedro I.

                              O segundo a usar a palavra foi  o acadêmico Roberto Cajubá de Birto Costa, membro da APAL que fez eloquente discurso de apresentação do livro, ressaltando sempre as qualidades da família, enaltecendo a bravura e  o pioneirismo do senhor Raimundo Ferraz. Roberto Cajubá foi bastante aplaudido em seu discurso.

                              Em seguida foi lida uma mensagem enviada pela professora Maria Gorete Ferraz, filha do casal, parabenizando o sobrinho por essa inciativa. Eis a mensagem:

Jamais poderia deixar de parabenizá-lo por esta grande obra, onde você relatou com toda contundência e veemência a história de meus pais. O que mais me chamou atenção, foi a sua luta incansável fazendo levantamentos, checando informações e com essa ousadia retratar a história de meus pais. Quero também agradecer a todos que colaboraram com as informações narradas neste majestoso livro. E quero dizer também que fiquei bastante emocionada ao ler este livro, por me retratar uma linda lembrança ao meu passado, onde fui muito feliz ao lado deles. Um abraço com todo carinho dessa tia que muito lhe admira”.

                              Depois do belíssimo discurso de apresentação feito pelo acadêmico advogado Roberto Cajubá da Costa Brito, foi a vez do acadêmico e também advogado Fernando Ferraz usar da palavra e explicar aos presentes o porque de escrever um livro retratando a vida de seus avós.

                              Fernando Ferraz relatou que o desejo de escrever um trabalho sobre a vida do seu patrono deu-se desde quando ele tomou posse como membro da APAL em julho de 1984, tendo em vista que a cadeira que ocupa na Academia Parnaibana de Letras, a de número 26, tem como patrono, seu avô, o Jornalista Raimundo Ferraz Filho e que este desejo tornou-se mais intenso após o falecimento de sua avó, a professora Edméa Memória Ferraz. Agradeceu a todos que o incentivaram e o ajudaram a realizar a obra, e por fim, um agradecimento especial à dra. Cláudia, sua esposa pela parceria e a dedicação, que muito o auxiliou nas pesquisas, formatação e revisão do, além de ter sido a figura central na organização das recepções que realizaram nos quatro lançamentos de ALICERCE – História de Edméa e Ferraz Filho, em Fortaleza (26/4/18), Teresina (7/6/18), Oeiras (8/6/18), e em Parnaíba (14/7/18). Palavras do autor: “Devo, assim, à Cláudia, amor da minha vida, parte significativa do sucesso que tem sido este livro”.

Finalmente,   usou da palavra o acadêmico e prefeito mão santa,   que se fazia acompanhar da primeira dama Adalgisa Moraes Souza. Mão Santa que também é membro da Academia Parnaibana de Letras teceu muitos elogios à família Ferraz destacando as qualidades e o pioneirismo da professora Edmea, de  quem inclusive, fora aluno.

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Após os discursos deu-se início à sessão de autógrafos ao tempo em que um farto coquetel era servido. a sessão de autógrafos e o coquetel foram acompanhados com música de boa  qualidade a cargo dos músicos Bethoven ao piano e Gregório Neto no violão.

O lançamento do livro alicerce: história de Edméa e Ferraz Filho constituiu-se de fato num grande momento cultural e social com a participação da Academia Parnaibana de Letras, do Instituto Histórico de Oeiras e da Academia cearense de Cultura.

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Elmar Carvalho e seu ‘Histórias de Évora’ (*)

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Elmar Carvalho e seu ‘Histórias de Évora’ (*)

Dagoberto Carvalho Jr.
Da Academia Piauiense de Letras

Comigo, na memória e sobre a mesa, o curioso livro do poeta e confrade de Academia Piauiense de Letras, Elmar Carvalho, de título ‘Histórias de Évora’ (Edição da APL, Coleção Século XXI, nº 15, 2017), em que exercita – o campo-maiorense ilustre – sua vocação, também, de romancista. Esperava a leitura e o registro, que o tempo do coração, (físico, mesmo, no meu caso) somente agora permite; posto que a primeira lembrança levara-me, de volta e de imediato, à portuguesa cidade alentejana, do nome, onde eu fora fruir – há décadas – ricas e belas lições de Arte Sacra, aproveitadas à minha dissertação (‘A Talha de Retábulos no Piauí’), do Mestrado em História pela Universidade Federal de Pernambucano, depois editada em livro, já em segunda edição.

 O autor, já conhecia como bom poeta e como tal chegou a nossa Academia. Fora Juiz de Direito da primeira capital do Piauí, cidade a cuja memória literária e sentimental incorporou o poema ‘Noturno de Oeiras’, de extraordinária inspiração; como que ‘traduzindo’ em versos do melhor telurismo meu ‘Passeio a Oeiras’, para cuja sexta edição escreveu – de lembranças – belo prefácio. Seu ‘Noturno’ vai ficar na memória e na saudade dos oeirenses que já o temos como um dos nossos. Elmar nunca deixou de aparecer por lá. Lembro de passagem sua por festa literária do Instituto Barros de Ensino.

Hoje, homenageamos o autor do romance que esta página resenha. Estórias, quase memórias, posto que, quando não necessariamente suas, o são (em parte ou no todo), dos adolescentes e jovens rapazes de seu tempo e de seu meio. Recordações da infância, como as da própria Évora reinventada, a servir de palco para as suas – e ou do personagem principal – iniciações amorosas. Estórias bem contadas. Descrições com riqueza de detalhes. Perfis humanos bem traçados. Belas mulheres eroticamente esculturadas. Descrições exímias.

