Senhor Presidente, Distintas autoridades, Senhoras e Senhores,
O poeta e escritor brasileiro Mário Quintana disse certa vez que “viver é acalentar sonhos e esperanças, fazendo da fé a inspiração maior. É buscar nas pequenas coisas um grande momento para ser feliz”. Já o médico e psicanalista Sigmund Freud, de nacionalidade austríaca, afirmou que “o sonho representa a realização de um desejo” enquanto que o imortal Walt Disney disse que “todos os nossos sonhos podem se tornar realidade se tivermos a coragem de segui-los”. Muitos sonhos se realizam; alguns não.
Senhor Presidente,
O que estamos vivenciando agora, nesta seção solene, é a realização de um sonho acalentado por muito tempo: o de um dia transpor o adro (ou átrio) da Academia Parnaibana de Letras, tomar assento em uma de suas cadeiras e galgar a Glória da Imortalidade.
Na língua inglesa há uma afirmação mundialmente conhecida que diz: “never give up your dreams” que em português significa “nunca desista de seus sonhos”. Andei perto de desistir, porém, como tudo em nossa vida só acontece por inspiração do Pai Celeste, e no momento certo, graças ao apoio e incentivo de alguns amigos e acadêmicos, hoje estou realizando o antigo sonho.
Senhoras e Senhores,
De início desejo agradecer a Deus por ter me proporcionado vivenciar este momento ímpar em minha vida, marcado pela emoção, pela alegria, e principalmente, por muita felicidade, pois a cadeira que vou assumir a de número 35 tem como patrono o segundo Bispo de Parnaíba e o primeiro piauiense a ser ordenado bispo, Dom Paulo Hipólito de Sousa Libório e como primeiro e último ocupante, o meu conterrâneo, maranhense de Tutóia, e por que não dizer, o meu benfeitor nesta cidade de Parnaíba, o jornalista Rubem da Páscoa Freitas. Também quero agradecer aos acadêmicos que depuseram confiança em minha pessoa para que eu pudesse ingressar nesta instituição. E aqui, solenemente, comprometo-me honrar e dignificar esta confiança que a mim foi dada, e podem ter certeza senhores acadêmicos, que tudo farei para zelar e elevar cada vez mais o nome deste sodalício.
Senhoras e Senhores
É praxe em solenidades como esta, nas Academias, tecer-se comentários, mesmo que de forma sucinta, ao patrono da cadeira, e também ao seu último ocupante. Como o tempo é exíguo, a biografia destas duas ilustres personalidades será publicada na edição deste ano do Almanaque da Parnaíba, que é hoje a Revista da Academia, e num livreto que será distribuído ao final da solenidade de posse, durante o coquetel. Entretanto vou falar resumidamente sobre os dois, e um pouco, de como foi minha vinda à Parnaíba.
O MEU PATRONO
Dom Paulo Hipólito de Sousa Libório (1913-1981), uma pessoa simples, sem vaidades e que tive o prazer de conhecê-lo. Era meu fã, segundo ele, pois escutava atentamente o comentário “Crônica da Cidade”, por mim escrito e levado ao ar de segunda a sábado, ao meio dia, através da Rádio Educadora de Parnaíba dentro do noticiário Rádio Repórter Educadora sob a responsabilidade e coordenação do jornalista Batista Leão, de saudosa memória.
Dom Paulo era piauiense. Nasceu em Picos no dia 10 de outubro de 1913. Faleceu em Teresina aos 68 anos no dia 31 de março de 1981. De família católica, sobrinho do monsenhor João Hipólito (que deu o nome ao município piauiense de Monsenhor Hipólito). Foi ordenado sacerdote em Roma.
RUBEM FREITAS
O Comunicador Social do Piauí
Como enfatizei no início desta oração, foi um convite do Jornalista Rubem Freitas que me motivou vir residir em Parnaíba. Eu não o conhecia pessoalmente. Só de nome. Conhecia o seu irmão, o pintor, o boêmio, o poeta, o menestrel Nonato Freitas, autor de “Aquarela de Tutóia” uma belíssima canção que exalta a beleza do lugar e sempre é cantada ou executada nas solenidades cívicas daquela cidade maranhense.
Foi após o baile comemorativo da inauguração do prédio da agência da Capitania dos Portos em Tutóia que fui apresentado ao Rubem.].
Foi Rubem que me apresentou à sociedade parnaibana, ajudou-me a conseguir emprego como professor de inglês, o que serei eternamente grato, a ele e aos seus familiares. Uma das características deste cidadão que me antecedeu nesta cadeira era: ajudar e ajudar as pessoas, ou em outras palavras “fazer o bem sem olhar a quem”…
A história de vida de Rubem Freitas é muito rica e extensa. Difícil até de ser contada nas poucas linhas de um discurso. Pretendo futuramente editar um livro contando sua vida, seu trabalho, sua obra no jornalismo da Parnaíba e do Piauí.
EU E PARNAÍBA
Como já ressaltei, vim a Parnaíba atendendo convite do Jornalista Rubem Freitas. A partir daquela data criei o amor e a estima por esta cidade e pelo seu povo cuja característica principal é a boa acolhida a todos aqueles oriundos de outras plagas que aqui chegam como foi o meu caso. Tornei-me cidadão parnaibano, não por força de título de cidadania, sim por opção própria, porque escolhi esta cidade para residir, constituir família… e assim foi feito. Aqui nasceram meus filhos, estão nascendo netos, nascerão bisnetos, trinetos, tetranetos que comumente chamamos tataranetos e assim por diante, a prole se estenderá até a última geração.
Portanto senhoras e senhores, o momento agora é para se agradecer. Agradecer a Deus, como já fiz no início. Agradecer aos acadêmicos pelo apoio. Agradecer aos familiares do Rubem pelo respeito, pela amizade e pela consideração que têm para com a minha pessoa. Agradecer à minha família por todos os momentos de nossas vidas, à minha esposa Maria da graça (a Cisa) pela compreensão e paciência comigo, aos meus filhos Anselmo e Andrezza que estão aqui presentes, ao Pedro Henrique meu neto de apenas sete meses, às netas Crisális, à Maria Julia que reside em Teresina e à Zaira Maria, minha neta escritora, que com apenas sete anos de idade já escreve crônicas.
Finalmente, senhores acadêmicos, agradecer ao povo parnaibano, aqui representado pelas autoridades presentes e pelas pessoas que lotam este auditório. Muito obrigado! Muito obrigado mesmo, pela acolhida que a mim foi dada a partir daquele dia 31 de outubro de 1971e permanece até hoje. Termino com esta quadra de minha autoria: