Recebi do casal amigo Kalberto e Heidi Damasceno, que acaba de chegar de Coimbra, onde a professora faz doutorado em Turismo, um livro fabuloso, Puxar a Brasa à Nossa Sardinha, da escritora lisboeta Andreia Vale. É aquele clássico livro que a gente gostaria de ter escrito e no meu caso que não sou disso, até se cria um certo ciúme a ponto de se dizer, poxa, porque não foi eu escrevi este livro?!
Na sua quinta edição, da editora Manuscrito, o livro de Andreia Vale é um daqueles que a gente quanto mais lê, mais encontra identidade. Feito essa gente de Bom Princípio do Piauí ou de Cocal dos Alves, onde todo mundo tem sobrenome de Brito ou de Alves. E ninguém consegue saber de onde e de que ramo saiu. Puxar a Brasa à Nossa Sardinha, lembra aquelas expressões tão de nossa língua.
Aqueles ditados que a gente fala assim pra identificar uma situação, tipo, ovelha negra, bode expiatório, tirar o pai da forca, santo do pau oco e por aí vai. Quando a gente acha que lembrou tudo aparece algum desses ditados ou alguém com mais uma novidade, uma pérola da sabedoria popular. É um livro que para todo aquele pretenso escritor de costumes e com base no povo deve ter na escrivaninha.
Andreia Vale, nascida em 11 de agosto de 1978 é formada em jornalismo pela Escola Superior de Comunicação, depois estagiária na SIC Notícias. Atualmente é a âncora na CMTV onde apresenta o jornal da hora do almoço. Interessante neste livro de Andreia Vale é a sua identidade com expressões tipicamente brasileiras, muitas delas adquiridas através das telenovelas. Vale a pena ler Puxar a Brasa à Nossa Sardinha e outras 270 expressões que usamos no dia-a-dia sem saber a sua origem.
Pádua Marques, cadeira 24 da Academia Parnaibana de Letras.