Atenção especial – além, naturalmente do romance em si – merece o notável estudo de apresentação do autor e de sua obra (‘Histórias de Évora’ uma ficção do erotismo, amor e saudade), de autoria do crítico literário piauiense, radicado no Rio de Janeiro, Cunha e Silva Filho, de reconhecido prestígio na área e cujo nome transportou-me, de imediato à memória de seu pai que, ainda, conheci, em Teresina e na Academia.

Vale a ficção novelesca de Elmar Carvalho.

                               16 de julho de 2018

(*) História de Évora se encontra à venda nas principais livrarias de Teresina e na Banca do Louro, em Parnaíba.

PIAUÍ EM LETRAS  

Será  lançado nesta sexta-feira, 13, a partir das 18:30 horas na Livraria Anchieta no bairro de Fátima  em Teresina,  o livro PIAUÍ EM LETRAS, uma coletânea que reúne dezoito poetas e escritores piauienses oriundos das diversas regiões do Estado.
PIAUÍ EM LETRAS foi organizado pelo escritor e historiador  Adrião Neto e reúne crônicas,  poesias, causos, contos e ensaios. Adrião Neto é natural de Luis Correia e  com suas obras, muito tem contribuído para o desenvolvimento da literatura piauiense.
A apresentação do livro será feita pelo presidente da Academia Parnaibana de Letras, escritor  José Luis de Carvalho que também é um dos participantes da coletânea.
Espera-se que PIAUÍ EM LETRAS seja apenas o início de muitas outras obras desse gênero,  uma vez que, no Piauí,  tanto na capital, como em cidades do interior,  uma nova geração de poetas e escritores está “a todo vapor” produzindo literatura.
O Blog deseja muito sucesso a todos os participantes dessa magnifica coletânea literária.
Texto de Antonio Gallas

Governo do Maranhão abre inscrições para o Prêmio Literário 2018.

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Autores maranhenses ou radicados no estado há pelo menos três anos poderão inscrever a partir desta sexta-feira, 6, obra inédita na edição de 2018 do Prêmio Literário realizado pelo Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Sectur), o primeiro utilizando recursos do Fundo de Desenvolvimento da Cultura Maranhense (Fundecma).

A inscrição deve ser feita até o dia 26 de julho em uma das seis categorias contempladas: poesia (Prêmio Nauro Machado), romance (Prêmio Josué Montello), contos (Prêmio Dagmar Destêrro), Literatura Infantojuvenil (Prêmio Viriato Correia), Jornalismo Literário (Prêmio Bandeira Tribuzi) e Peça Teatral (Prêmio Apolônia Pinto).

Cada autor poderá participar com apenas uma obra, devendo escolher uma categoria para se inscrever. O objetivo é valorizar a produção literária maranhense, incentivando tanto os escritores já inseridos no mercado como novos talentos.

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As inscrições devem ser feitas no protocolo da Sectur, Rua Portugal, 303, Praia Grande, centro histórico de São Luís, no horário das 14h às 18h, de segunda a sexta-feira. Também pode ser feita via Correios, por meio de remessa com AR – Aviso de Recebimento.

Serão selecionados seis vencedores, um por categoria. Cada vencedor receberá prêmio no valor bruto de R$ 25 mil. Os trabalhos passarão por uma comissão julgadora, composta por doze membros avaliadores, dois por categoria, com mérito literário comprovado, selecionados por meio de chamamento público.

Inscrição para avaliador

Também estão abertas as inscrições para profissionais interessados em compor comissão julgadora do Prêmio Literário. Os candidatos poderão se inscrever no período de 2 a 13 de julho. O edital de chamamento público pode ser acessado no site da Sectur/ Fundecma. Fonte: SecturMa. Foto: Edição: APM Notícias.

 

Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí

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Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí

Elmar Carvalho

Foi publicada e lançada a Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí do Piauí, nº 7, Ano XCIX, referente ao ano de 2017. Pelo número em algarismo romano se depreende que o periódico, assim como a entidade que o edita, é quase secular, posto que no corrente ano o será. Seu presidente, o professor e historiador Antonio Fonseca dos Santos Neto, já começa a envidar esforços para a comemoração de seu centenário, com palestras, publicações de obras e outras realizações.

Foi organizada pelo escritor e historiador Reginaldo Miranda, presidente do seu Conselho Editorial, que não poupou esforços para trazê-la à praça. Foi muito bem editada, com capa e miolo em papel de alta qualidade, sem se falar em sua excelente programação visual, inclusive com a inserção de fotografias raras, verdadeiros documentos históricos.

A coletânea enfeixa ótimos textos, de variadas temáticas, abordando aspectos da história, do folclore, da política, da genealogia e da literatura do Piauí e do Brasil, da autoria de Wilson Nunes Brandão, Fonseca Neto, Lirton Nogueira Santos, M. Paulo Nunes, Pedro Vilarinho Castelo Branco, Olavo Pereira da Silva Filho, Francisco de Assis Veloso Filho, Ana Joaquina da Cruz Oliveira, Maria do Amparo Alves de Carvalho e Marcelo de Sousa Neto.

Reginaldo Miranda, o editor da Revista, comparece com três importantes estudos: duas notáveis biografias sobre os piauienses Costa Alvarenga, que ele cognominou “o patriarca da insuficiência aórtica”, e Frederico Burlamaqui, considerado o pioneiro da paleontologia no Brasil, e o seu discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico do Piauí, como sócio efetivo, proferido no dia 24 de agosto de 2017.

Nesta peça retórica, ele inserta breve estudo genealógico, com ênfase nos primórdios do povoamento piauiense, ao qual acrescentou, como se fora um anexo, um importante documento por ele descoberto nos mares internéticos, que será de grande valia a novos estudos nessa seara.

Nesta época de Copa do Mundo, podemos dizer que a publicação dessa Revista, sobretudo pelas importantes matérias que ela encerra, foi um “verdadeiro gol de placa”.