*Ivaldo Freitas Cardozo.
A paixão se trata apenas de um amor de vagão.
São muitas paisagens, mas um só coração.
Descobri que era amor quando me contentei.
Não tomei mais nenhum rumo.
Daquele momento em diante parei.
Queria ficar num só canto
Pelo resto dos anos.
E agora o que vejo…
A paisagem que formamos
No dado momento que nos esbarramos.
Aquela paisagem que coloriu meu coração.
E não deixou espaço pra nenhuma outra paisagem.
Perdi o gosto em outras viagens e rumos
Pois o amor é uma paisagem eternizada
Pela vida na qual habitava.
Na fila do pão.
Quem sou eu na fila do pão?
Sou aquele menino simpático
De mãos dadas com a avó.
Tão velhinha e marcante
De sorriso cativante
E ao mesmo tempo tão cheio de vida
Num inocente carisma.
A caneta era minha distração
Pra recitar o que via
Mesmo que na padaria
Onde muito se discutia
Na partilha dos versos
Em meio à correria
De atitudes nada poéticas.
Consciente de seus passos errantes.
Vovó seguia neste instante
Pensativa como antes
No dia que me contou
Como por vovô se apaixonou.
*Ivaldo Freitas Cardozo, poeta e estudante do ensino médio no Instituto Federal do Piauí, campus de Parnaíba.